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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

NA ARGENTINA, ACONTECEU MAIS UMA AUTOCLASSICA, FEIRA QUE REÚNE BELOS E ANTIGOS AUTOMÓVEIS DE QUE SAÍRAM VENCEDORES UM ROLLS ROYCE. DE 1926 E UMA MOTO BMW, DE 1925. ESPECIALISTA NO ASSUNTO, ROBERTO NASSER MOSTRA A HABILIDADE DE NOSSOS HERMANOS EM FABRICAR MODELOS ANTIGOS PRIMOROSOS QUE TÊM DE SER EXPORTADOS PORQUE NÃO TÊM LICENÇA PARA CIRCULAR POR LÁ E QUE PARA OS BRASILEIROS DEVIDO À DIFERENÇA DE CÂMBIO, ENTRE O PESO E O REAL, FICAM MUITO INTERESSANTES PARA OS BRASILEIROS, ENTRE OUTROS TEMAS


Coluna nº 4213 de 16 de Outubro de 2013 

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Autoclasica. 
Rolls ganha, mas Fiat e Bentley mereciam

Maior encontro sul-americano de veículos antigos, a argentina Autoclasica, realizada no largo – para eles – final de semana, incluindo um feriado segunda-feira, 14, mostrou sua característica principal: reunião renovada de participantes deixando seus esconderijos, expondo-se à luz, acercando-se do evento. Renovação de muita qualidade, inquantificável acervo. 

Quatro dias radiosos, de frio com sol, sem a chuva que volta e meia a referência, tempo e situação de vegetação primaveril, belíssimos plátanos nas alamedas do Hipódromo de San Isidro, a 20 km de Buenos Aires. 

Grande maioria, por raridade ou estado, mereceu tratamento sintético por vogais: ah, eh, ih, oh. Uh, talvez tenha havido, mas terá sido protesto mudo quanto à escolha do Best of Show.

Rolls é Rolls, especialmente nos modelos pré II Guerra, quando automóveis de luxo permitiam receber carroceria especial. 
No caso, o RR Phantom Sedanca de Ville, 1926, vestido por carroceria Baker. 

Vencedor, ao mesmo tempo servia para referenciar Alberto Lichenstein, segundo dono e atual proprietário que, decente, em fervor nacionalista, adquire veículos em chão pátrio, salvando-os de exportação, como aconteceu em quantidade industrial na Argentina e Uruguai em décadas passadas. Brasil também e, pior, continua exportando tesouros de nossa história.

Reúne todas as características para a láurea, mas haviam dois outros exemplares, em condições de levar a escolha maior. 

Um Fiat Tipo 53, de 1911, carroceria belga Van den Plas, chamando Coupé enorme e altíssimo automóvel. 

Outro, britânico Bentley, carroceria especial e peculiar em suas linhas posteriores.

Best of naturalmente indica o melhor exemplar exposto dentre a enorme quantidade de veículos preciosos. 

Na relação de categorias premiadas, moto BMW R32, de 1925.

Eleição interessante, pelos jornalistas presentes ao evento, do melhor esportivo, dando-lhe o Prêmio Germán Sopeña, homenagem a profissional especializado e recém passado. Levou-o a quarta unidade de Lamborghini Countach LP 400, 1974.

Foram 600 automóveis, 300 motos, e barcos, carros de corrida. Crescentes os veículos nacionais, abrindo espaço na premiação, como os curiosos Citroën 3 CV furgão e um Zunder, de fibra de vidro sobre plataforma de Volkswagen. Característica importante, premiação de veículos originais, não restaurados.

Como usual, prestígio a marcas com datas comemorativas: Mercedes SL Pagoda, Lamborghinis, meio século do Porsche 911, século da Bentley com impactante exposição da sóbrio-faceira inglesa. E homenagem a categorias de corridas.


Quantidade exposta diminuiu, mas o público foi recorde apesar do esvaziamento da cidade por conta do feriado. 

As bilheterias indicaram 50 mil visitantes. Em compensação a feira de peças, AutoJumble, como chamam, e a MotoJumble, obviamente dedicada às motos, se expandem com brio, vendendo desde preciosa literatura – Carlito Quintana, da Bi Albero, usual vendedor em Lindóia e em Araxá, conseguiu-me o exemplar 2 da revista Autos de Época, completando a coleção do Museu Nacional do Automóvel! 

E coisas inacreditáveis como um colar de magnetos refeitos para Fords Modelo T – quase 90 anos após ter encerrado a produção; cabeçote para motor V de Justicialista, da meia dúzia produzida; volantes em quantidade industrial; www.tecnopiezas.com.ar vendia peças e reposições para carros ingleses, latas O km, ainda em primer de fábrica, para Jaguar XJ, e aceitava encomendas para reparos de carburador SU, e calços para motor, câmbio, desenvolvimento de peças. 

Outra barraca, El Aleman -sisolancia@ciudad.com.ar - dispunha-se a receber faróis e seus vidros para reparação, coisas impossíveis no mercado de reposição brasileiro.

Habilidades

A Argentina possui habilidade por nós perdida: o trabalho com alumínio. Soma-se a isto enorme coragem e o resultado tem sido o renascimento de veículos primorosos, grande parte exportada. 

Lá, legislação federal acabou com a produção por marcas não registradas – e não há registro. 

Assim, um credenciado fabricante de Lotus 7 não pode fazê-los. Um industrial produz o Pur Sang, cópia do Bugatti T 35. 

Faz tudo: eixos, motor, câmbio, chassis, carroceria ... Inatacáveis como originais. Agora embrenhou-se pelo caminho dos Alfa. Uns US$ 150 mil permitem te-los e usá-los. 

São carros O km com especificações de época, porém metais com tecnologia atual. Nestor Salerno, ex-piloto, mago na recomposição e construção manual de carrocerias, foi empreitado para fazer série do Cisitália, projeto de Piero Duzio que revolucionou o mundo aerodinâmico. Mas nenhum deles pode ser utilizado localmente. Sem licença, são exportados.
Há dificuldade acadêmica-legal para a exportação de peças e serviços. Assim, em lugar de uma orientação argentina de como fomentar vendas, e brasileira de como fazer importações, na prática o que discutia entre interessados eram soluções criativas, digamos genéricas para receber encomendas aqui. 

Fomentar este comércio seria mandatório para o desenvolvimento de pequenos negócios, lá e aqui, mas governos são pouco preocupados com o varejo da realidade, voltados às grandes formulações.... 

Espera-se, o novo governo argentino – eleições no próximo mês – tenha outra visão.

A brasileirada usualmente presente aos milhares era inquantificada, pois a valorização do Real frente ao Peso de uma Argentina em crise, muito reduz custos para a moeda trocada em enorme ágio. 

Parte do clima de desvario econômico que assola o parceiro, o comércio, em especial restaurantes, propõem descontos na nota, desde que à vista ou câmbio paralelo, Reais a $ 4 Pesos ou Dólares a $ 10 Pesos, em pagamento. 

Para nós, baixos preços. Para eles, dinheiro oficialmente inexistente, sem recolher impostos, usado para entesourar os donos, atemorizados com o futuro econômico ante a inflação manipulada, situação onde o tomate custa mais caro que a boa carne local.

Rolls do preservador Lichenstein, Best of Show.




Fiat Coupé par Van Den Plas, merecia



Bentley 



Strada abre frente em sua 
estrada com o três portas

Missão, manter e ampliar a diferença de vendas entre o picape Strada e os demais concorrentes, que somados não o alcançam. 

Caso referencial, situação invulgar, posição a ser mantida, a Fiat evoluiu a versão cabine dupla, aplicando-lhe terceira porta. 

Dissimulada, abre ao contrário, cria enorme espaço para acesso pela inexistência da Coluna central, e se fecha contra a porta dianteira direita. A junção forma um ponto estrutural, como se fosse da Coluna B.

Esforço conjunto de vários setores da Fiat, não apenas serviço de elegante lanternagem, mas o produto mudou, com nova linha de cintura e redesenho da caçamba, bordas elevadas em 8 cm, lanternas traseiras mais elevadas, espraiando-se às laterais. No visual parece maior. 

 A capacidade de carga aumentou em 200 litros para a cabine simples, 120 para a estendida e 100 para a cabine dupla. O volume útil é o maior do segmento.

Seis as versões. Três de Working, carro de frotista e trabalho, com novo para choques frontal, e opções cabines curta, estendida e dupla, motor 1.4 Flex; uma Trekking, cabine dupla, motor E-TorQ 1.6 16V; e duasAdventure, cabines estendida e dupla, motor E-TorqQ 1.8 16V. Opcionais automobilísticos mantém-se listados: Locker, diferencial blocante; câmbio automatizado Dualogic; e 40 opções agora oferecidas sob a marca Mopar – da Chrysler. 11 cores, incluindo uma, tipo declaração de auto imponência, o Vermelho Opulence.


Duas portas, sem coluna, o acesso mais fácil no picape Strada


E o simplório paquímetro 
revoluciona a indústria

Quando Henry Ford desenvolveu seu primeiro automóvel usou os moldes e formas como base para a padronização das peças. 

Era, na nascente atividade, método coerente. Entretanto, por fatores diversos, haviam discrepâncias e nem todas as peças eram rigorosamente iguais.

O sucesso das vendas da marca, no foco de fazer veículos simples, operacionais e resistentes, provocou críticas sobre a qualidade prejudicada pela qualidade. 

Ford era rápido em decisões e soluções, consultando seu braço direito de técnica, o sueco Charles Sorensen. Este sugeriu uso de equipamentos simples. 

No atacado industrial, aferição de medidas e volumes por JoBlocks, sistema criado por Carl Johansen, também sueco, inspetor de qualidade da fábrica estatal de rifles, baseado na junção de blocos metálicos com dimensões padrão. 

E outro, o uso de Caliper Rule – evolução do paquímetro de Vernier, criado três séculos antes -, uma régua e suas variáveis, com duas escalas sobrepostas. 

Com os JoBlocks equipe de metrologia conferia moldes, matrizes, ferramentas. Na linha de produção os montadores, paquímetros nas mãos, conferiam as peças construídas em casa, admitindo-se diferença máxima de 1/100 de polegada – 0,02 mm. 

Simples, porém, uma sub revolução econômico industrial no processo garantindo processo, apuro, pouco refugo e qualidade no produto.

Ford associou-se a Johansen e, maior fabricante do mundo, dinamizou o uso das ferramentas de aferição, gerando hábito industrial. 

Até os concorrentes se tornaram clientes dos JoBlocks e dos paquímetros, micrômetros e ampla lista de ferramentas produzidas pela empresa especialista.

Seu uso permeou para as indústrias menores, ferramentarias, torneiros, oficinas, ampliando a qualidade em todos os setores.


Paquímetro de dobrar, utilizado no controle de qualidade do Modelo T



Medidor de diâmetro de furos CEJ
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Endereço eletrônico: edita@rnasser.com.br 
Fax: 55.61.3225.5511 

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