Coluna Fernando Calmon
Nº 1.196 — 14/4/22
NOVO VISUAL E MOTOR TURBO
DÃO FÔLEGO À RENAULT OROCH
Depois de sete anos
no mercado, a picape Oroch (antes Duster Oroch) exigia mudanças. Embora não se
trate de nova geração, o resultado ficou bom em estilo e mecânica.
As modificações concentram-se na parte frontal com uma solução mais estética para os faróis auxiliares (na versão de topo Outsider), além de grade e para-choque novos. Destaque para o ângulo de entrada de 27,6 graus.
Novas rodas de liga leve de 16 pol., apliques
nos para-lamas, retoques nas lanternas traseiras, o nome Oroch estampado na
tampa da caçamba e um “santantônio” de desenho parrudo completam as mudanças.
Interior traz novos materiais, quadro de instrumentos modernizado, ar-condicionado digital, central multimídia flutuante de 8,4 pol. posicionada em posição elevada que permite desviar menos o olhar do trânsito à frente e conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay.
Carregador de celulares por indução é acessório nas
concessionárias. Há câmera e sensores de ré. Houve melhoras ainda em segurança
ativa. São de série sistema anticapotagem e controles de estabilidade e de
partida em rampa. O volante é novo, porém permanece sem regulagem de distância.
A Oroch se posiciona em dimensões entre Strada e Toro, mas é concorrente mesmo da primeira ao oferecer maior espaço interno, porém distante da segunda neste aspecto, principalmente no banco traseiro.
A picape da Renault dispõe agora de um motor
turbo flex de 1,3 L, 170 cv (E)/162 cv (G) e 27,5 kgf.m (o mesmo torque da Toro,
mas esta entrega potência 15 cv superior).
Em primeira e breve
avaliação com o novo motor exclusivo da versão de topo e caixa automática CVT
de oito marchas as acelerações e retomadas impressionaram muito bem pela
favorável relação peso-potência. Aceleração declarada de 0 a 100 km/h: 9,9 s. Supera
nitidamente a Strada que só tem motores de aspiração natural e é até um pouco
melhor que a Toro (por seu porte maior pesa 238 kg mais). Suspensão
independente nas quatro rodas muito boa em curvas. Mas a direção eletro-hidráulica
é um pouco pesada, em especial ao estacionar.
Preços da Oroch vão de R$ 105.800 a R$ 137.100.
Renovação de frota pode sair do papel
Criado por medida
provisória, o programa Renovar inicia por caminhões e ônibus de 30 anos ou mais
de uso. Caminhoneiros autônomos entregariam o veículo numa empresa de
reciclagem (desde que cheguem rodando) e receberiam pelo valor da sucata.
Poderão adquirir outro caminhão usado com menos anos de fabricação e ajuda de um
fundo específico subsidiado de financiamento.
Entretanto faltam regulamentações
para se concretizar. Será possível a inclusão de táxis, porém ainda se definirá
um parâmetro sobre idade do veículo. Mais adiante carros particulares também estariam
elegíveis, embora essa possibilidade pareça bem distante.
Renovação de frota traz benefícios ambientais, segurança de trânsito e economia de combustível. Para isso deveria se criar antes a Inspeção Técnica Veicular (ITV). O problema é que tudo depende de a economia do País crescer a um ritmo maior que daria sustentação à ampliação do mercado automobilístico e à implantação da ITV.
ALTA RODA
PRODUÇÃO de veículos recuou 17% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo
período de 2021. Anfavea informou que os números ficaram abaixo de suas
previsões. Os estoques totais subiram de 24 dias em fevereiro para 25 em março
(normal entre 35 e 40 dias). Apesar de dificuldades para aumentar a produção
pela falta de componentes, manteve sua previsão de crescimento de 8,5% das vendas
ao final de 2022 sobre 2021. A entidade acredita em pequena redução adicional do
IPI em abril. Isso deixa alguns compradores em compasso de espera por menor que
seja eventual repasse aos preços praticados ou possibilidade de reajuste abaixo
do esperado.
Tiggo 7 Pro tem no
interior refinado um dos melhores predicados. Espelho interno convexo amplia a
retrovisão e há até alerta de ponto cego também para passageiros do banco de
trás. O sistema multimídia é de 12,7 pol., mas a área visível não ocupa toda a
largura da tela. Motor turbo (apenas a gasolina, 187 cv e 28 kgf.m) e o câmbio
automatizado de 7 marchas entregam o melhor desempenho entre os SUVs médios-compactos
graças à boa relação peso-potência de 8 kg/cv facilmente notada na avaliação. Outro
destaque: porta-malas de 476 litros. Entre itens de segurança ativa faltam frenagem
automática de emergência e leitor de faixa de rodagem.
NISSAN entrou no clube das fabricantes que resolveram investir mais no mercado
brasileiro. A empresa encolheu nos últimos anos sua linha de produtos aqui
produzidos (March, Versa e transferiu Frontier para a Argentina). Ficou apenas
com o SUV compacto Kicks, que vende bem. Agora anunciou aporte de US$ 250
milhões (R$ 1,1 bilhão) para modernizar a fábrica de Resende (RJ). Um novo SUV
está nos planos. Teria tamanho e preço acima do Kicks. Arquitetura seria
compartilhada com a Renault, apesar de a aliança com Nissan-Mitsubishi passar,
no momento, por novas rusgas, segundo agências de notícias do exterior.
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