Coluna Fernando Calmon
Nº 1.197 — 21/4/22
Honda terá SUV importado,
além do novo HR-V nacional
Um pacote de novos
produtos neste e no próximo ano demonstram que a Honda preparou uma forte
investida no mercado brasileiro depois de retirar de linha o Fit, o WR-V e o
Civic. Em contrapartida lançou o City hatch que, em tese, pretende ocupar o
lugar do Fit. O lançamento mais próximo, em agosto, é o novo HR-V com dimensões
semelhantes ao atual modelo, porém que nada tem a ver com o HR-V de maior porte
já à venda no mercado americano.
Haverá quatro versões
do HR-V: duas terão as mesmas unidades 1.5 DI DOHC i-VTEC produzidas no Brasil já
existentes na linha City e mais duas com o inédito motor 1.5 Turbo Flex. Não
foi informada a potência do segundo motor, mas estará na faixa de 180 cv e montado
localmente a partir de componentes importados.
Em 2023 importará um
novo SUV com base na 11ª geração do Civic. Este é conhecido nos EUA como HR-V, mas
aqui receberá um outro nome. A própria fábrica divulgou uma foto do modelo. Trata-se
do concorrente direto do Compass, do Taos e Corolla Cross. Este vem apresentando
bom desempenho de vendas, inclusive com versão híbrida flex. A Honda não informou
se este novo SUV também oferecerá versão híbrida.
No total a fabricante
terá à venda três produtos importados com sua tecnologia híbrida e:HEV. Além do
Accord e do Civic, também o CR-V (SUV maior do porte do Tiguan e do RAV4).
Confirmou que o Civic Type R desenvolvido para quem aprecia alto desempenho será importado. Em 2022 a Honda completa 25 anos de produção local.
Austríaco Deus Vayanne é um exótico de 2.230 cv
O Salão do Automóvel
de Nova York, aberto até 24 de abril, nem é a maior exposição desse tipo nos
EUA, perdendo para o de Los Angeles. Mas depois de dois anos fora de cartaz em
razão da pandemia voltou ao esquema tradicional, incluindo atrações paralelas como
a maior pista de testes externos para veículos elétricos já criada em um salão
desse tipo.
Entre os modelos
classificados de exóticos, o mais impressionante ficou com a marca austríaca
Deus Automobiles. O projeto do hipercarro elétrico Vayanne teve origem em 2020
e reuniu mais dois nomes de peso: Williams (o braço de engenharia avançada da
equipe de F-1) e a Italdesign. Esta casa italiana de desenho e produção em
pequena escala conseguiu dar foco na simetria e no símbolo geométrico do
infinito tanto na dianteira quanto na traseira.
O Vayanne tem apenas
12 cm de distância livre ao solo. A Deus não forneceu pormenores mecânicos, mas
a potência estimada é de nada menos de 2.230 cv e o torque de 204 kgf.m! Assim,
a corrida em busca de maior desempenho estende-se também aos elétricos. Até
agora as potências declaradas do Pininfarina Battista, do Lotus Evija e do
Rimac C Two rondavam 1.900 cv.
As acelerações
prometidas são estonteantes: 0 a 100 km/h em menos de 2 segundos. Velocidade
máxima superior a 400 km/h. O interior refinado e um quadro de instrumentos
totalmente numérico completam o conjunto. O Vayanne só chega em 2025 e apenas
99 exemplares serão fabricados.
Outro modelo elétrico
de uma nova marca vietnamita, Vinfast, tem pretensões de exportar para os EUA e
Europa. O crossover VF9 desenvolve 402 cv e sua bateria de 106 kWh tem sido o
padrão nos modelos maiores e de maior desempenho. Chevrolet e Ford explicitaram
a rivalidade elétrica com suas picapes grandes: Silverado (673 cv, na versão com
três motores) e F-150 Lightning (570 cv).
Entre os modelos com
motor a combustão as atenções se voltaram para o Bronco Raptor (utilitário raiz
de mais de 400 cv) e o novo Nissan Z (potência a revelar).
Elétrico Kwid E-tech é vantajoso após três
anos de uso?
Renault fez muitas
contas ao decidir importar da China o modelo elétrico mais barato em oferta no
Brasil: R$ 142.900 para encomendas até julho com entregas em agosto. Ainda
assim o Kwid E-Tech custa R$ 74.000 a mais em relação ao Kwid Outsider.
Se for feita
comparação apenas pelo gasto de gasolina ou etanol contra o preço bem menor da
eletricidade, a diferença no custo/km levaria mais de 10 anos para ser
amortizada. No entanto, deve-se considerar manutenção, impostos e desvalorização
no mercado de usados que compõem o chamado custo total de utilização (CTU). Tomando
como base as cotações de uma consultoria especializada em precificação de
usados, a partir do terceiro ano para quem roda 20.000 km/ano a vantagem no CTU
seria para o elétrico, segundo a fabricante.
O hatch compacto
elétrico recebeu um pacote de equipamentos maior que inclui seis airbags,
câmera de ré e sensores traseiros de estacionamento. O elétrico é mais pesado que
o modelo convencional (977 x 825 kg), perde em potência (65 x 71 cv) e ganha em
torque (11,5 contra 10,5 kgf.m). Rodas passaram a ter quatro parafusos em vez
de três em razão do torque maior e instantâneo.
A fabricante informa aceleração
de 0 a 50 km/h do E-Tech em 4,1 s para demonstrar agilidade no trânsito. Mas na
comparação de 0 a 100 km/h o Kwid convencional é um pouco mais rápido (13,2
contra 14,6 s). No uso em cidade o alcance é de até 298 km, se usado o modo de
regeneração. No ciclo combinado cidade/estrada, 265 km. Não foi informado o
alcance em estrada.
O Dacia Spring, equivalente ao Kwid E-tech mas fabricado na Romênia, utiliza um motor elétrico de apenas 45 cv e acelera de 0 a 100 km/h em 19,1 s. Assim é bem mais lento que a versão para o mercado brasileiro.
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