De Fiat, Jeep e Alfa
Alfista Casé me
ligou: o 4C está no autódromo! Fui tomar chuva na tarde de
domingo. Lá, um comboio no circuito brasiliense: Freemonts, Iveco RAM, caminhão
tanque para combustível, três protótipos como os mostrados pela Coluna
0514.
Dois engenheiros da Fiat Brasil, técnicos e mão-de-obra local, e o
Alfa 4C. Este projeto de brilho desenvolvido em tempo recorde, aqui já
explicado, é esportivo, motor entre-eixos traseiro, 1.8, 240 cv, transmissão
automatizada com duas embreagens e seis velocidades.
Muda tudo
A camuflagem mascarava os carros para testes.
O grande furgão azul é da nova geração de Ducatos para o mercado norte- americano, lá vendidos como Ram – marca Dodge.
Dentre os produtos, o conhecido
Alfa 4C e os demais com base no Fiat 500 e plataforma maior, a L, que no
México dá base ao 500 quatro portas.
Um deles será produzido como Jeep em Goiana,
PE, pequeno utilitário esportivo. Protótipos estrangeiros, porém, com
intervenções da Fiat Brasil em traços, adequações e acertos para enfrentar
mercados agrestes. O know how da Fiat Brasil é invejável neste
quesito.
Os veículos rodavam em constância, sem
emoção. Disse-me uma das fontes incomodadas no Domingo, não era teste dinâmico,
mas de resistência, para somar quilometragem.
Com equipe italiana carros tem
rodado nas estradas brasileiras, e seus motores exudam três vibrações
diferentes, de 1.6, 1.8, e pequeno diesel.
Outro incomodado dominical lembrou,
os carros serão feitos em Goiana e em Melfi, na Itália.
Diesel, aqui?
Outro consultado escorregou na resposta
quando indaguei se, pelo fato de a legislação brasileira permitir o uso de
motor diesel em veículos com tração nas 4 rodas, o teste no Brasil do
futuro Jeep com pequeno motor diesel, significaria tê-lo em
nosso mercado.
Contestou com fraca veemência, permitindo imaginar sua produção
– além das unidades para exportação à América Latina, pois a usina brasileira
será polo de remessa a outros países.
Mais
Curiosidade na avaliação do Alfa 4C, produto
promocional, feito para manter a marca Alfa Romeo no noticiário, enquanto a
Fiat não apresenta um plano para a marca, hoje restrita aos modelos MiTo e
Giulietta – de vendas em queda.
Série inicial, definida em 500 unidades, o
interesse logo ampliou-a a 1.000, limite para encerrar, como ocorreu com outros
Alfa promocionais, os 8C e 8C Cabrio.
O 4C foi apresentado no Salão de Genebra,
2011, e provocou celeumas e encomendas, muitas.
Em 28 meses, o grupo Fiat
viabilizou produção na fábrica Maserati, mesclando o fornecimento externo do
chassi em fibra de carbono, e construção doméstica do motor 1.750 de quatro cilindros,
injeção direta, turbo, fazendo quase 250 cv movendo peso de 900 kg, e da
transmissão automatizada.
Fatores exógenos mudaram os planos. A
inimaginada demanda, demonstração de apreço e interesse pela marca, o adiamento
de anúncio sobre os planos de negócios para a marca Alfa Romeo, o rendimento, a
condução sanguínea, sem frescuras freando a esportividade – e o preço, igual ao
de Toyota/Subaru e Porsche Boxster, aceleraram as
encomendas, elevando produção a 3.500 unidades anuais, capacidade da fornecedora
dos chassis.
A curiosidade do teste de resistência é o
novo motor, quatro cilindros, 2.0, 16 válvulas, injeção direta e turbo
alimentador, gerando 320 cv, de possível anúncio no mesmo Salão de Genebra,
próximo mês, junto com as boas notícias da ampliação da capacidade produtiva
dos fornecedores.
O piloto italiano aos comandos não dirigia
competitivamente, fazia-o com cuidado e afastando riscos.
Ao seu lado, outro, on line com a fábrica transmitia dados de
reação do automóvel quanto a pressão atmosférica, umidade do ar, rugosidade do
asfalto, irregularidades.
No 4C, além do motor mais sonoro, chamava atenção a
rapidez na troca de marchas.
Sem papo o comboio deixou Brasília e,
segundo fonte qualificada, média na hierarquia do transporte manual de malas em
hotel, foi-se à beirada mineira do Rio São Francisco. Após, Betim e porto.
Futuro Jeep pernambucano terá versão diesel
Alfa 4C testa motor 2.0, 320 cv. (fotos R Nasser)
Mercado, novidades
Ano atípico: fevereiro pleno, Carnaval em
março, Copa do Mundo, em junho, eleições e Salão do Automóvel em outubro,
eventos suspendem lançamentos e detém o mercado.
Assim não se podem esperar
vendas recordistas – exceto carros comprados com recursos de caixa dois aplicados
em campanhas eleitorais, e os caminhões, ônibus, tratores, moto niveladoras
oferecidos pelo governo federal como mimos a prefeitos.
Resultado, lançamentos
se agruparão em abril/maio e julho/outubro, limite ao Salão do Automóvel –, e
todas as novidades surgirão antes da mostra.
Parte do que vem por aí:
Linea 2014 e meio
Quem não tem produto novo, faz festa com
versão. Líder
há 12 anos, a Fiat encara grande desafio: manter posição, vendas e lucros para
reforçar o caixa da matriz italiana, e criar atrações sem ter produtos novos –
hoje, tempos, recursos, talentos, totalmente dedicados aos produtos a ser
feitos no condomínio industrial em implantação em Goiana, PE.
Sem produtos novos, a Fiat mostrará o Linea
2014 e 1/2. Mudanças na dianteira, interior, painel – e motorização contida no
1.8.
Maior novidade, mudança de posicionamento do
mercado. Deixará de apontar para o Honda Civic – sem chances pela menor
distância entre eixos. E focará sobre outro Honda, menor, o City. Dimensões
atualmente assemelhadas.
Neste, 4,40m em comprimento e 2,55m entre-eixos, mas a
próxima geração, a surgir até o final do ano, a medida crescerá 6 cm.
No Fiat,
respectivos 4,56m e 2,60m. A alteração deve reduzir preço. O City, motor 1600
cm3, 115 cv, transmissão automática de 5 velocidades, topo da lista, sugeridos
R$ 64.000. Versão inicial, transmissão mecânica, R$ 50.000.
Linea 2014 e meio será assim – como o modelo turco
Renault Sandero
Mudanças prontas para renovar o modelo.
Alterações usuais, frente, traseira, grupos ópticos. Para contemporizar
despede-se com a Série Tweed. Em abril.
Lentoster, o fim
Indica o Hyundai Veloster. Linhas polêmicas,
talvez provindas de pesadelo em estudante não aprovado em vestibular de design.
Não é veloz, como sugere o nome e mentiam anúncios de lançamento atribuindo-lhe
140 cv de potência - tinha 120 cv.
Agrada ao mundo Funk, mas sem futuro na vida
real. Fim de importação anunciada por Antônio Maciel, presidente da
distribuidora CAOA, executivo provado e festejado, hábil em fazer limonadas.
Importação parou.
Corolla, careta
Na alternância de liderar vendas no
segmento, a Toyota, em segundo lugar, quer assumir a frente do Honda Civic com
o novo Corolla.
Perdeu a ocasião de impor ritmo no setor, ao
optar pelo modelo europeu, desenho morno, sem personalidade, sugerindo simbiose
entre Hyundai e Honda Accord.
Versão EUA, marcante, tem mais estilo, coragem,
atrevimento. Logo pós Carnaval.
Pimenta
Fiat importará
versão Abarth do 500. Atrevido, estrutura mecânica – freios, direção, suspensão
– adequada à performance obtida no combinar veículo leve com 160 cv, gerados
pelo motor T-Jet 1.4, o 1.400 cm3 turbo. Transmissão Aisin. Abril. (Não é
mineira, e Aisin num é fio do Aí, dono de ficina grande.)
Fords
Três novidades básicas: Ka Concept hatch e sedan,
em maio e julho. E jipe Troller totalmente mudado, desenvolvido sobre
plataforma de picape Ranger. Início de produção em abril e vendas em julho.
Bons
resultados e próximos carros da Renault
Balanço mundial da Renault e início do fim
do ciclo “Mude a Direção”, mostra surpresa: superou o fluxo de
caixa acumulado, entesourando 2,5 bilhões de Euros.
Cresceu a internacionalização
vendendo 50% de sua produção fora da Europa – em 2010,
eram 38%. Brasil é seu
segundo mercado, Rússia terceiro.
Metas para 2017 – faturar 50 bilhões de Euros;
margem operacional de 5%; fluxo de caixa livre positivo a cada ano.
Resultados
atestam foco acertado, incluindo produtos: o novo Clio – três gerações à frente
do aqui vendido -, número 1 da França e 3º. na Europa; pequeno utilitário
esportivo Captur, mais vendido na França e 1º no segmento na Europa. E cumpriu
a promessa de ser bom partícipe do mercado de carros elétricos.
De produtos, sucessores para a van Espace;
Scénic; Mégane, todos em plataformas a servir à Renault e à Nissan.
Na América
Latina, o suv Captur, carro menor, de entrada – no espaço do
Clio -; picape sobre o Duster – aqui anunciado antecipadamente. E picape
concorrente a Toyota Hi Lux, GM S 10, Ford Ranger, VW Amarok – um Nissan Frontier
com cara de Renault.
Na Europa, pretensões: ser segunda mais vendida, fazer sub-marca Dacia, liderar sua classe.
Roda-a-Roda
Mais – Em projeto de crescer nas vendas
mundiais e tendo os EUA como escada necessária, Hyundai anunciou criar nova
marca de luxo. Motor dianteiro e tração traseira, concorrendo com BMW,
Mercedes, Cadillac ATS.
Idem – Como Hyundai novo utilitário
esportivo, pequeno, abaixo do Tucson – no Brasil dito I35 -, concorrente de
Honda Vezel – aqui antecipado mundialmente, será o EcoSport da Honda, sobre
plataforma do novo Honda Fit.
Fundo – Montevidéu é o cenário utilizado
para as tomadas do divertido filme de apresentação do up!
Como cá – Ante a consciência da
incapacidade da estrutura oficial em remover toda a neve entupindo ruas e
impedindo circulação, a população dos EUA quer colaborar.
Nova geração do
picape F 150 terá opcional para remover até 220 kg de neve em cada arrastada.
Dúvidas – A adesão da chinesa Donfeng e
do estado francês ao leque de acionistas da PSA – Peugeot Citroën, em
finalização, preocupa segmentos da economia francesa.
Alegam, os freios
estatais tendem a imobilizar a companhia. Além do governo francês, o chinês
controla a Dongfeng.
Questão – Balanço da AvtoVAZ, maior
fabricante russo, registra perda de US$ 196 milhões e queda de vendas em 19%.
Com a
união Renault-Nissan assumindo o controle, haverá o nunca visto em empresa
quando estatal: 2.500 demissões.
Evidência – Início de vendas da
sino-uruguaia Geely no Brasil faz-se por pequena rede, maioria dividindo
espaços nas revendas Volvo.
Opção - A Geely é dona da marca sueca e a
postura alivia os concessionários. Sem fábrica no Brasil, os Volvo sofrem
imposição de adicionais 30% de impostos, declinando vendas, nublando o futuro.
Gato – Quem não tem cão, caça com
gato. Sem rede de postos de combustível, francesa Total criou a Troca
de Óleo Rápida.
Opera em centros automotivos e, na troca, conferem 15 itens dos
veículos. Líquidos, palhetas do limpador de para brisas e extintor.
Visão – Patrocínio de escola de samba não é
novidade. Mas a Nissan inovou em seu apoio à carioca e famosa Salgueiro.
Quer
mesclar e trocar conhecimentos de design, projeto, logística, entre
a preparação de uma Escola e de um automóvel.
Identidade - Levou carnavalescos à área de
projetos, na Califórnia, e trouxe de lá designers para se
enturmar na escola de samba. Diz, todos têm a ganhar. Quatro filmetes no Youtube:
A Nissan, aquecendo a produção, quer ser a
maior japonesa no País.
Solução? – Francisco Nicolas
Lopes Filho, engenheirando de produção da Faculdade Anhanguera, criou
vaporizador elétrico para combustível.
Diz, capaz de reduzir consumo e emissões
em números fantásticos – entre 20 e 30%.
Permite o aumento da taxa de
compressão a 20:1, otimizando o ciclo, resultados, cilindrada e volume do
motor. Em processo de patenteamento.
Ocasião – Presidente do Sest/Senat,
Senador Clésio Andrade, mandou desenvolver projeto para formar 50 mil novos
motoristas para caminhões e ônibus.
Inclui despesas para obter a Carteira
Nacional de Habilitação a jovens com renda familiar de até três salários
mínimos. Mais? www.sestsenat.org.br ou
pelo 0800 728 2891.
Antigos – Mais divertido, familiar e
nivelado evento antigomobilístico, o Pé Na Tábua – o piso dos
carros antigos era em madeira ... – realizado em Franca, SP, último final de
semana, reuniu recordistas 65 automóveis e motocicletas. Uma alegria, dois dos
veículos – Fords T 1909 e 1913 – tinham mais de um século ...
Tri – Tri campeão mundial de Fórmula 1,
Nelson Piquet, sempre focado, preparou-se para vencer, e o fez pela terceira
vez a bordo em baquet Lincoln de 1927.
Conduz com elegância
aos concorrentes, sem disparar na frente. Tentar bater Piquet provoca grandes
preparações e desenvolvimentos de tecnologia por outros concorrentes.
Família – Mais novo Piquet nas pistas,
Pedro Estácio, 15, foi de Ford Roadster, e motor Ford V8.
Ganhou na
categoria Modificados – em tempo melhor ao do pai tri campeão:
37s29/100 x 39s42/100 no circuito de 1.400m.
Pedro, mais jovem dos Piquet, recordista no Pé na Tábua
Devagar – Equipe Uai, de
Uberaba, vitoriou na prova da Marcha Lenta – anticorrida,
ganha o mais lento para percorrer 100m. No caso, 1’18” – uns 10 km/h.
Gente - Adriano Resende,
marqueteiro, mais trabalho.
OOOO Além de diretor da marca Jeep para
a América Latina, será diretor de marketing do Chrysler Group do Brasil.
OOOO Negócios
de Chrysler, todos sabem, é com sua controladora integral, a Fiat. E lá se trabalha
- muito.
OOOO Deixou a segunda posição na rentável Renault e assume a primeira na crítica PSA Peugeot Citroën.
OOOO Deve localizar e comandar o porto de vitória, cruzando mar proceloso entre o vermelho atual, a sociedade com direito estatal da Dongfeng chinesa e o governo francês, e empréstimos bancários.
OOOO A PSA tem bons produtos, bons planos e precisa de bom comandante para chegar a bom porto.
OOOO Tavares nasceu em Lisboa, correu em automóveis, formou-se na França, fala quatro idiomas, conduziu a Renault e a Nissan nos EUA.
OOOO Dizem velhos conhecidos que ele, como vitoriosos navegadores e conquistadores portugueses, em caso de dúvida toma ares na corrente fria e úmida do Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa.
OOOO Cabral e Vasco da Gama turbinavam-se assim.
OOOO Camões dizia ser o ponto onde acabava a terra e começava o mar - nada como visão poética. Netuno certamente diria o contrário.
OOOO Imagem proposital, Tavares tem oceanos de problemas e desafios à frente.
OOOO Sucesso, ó pá. Que o novo emprego seja porreiro.
____________________________________edita@rnasser.com.br
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