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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O NÚMERO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO NO PAÍS, APESAR DA LEI SECA, AUMENTOU EM 2013, EM RELAÇÃO A 2012, O QUE MOSTRA NÃO SEREM OS MAIS OU MENOS BÊBADOS. É CLARO QUE A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE VÍTIMAS MORTAIS TEM A VER COM EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA QUE ANTES OS CARROS NO BRASIL, FORA OS MAIS CAROS, NÃO TINHAM. O JORNALISTA ROMILDO GUERRANTE CHAMA À ATENÇÃO PARA O FATO.


Acidentes de trânsito aumentam, mas mortes diminuem

Por Romildo Guerrante


O último balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal, a comparação de acidentes entre 2012/20133, incorre no mesmo erro - ou má intenção – que envolve todos os levantamentos. 

Na manchete, o Globo de 25/2 diz que houve menos mortes de lá pra cá, o que é verdade, mas atribui isso à campanha contra os “bêbados”, citando que foram presos quase 12 mil desses espécimes que apanhados com mais de 0,05 miligrama de álcool por litro de vapor nos bafômetros.

Estabeleceram uma correlação entre esses supostos “bêbados” detidos (mais de uma colher de chope) e o número menor de mortos e feridos. 

Mas o número de acidentes AUMENTOU, e eles atribuem isso, lá no finalzinho da matéria, ao crescimento vegetativo da frota. Sim, mas se houve mais acidentes, deveria ser maior o número de vítimas. Não é.

E eles não têm a honestidade de admitir que o uso mais intensivo do cinto de segurança e a renovação da frota com equipamentos que aumentam a segurança passiva (caso dos airbags e das estruturas deformantes) e também ativa (caso dos freios ABS) é que devem ser responsáveis por essa redução.

Depois, os chamados “bêbados” (assim chamados pra colocar a população a favor do álcool zero e da política caça-níqueis da Lei Seca) são responsáveis por apenas 1/6 dos acidentes. 

A maior parte dos acidentes ocorre em ultrapassagens malfeitas e por excesso de velocidade. 

Nada a ver com o álcool. Seria melhor que a Polícia Rodoviária intensificasse de fato a fiscalização nas estradas e que o Dnit fiscalizasse de fato o excesso de velocidade, tirasse de circulação os malucos (que trafegam pelo acostamento em alta velocidade e matam ambulantes todo dias) e corrigisse a falta de sinalização e os erros cavalares de geometria.

Já disse que se for apanhado em Lei Seca porque tomei uma taça de vinho no jantar, e o cara botar na ficha que eu estou embriagado ou bêbado, vou exigir exame médico para definir essa condição.

Nenhum agente desses que nós conhecemos é capaz de emitir um julgamento isento sobre essa condição, isso é função de médicos. 

Os policiais lá fora (que jamais fazem blitzes, isto é coisa de tupiniquim, jabuticaba bruta), quando param um cidadão que está dirigindo é porque suspeitam que algo está errado (trocar de faixa sistematicamente, rotina aqui no Brasil, por exemplo, é motivo para ser parado lá fora.) 

Bafômetro é o último a ser aplicado. Mandam sair do carro, conversam olho no olho (e observam os olhos), sentem o bafo, se ainda suspeitam de algo mandam andar 3m com os pés juntos, contar de trás pra frente etc. 

Só se persistirem sintomas de embriaguez (mais de 0,25 mg de álcool por litro de vapor), submetem o condutor ao bafômetro. 

Mas aqui, como existe apenas um fornecedor de bicos descartáveis de bafômetro (R$ 3 a unidade, US$ 0,25 lá fora), a ordem é aplicar geral e multar todo mundo. 

Dezoito estados já entraram nessa festa pra aumentar a arrecadação, que de tanto ser centralizada no governo federal está obrigando os demais níveis de governo a inventar taxas e multas (sem falar em grandes contratos de obras) para fazer alguma coisa que chame a atenção da população, nem que seja campanha de marketing.

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