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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Jogador profissional de Poker, espanhol Ramon Colillas, de 30 anos, ganhou um prêmio milionário no Pokerstars Players Championship, nas Bahamas de quase R$ 20 milhões. Seu adversário mais direto é o brasileiro Felipe Pantoja


Por Sônia Santos Pereira

O espanhol Ramon Colillas é um profissional do póquer. Ganhou recentemente um prêmio milionário. E o que vai fazer? Continuar a apostar. 

Ramon Colillas era um ilustre desconhecido no mundo do póquer. Mas de repente tudo mudou. Este jovem espanhol, de 30 anos, marcou presença no Pokerstars Players Championship, nas Bahamas, o maior evento na história deste jogo, e ganhou 5,1 milhões de dólares (mais de 4,5 milhões de euros e cerca de R$ 20 milhões). 

Desde janeiro que é um 007 das cartas e deixou de passar incógnito nas mesas dos torneios. “Agora sou constantemente observado. Há jogadores que só pensam em ganhar-me”, conta. 

Para além do avultado prêmio e do prestígio internacional, Ramon Colillas tornou-se embaixador da Pokerstars, uma das maiores operadoras de jogos online no mundo e que marca presença em Portugal. 

Em março, no European Poker Tour Sochi 2019 (Rússia), ganhou apenas 19 mil euros. O torneio promovido pela Pokerstars teve como vencedor o israelita Uri Gilboa, que contabilizou um prêmio de 382 mil euros. 

O póquer mexe com milhões de euros e milhões de jogadores em todo o mundo. O jogo de cartas mais popular do mundo, reconhecido como um desporto de estratégia e habilidade, a par com o xadrez, bridge ou damas, é para muitos uma profissão. 


E não há superstições. Jogo de amigos 
Tudo começa como uma distração. Colillas iniciou-se no póquer aos 19 anos, em jogos com os amigos. 

A sua paixão é o futebol, o seu clube o Barcelona, mas várias lesões acabaram por ditar o fim do sonho de pontapear a bola nos relvados. 

Tornou-se treinador de futebol de camadas jovens e, em simultâneo, começou a dedicar-se ao póquer. Há quase cinco anos assumiu o jogo de cartas como profissão. “Não é um vício, é um desafio mental”, frisa ao Dinheiro Vivo. 

O palmarés (lista de prêmios) do brasileiro Felipe Panjota não se assemelha ao de Ramon Colillas, mas as vitórias são suficientes para viver “confortavelmente” dos rendimentos do póquer. Para o jovem Panjota, este “é um jogo de inteligência, não é possível ficar viciado”. 

Ser profissional de póquer exige “a dedicação de um atleta olímpico – é preciso treinar diariamente, ter disciplina, organização e saber perder”, sublinha. Sorte a dobrar Colillas acorda tarde, porque se deita fora de horas. 


“Trabalho até tarde, mas obrigo-me a ter uma rotina. Como o pequeno-almoço (café da manhã) e visiono os jogos do dia anterior. Vejo onde falhei e procuro melhorar as jogadas. Depois vou jogar”, explicou. Na sua opinião, há alguns mal-entendidos sobre a vida e rotinas de um profissional de póquer. 

“As pessoas não sabem a quantidade de horas que dedicamos à preparação técnica, mental e física”, afirma. Resiliência à frustração é uma das armas que o profissional de póquer tem de assegurar. Segundo Felipe Panjota, o jogador tem de saber gerir a derrota e a frustração que daí advém. 

“Os profissionais de póquer recorrem muito a psicólogos para os ajudar a lidar com a frustração. Todos queremos ganhar, mas é preciso aceitar que nem sempre se ganha e precisamos estar preparados psicologicamente para isso”, diz. Afinal, “em 30 dias a jogar, só se ganha em 11, é preciso ter estrutura para aguentar 19 dias a perder”, alerta. 

A sorte no jogo não é desprezada, mas “é um momento pontual, numa rotina de trabalho e estudo onde predomina a matemática e a estatística”, considera Ramon Colillas. 

Felipe Pantoja alinha na mesma filosofia. Este jogador brasileiro tornou-se especialista em póquer depois de muitos jogos e cursos da especialidade. A sua técnica assenta “no racional, sem superstições”. Para além das cartas, “observo as expressões faciais dos outros jogadores, que dão muitas informações”, sublinha. 

A máxima “sorte ao jogo, azar no amor” também não alinha com o póquer. Ramon Colillas admite “ter sorte a dobrar” e Felipe Pantoja garante “ter uma vida muito confortável com a família”. 

O póquer garante-lhe um rendimento que lhe permite “viver bem”. Jovem e ambicioso Ramon Colillas vive do póquer e apesar do prémio milionário que ganhou nas Bahamas não pensa em retirar-se. 

Este jogo de cartas é a sua profissão. Por isso, o dinheiro é “uma ferramenta de trabalho”, que lhe permite apostar e marcar presença em torneios. 

“Sou demasiado jovem e ambicioso e há muitos torneios que quero fazer. Este ano, vou um mês para Las Vegas”, ilustra. Os impostos que incidem sobre os prêmios são elevados e diferentes de país para país. 





O prêmio ganho por Colillas nas Bahamas não estava sujeito a tributação, mas no Brasil a taxa é de 27,5%. Apesar dos impostos sobre o jogo, os ganhos são claros. 

Não ganhassem Colillas e Pantoja (e muitos outros pelo mundo) o pão do seu dia-a-dia nos jogos de póquer online e nos torneios ao vivo. A jornalista acompanhou o European Poker Tour Sochi 2019 a convite da Pokerstars.

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