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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

SEGURANÇA TEM PREÇO, QUEM AFIRMA É O NOSSO COLUNISTA FERNANDO CALMON COBERTO DE RAZÃO, OS TESTES DE COLISÃO FEITOS NA EUROPA E NOS ESTADOS UNIDOS DIVERGEM E UM CARRO QUE É CONSIDERADO 5 ESTRELAS NUM LUGAR É CLASSIFICADO COM TRÊS NOUTRO. NO MEIO DISSO O OCUPANTE DO CARRO TORCENDO PARA NÃO SOFRER UM ACIDENTE. QUEM ALUGA CARROS FIQUE ESPERTO: A PARTIR DE MAIO 2014 TERÁ DE PAGAR AS MULTAS



Alta Roda 
Nº 762 3/12/13 Fernando Calmon


SEGURANÇA TEM PREÇO 



Mais uma rodada de resultados foi divulgada na semana passada pela organização não governamental (ONG) uruguaia Latin NCAP. 

A boa notícia é que, pela primeira vez, três carros fabricados e/ou vendidos no Brasil – dois da Ford, EcoSport (brasileiro) e Focus (argentino); um da Volkswagen, Jetta (mexicano) – receberam a classificação máxima de cinco estrelas em testes de colisão contra barreira com uso de manequins. 

Alcançaram quatro estrelas Hyundai HB20, produzido aqui, e Chevrolet Malibu, no México.

Dessa vez, os fabricantes patrocinaram todos os ensaios, incluindo fornecimento de veículos e serviços da ONG. 

Mas é bom repisar: propósitos são nobres, métodos nem tanto. O sistema de estrelas, bastante controverso, nem sempre reflete o conceito correto de segurança. 

Carros construtivamente iguais recebem pontuação diferente dependendo do critério de cada país. EUA e União Europeia mantêm sérias divergências técnicas sobre o assunto. 

Para avaliar as distorções basta citar o próprio EcoSport, analisado ano passado como 4-estrelas. 

Seguindo as regras, a Ford adicionou só um aviso sonoro sobre uso do cinto de segurança para o passageiro do banco dianteiro (motorista já tinha), não fez nenhuma mudança estrutural por ser um carro recente, pagou o teste e ganhou a estrela extra. 

O melhor custo-benefício em termos de marketing, sem dúvida. O mesmo modelo produzido na Tailândia e exportado para a Europa levou 4 estrelas no NCAP europeu (matriz do Latin NCAP). 

Alguns critérios lá são diferentes, porém se apegam a firulas discutíveis na classificação.

Outro exemplo é o Malibu, automóvel médio-grande vendido também nos EUA, onde se obriga há anos os avisos sobre cintos de segurança. 

O carro tem 10 airbags. Recebeu quatro estrelas em segurança para adultos e apenas uma para bancos infantis. Justificativa: “Os lembretes de cinto de segurança estão instalados; contudo, não cumprem requisitos do Latin NCAP”. 

A entidade também se perdeu nas explicações sobre o padrão Isofix para fixação desses bancos, ainda sem homologação no Brasil. Em teoria, impede o uso aqui, mesmo o veículo tendo o sistema. 

Quanto à Hyundai, ganhar mais uma estrela em menos de seis meses foi fácil. Bastou mudar alguns tipos de material interno, nada de mudanças estruturais (nem daria tempo), pagar o teste e receber a justa avaliação retroativa a todos os HB20. 

Esclarecida a disponibilidade dos bancos infantis com Isofix, a classificação aumentou de uma para três estrelas. 

No senso comum, a escala poderia ser péssimo, ruim, regular, bom e ótimo para as cinco estrelas. 

O Latin NCAP acrescentou, recentemente, a nota zero-estrela para carros que nem deveriam estar à venda. 

Dentro de alguns dias nenhum modelo poderá ser fabricado no Brasil sem airbags e freios ABS. 

Assim, mesmo a grande maioria de carros de menor preço alcançaria três ou quatro estrelas.

A tendência, porém, é a ONG subir a barra. Já era tempo de o governo estabelecer novo cronograma de exigências e parar de ser rebocado pelos acontecimentos. 

Afinal, segurança tem preço, sim: airbag para pedestre (ente 100% vulnerável) está instalado em um único modelo no mundo, o Volvo V40.



RODA VIVA 



PLANOS da Honda para nova fábrica em Itirapina (SP) vão além do SUV compacto Vezel, recém-apresentado no exterior. Contemplam, até 2016, um hatch para o segmento de entrada, abaixo do preço do Fit. 

A empresa já estuda quem errou e quem acertou nesse importante veio de mercado. E terá centro de desenvolvimento na nova unidade, em adição ao de Sumaré (SP). 

SEDÃ Chevrolet Classic passa a ser produzido apenas em Rosário, Argentina, ao lado do Agile, em razão da acomodação de vendas de ambos os modelos, lá e aqui. 

Sucessor do Cruze também será argentino. Já no primeiro trimestre de 2014 a GM anunciará investimento pesado na sensível unidade de São José dos Campos (SP), visando ao mercado promissor de subcompactos. 

RETOQUES externos e, em especial, internos graças a novos materiais, como preto piano, dão fôlego para competir ao minivan de sete lugares JAC J6. 

Motor de 2 litros/136 cv tem pouca potência, mas torque é adequado ao peso e uso no dia a dia. 

Suspensões, macias demais, e vão livre relativamente baixo dificultam passagem por valetas e lombadas fora do padrão. 

SERÁ bom observar o movimento de fornecedores de turbocompressores no Brasil. BorgWarner já tem primeiro acordo que, se espera, seja com PSA Peugeot Citroën para novos motores flex de três e quatro cilindros. 

O grupo francês não poderá contar com as unidades produzidas em colaboração com a BMW depois de 2016. VW deverá ser o segundo cliente. 

QUEM alugar carro, a partir de 1º de maio de 2014, se responsabilizará diretamente por multas de trânsito. 

Governo atendeu as locadoras e criou Registro Nacional de Posse e Uso Temporário de Veículos. 

Ao mesmo tempo em que acaba com a tentativa de impunidade dos maus motoristas, espera-se diminuição de custos repassável ao valor das diárias.

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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon

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