Pesquisar este Blog do Arnaldo Moreira

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

PEUGEOT APRESENTA NO SALÃO DO AUTOMÓVEL DE PARIS O MODELO 208 HYBRID AIR 2L


A Peugeot apresenta no Salão do Automóvel de Paris o tecnológico 208 HYbrid Air 2L. 

Ele é a síntese de uma série de tecnologias que respondem ao projeto governamental de fazer um carro que consuma apenas 50 km/l. 

Este projeto comporta um critério imponderável; as tecnologias empregadas devem ser industrializadas a um custo acessível até 2020.

O objetivo desse modelo é, portanto, muito ambicioso. Trata-se de cortar pela metade o consumo já bastante moderado de um 208. 


Para tanto, é preciso trabalhar em diferentes frentes. Com efeito, a redução de um pequeno grama de CO2 é um verdadeiro desafio. No ciclo NEDC, a redução de um grama corresponde a:

- uma diminuição de peso de 10 kg;

- ou uma redução do consumo elétrico de 50 W;

- ou uma redução da resistência à rodagem de 6 N;

- ou uma melhoria do SCx de 0,03 m².

Por outro lado, um aumento de 1% do rendimento do motor permite reduzir as emissões de CO2 na mesma proporção.

O 208 HYbrid Air 2L é baseado num modelo de série, o 208 1.2L PureTech 82 BVM5, que apresenta os seguintes valores:

- consumo: 22,2 km/l;

- emissões de CO2: 104 g/km;

- massa: 960 kg

- SCx: 0,65 m2

Para reduzir o consumo e atingir 50 km/l, os engenheiros do grupo e os parceiros do projeto utilizaram tecnologias até então restritas à competição ou aos veículos de luxo. 


Após uma rigorosa seleção, foram escolhidas apenas as tecnologias que pudessem ser industrializadas numa fábrica já existente e numa cadência industrial elevada. 

Além disso, trata-se de reduzir o consumo sem alterar as qualidades do carro – um estilo forte associado a desempenhos de alto nível.

Uma massa de apenas 860 kg
O Peugeot 208 de série utiliza maciçamente o aço, matéria que compõe tanto a estrutura quanto os revestimentos. 


Com uma densidade de 7,850 kg/m3, a utilização de materiais alternativos, como os compósitos ou o alumínio, apresenta um verdadeiro potencial. 

De fato, a densidade de um compósito de carbono é de cerca de 1,200 kg/m3 e a do alumínio, de aproximadamente 2,700 kg/m3. 

No entanto, a substituição de uma peça de aço por outra idêntica de alumínio nem sempre é possível. Há que se levar em conta as propriedades mecânicas e o custo dos materiais.

Essa concepção que utiliza diversos materiais representa um desafio. Para tanto, é preciso realizar montagens mistas utilizando aço / alumínio / materiais compósitos e desenvolver novas tecnologias de montagem. É um dos principais eixos do projeto.

A estrutura de aço acolhe um novo assoalho de material compósito que contribui para absorver a energia em caso de choque. Este conjunto é submetido a uma cataforese durante o processo de fabricação, e o assoalho em material compósito é constituído por três elementos montados por colagem utilizando a tecnologia termoplástica.

A rigidez dos materiais compósitos também é explorada para simplificar a concepção de algumas peças. 


A tampa do porta-malas é dotada de uma arquitetura semi-estrutural, que associa um exterior e um forro com espessura de 1,5 mm, assegurando sua resistência à torção e dispensando assim o acréscimo de reforço nas áreas planas devido à otimização da direção das fibras de carbono em função das forças que atuam sobre elas. 

A rigidez e a densidade reduzida permitem eliminar um dos dois amortecedores da tampa traseira, proporcionando uma redução suplementar do peso. 

Finalmente, na moldagem, é feita uma abertura no forro para acolher o chicote elétrico, reduzindo assim o número de grampos.

As laterais e os painéis da carroceria, as portas e o teto também utilizam materiais compósitos de carbono, assim como as molas helicoidais de suspensão. 


Nestas, a utilização do material compósito tem um impacto positivo sobre o comportamento dinâmico, devido à redução de peso.

O sub-chassis do motor e as longarinas são feitos em alumínio, um metal que tem propriedades de proteção cinética. 


 Com efeito, ao contato com o oxigênio, o alumínio é naturalmente recoberto por uma fina camada de alumina, que o protege em profundidade da corrosão. 

Além disso, o alumínio pode ser reciclado sem que se alterem suas propriedades mecânicas.

No entanto, os esforços para reduzir o peso não se concentram apenas na utilização de novos materiais, mas também na remodelação das peças existentes. 


Assim, graças à adaptação das espessuras da linha de escapamento em inox, foi possível reduzir em 20% o peso desta peça.

Baseado num 208 de série particularmente leve, o 208 HYbrid Air 2L consegue uma diminuição de massa importante. 


Os materiais, a remodelação das peças, assim como os novos processos possibilitaram uma redução de 100 kg.

Um grupo motopropulsor que conjuga eficiência e prazer de condução

O 208 1.2L PureTech 82 possui de série um motor a gasolina associado a um câmbio mecânico de 5 marchas. 


Este conjunto foi substituído por um propulsor híbrido a gasolina e ar comprimido. A tecnologia HYbrid Air combina duas energias para atingir o melhor rendimento de acordo com as diferentes situações, ajudando e até mesmo substituindo o motor a gasolina, para permitir a máxima eficiência durante as fases de transição, tais como acelerações e arrancadas.

Essa tecnologia é composta:

- por um reservatório de energia que contém ar comprimido, situado sob o assoalho do porta-malas;

- por um reservatório de baixa pressão situado na altura da travessa da suspensão traseira e servindo de espaço de expansão;

- por um grupo hidráulico composto por um motor e uma bomba, instalado sob o capô na transmissão.

Esta última é composta por um trem epicicloidal automatizado para gerenciar a repartição entre as duas energias. 


Ela substitui o câmbio mecânico e oferece, além disso, prestações de automatização da troca de marchas.

Os dois reservatórios, situados na parte traseira, são constituídos por um núcleo de alumínio que garante a estanqueidade, recoberto por um material compósito, que lhes dá robustez.

Dependendo da situação encontrada, o sistema de monitoramento seleciona, de forma totalmente transparente para o condutor, o modo que lhe permite alcançar o melhor rendimento.

No modo “Air” (ZEV), apenas a energia contida no ar comprimido impulsiona o veículo. 


Sem qualquer consumo de gasolina ou emissão de CO2, este modo de funcionamento manifesta toda sua essência no trânsito urbano.

Em modo “Gasolina”, apenas o motor a gasolina movimenta o veículo. Este modo é particularmente adaptado para estradas, com velocidade estabilizada. 


O modo “Combinado” se destina especialmente às fases transitórias na cidade e na estrada (arrancadas, acelerações). 

Ele combina as duas energias em proporções ajustadas para atingir um consumo otimizado.

O reservatório de energia pode ser carregado nas fases de desaceleração (quando o condutor freia ou retira o pé do acelerador) ou por meio da energia desenvolvida pelo motor de 3 cilindros a gasolina a fim de comprimir o ar. 


Em ambos os casos, a capacidade energética máxima do acumulador sob pressão é atingida rapidamente, em apenas dez segundos.

O motor de três cilindros a gasolina 1.2L PureTech 82 de última geração foi otimizado, especialmente no que diz respeito às perdas por atrito. 


Elas representam cerca de 20% da potência consumida por um motor. Para reduzi-las, ambos os comandos de válvulas e os pistões são recobertos por um revestimento Diamond Like Carbon.

Associado a novas buchas em polímero, o motor contém um óleo de baixíssima viscosidade, de modo a atingir mais rapidamente o ponto de funcionamento ideal do motor. Graças a essas evoluções, o rendimento do motor tem uma melhora de 4%.

Um estilo naturalmente eficiente
A fluidez está incorporada ao estilo da Marca. O 208 HYbrid Air 2L oferece uma série de melhorias para reduzir o arrasto. 


Assim, a altura é rebaixada e um módulo de entrada de ar automatizado gerencia o fluxo de ar que penetra sob o capô, deixando entrar apenas o necessário.

O fluxo também foi melhorado mediante a colocação de um arremate na junção entre as colunas A e o para-brisa. 


A parte traseira comporta um spoiler integrado à tampa do porta-malas e um extrator de ar sob a carroceria. 

O extrator permite que o ar seja extraído livremente sob o veículo, sem nenhum entrave graças à carenagem sob o piso da carroceria.

Nas laterais da carroceria, os retrovisores de capa rígida são substituídos por uma câmera sobre um suporte perfilado, que alia a beleza à eficiência. 


As rodas, dotadas de um diâmetro importante, são equipadas com calotas aerodinâmicas.

Os pneus, com sua arquitetura inovadora, reforçam esse desempenho. A escolha dos materiais e a concepção da banda de rodagem permitem a combinação de uma pequena largura com um grande diâmetro. Tudo isso ajuda a melhorar a aerodinâmica e a resistência ao rolamento dos pneus.

Essa arquitetura apresenta outras vantagens: melhor absorção das irregularidades do piso, melhor resistência à aquaplanagem e conforto acústico superior. 


 O SCx resultante constitui um verdadeiro avanço, com melhora de mais de 20%, sem comprometer a habitabilidade e o porta-malas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário

ACESSE TODAS AS POSTAGENS E SAIBA TUDO SOBRE O MUNDO AUTOMOTIVO.