Nº 1.039 — 5/4/19
T-CROSS ACIRRA OS
ÂNIMOS
Depois de um lançamento por etapas, iniciado pela versão de
topo Highline (motor turbo de 1,4 L/150 cv com etanol), o T-Cross começa a
chegar às concessionárias com motor turbo, de 1 L/128 cv (etanol).
Primeiro SUV
produzido no Brasil pela VW, 16 anos depois do pioneiro Ford EcoSport, é também
o primeiro produto das grandes fabricantes a estrear exclusivamente com
propulsores turbocomprimidos, como já acontece na Europa. O Golf, ao ser
nacionalizado, chegou a oferecer motor 1,6 L aspirado.
O potencial de sucesso é grande, inclusive de liderar esse segmento
de ânimos acirrados. No ano passado, quatro concorrentes – Creta, HR-V, Kicks e
Renegade, na ordem dos mais vendidos – alcançaram participação de mercado dentro
da faixa dos 14%.
Por disponibilizar motor de 1 litro, o estreante enquadra-se numa
alíquota quatro pontos percentuais menor de IPI, o que se reflete linearmente
no preço final.
Há três versões que representarão 80% das vendas por R$ 84.990
(câmbio manual), R$ 94.990 (automático) e R$ 99.990 (Comfortline). A Highline,
única com o motor mais potente, parte de R$ 109.990. Chega a R$ 125.000 para representar,
neste caso, só 1 ou 2% da comercialização.
Os preços não são muito diferentes do Honda HR-V, por
exemplo (entre R$ 92.500 e R$ 108.500). O T-Cross oferece bom espaço interno,
em especial para as pernas no banco traseiro, perdendo um pouco para cabeças e
ombros.
Quem senta atrás no modelo da VW encontra exclusivas saídas de
ar-condicionado e duas portas USB (além de mais duas dianteiras).
Fato que no interior
há plásticos duros em excesso, porém o nível de segurança é o mais elevado do
segmento para adultos e crianças, nos testes de colisão. Como o modelo deverá
ser exportado para 50 países e o preço sempre se apresenta entre os fatores decisivos,
a fábrica persistiu na mesma estratégia do Polo e Virtus.
Combinação do motor 200 TSI e câmbio manual 6-marchas (deve
representar 10% das vendas) mostra agilidade surpreendente para sua massa de 1.250
kg. Com câmbio automático, também de seis marchas, é algo mais lento e sofrerá em
carga total.
Mas o torque de 20,4 kgfm, equivalente a um 2-litros aspirado, garante
agilidade em ultrapassagens e subidas. Suspensões e direção têm acerto voltado
ao conforto, sem prejuízo para estabilidade em curvas. Freios a disco nas
quatro rodas impressionam pela precisão e eficiência.
Porta-malas de 373 litros, inferior em relação aos
concorrentes (só ganha do Renegade), pode ser ampliado para 420 litros com regulagem
no encosto bipartido (de série) do banco traseiro. Há certo sacrifício do
conforto, em troca de um volume maior para bagagem.
Sistema de multimídia de qualidade, estilo atraente com 1,57
m de altura para se diferenciar dos rivais e fácil de manobrar (apenas 4,20 m
de comprimento), o T-Cross tem as três primeiras revisões grátis e plano de
manutenção por aplicativo que aposentou o manual impresso.
A lista de
equipamentos é grande, de série e opcionais, desde rodas de até 17 pol., câmera
de ré, luzes de LED (diurnas e lanternas traseiras), teto solar panorâmico e assistência
para estacionar em vagas paralelas e transversais.
ALTA RODA
JORNAL inglês Financial Times, sem citar fontes,
apontou futura fusão entre Renault e Nissan/Mitsubishi, incluindo uma oferta
para agregar a FCA. O grupo ítalo-americano tentou nos últimos anos
aproximar-se da GM e da PSA. Essa megafusão faz sentido. Produção combinada
seria de 15 milhões de veículos/ano, volume 50% maior que VW e Toyota,
individualmente.
HÁ anos falta à
Ford um SUV maior que o EcoSport. Se decidiu mostrar a jornalistas brasileiros,
em Detroit, o novo Escape, é porque está a caminho daqui. Mas deve demorar. Inviável
trazer dos EUA com Imposto de Importação de 35%. Resta esperar (mais provável, fim
de 2020) a produção no México, sem esse imposto, e conteúdo maior de peças
mexicanas e brasileiras (40%).
ESCAPE tem porte
quase igual ao VW Tarek argentino e, portanto, pouco maior que o Jeep Compass,
líder absoluto entre os SUVs em 2017 e 2018. Motor para o Brasil seria o atual
1,5 litro de três cilindros, produzido em Taubaté, mas na versão turbo, 183 cv,
que deverá ser enviado ao México. Ford poderá oferecer ainda a versão híbrida
do novo modelo.
CHERY Arrizo 5 é
um sedã compacto anabolizado de estilo bastante atual. Interior espaçoso,
bancos de couro confortáveis e motor 1,5-litro turbo (150 cv). Volante
inclinado (além da conta) e sem regulagem de distância. Câmbio automático CVT
anestesia as respostas do motor, mas a tecla Sport muda bem o seu temperamento.
Porta-malas razoável: 430 L.
LEVANTAMENTO do
site KBB Brasil, ao analisar mais de um milhão de anúncios, mostra que
motorista brasileiro de carro compacto roda em média 12.900 km, no primeiro ano
de uso. No caso de automóveis médios e grandes, 11.700 km e 10.100 km,
respectivamente. À medida que o veículo envelhece, distância anual percorrida
cai quase 2.000 km, após cinco anos.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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