Alta Roda nº 714
3/1/13
Fernando Calmon
DISTRAÇÃO EM AÇÃO
Já se sabe, há muito, que distrações ao volante são causas
de acidentes, algumas vezes fatais.
As estatísticas no Brasil, pouco
confiáveis, não chegam a captar corretamente esse problema. Mas, no exterior,
em especial nos EUA, os estudos se aprofundam.
A Administração Nacional de Segurança de Tráfego em Rodovias
(NHTSA, em inglês) informou que mais de 900.000 colisões envolvendo distração
dos motoristas foram reportadas pelos policiais em 2011.
Destas, 26.000
ocorreram em razão de ajuste em dispositivos portáteis ou controles nos
veículos. Mais de 5.000 pessoas morreram por falta de atenção, em torno de 15%
das fatalidades totais.
Distrações têm várias origens e causas: cansaço, sonolência,
conversa com ocupantes, estresse, doenças, idade, entre outras.
Mais
recentemente, o uso de equipamentos instalados a bordo ou embarcados – celulares,
tabletes, tocadores de áudio e vídeo, navegadores, telefones inteligentes (e
sua frenética troca de textos) – passaram a ser fontes de preocupação.
No passado, motoristas se limitavam a mudar estação de rádio
ou faixa musical, ajustar temperatura do ar-condicionado, ligar faróis ou
limpadores.
Agora, a corrida tecnológica envolve produtores de automóveis e
compradores, principalmente os jovens, e exige conectividade total.
Aperfeiçoar a interface homem-máquina pode ser uma saída
para gerenciar esses riscos ao unir segurança e conveniência.
A tendência é
programar os dispositivos para utilização em condições favoráveis, como baixas
velocidades no trânsito e paradas em semáforos ou congestionamentos.
Condições
meteorológicas, visibilidade (à noite, em particular) e até traçado do percurso
(via GPS) levariam a restrições voluntárias, adotadas pelos próprios fabricantes.
Pesquisas apontam outras soluções, além das tradicionais
teclas no volante: ativação direta por voz em vários idiomas, botões que
indiquem sensação tátil para não deixar o motorista em dúvida e tela de toque
com sensibilidade adequada e fácil entendimento.
A empresa Seeing Machines propõe tecnologia de
reconhecimento do rosto ou de movimentos dos olhos. Sua câmera avisa ao
motorista quando ele não está suficientemente atento ao dirigir e pode ativar
alarmes luminosos e sonoros ou restringir a conectividade.
O tempo para dar uma espiada no painel ou no sistema de
áudio não deve passar de dois segundos.
Mudar o tipo e o tamanho da fonte das
letras permite ganho de 11% na leitura. Essa pequena diferença, em velocidade
típica de rodovias, abrevia em cerca de 20 metros a distância percorrida em que
o motorista deixou de fixar o olhar no caminho à frente.
Os produtores de celulares ajudariam se mudassem a tipologia
de mensagens e comandos, pois alguns modelos de carros de maior preço permitem
replicá-los na tela multimídia do veículo.
Outra forma, mais difundida, é
aperfeiçoar sistemas de conversão de texto para voz e vice-versa. Para os
viciados em troca de mensagens e torpedos seria uma ajuda ao reduzir
possibilidades de distração.
Embora a NHTSA não tenha chegado ao ponto de se preocupar
com a tipologia nas telas, incentiva qualquer inovação que permita diminuir o
intervalo de tempo em que os motoristas tiram os olhos da estrada.
RODA VIVA
FÁBRICA em
construção da Fiat, em Goiana (PE), produzirá mais de um modelo, com certeza,
além do SUV compacto com base no 500 X italiano.
Há algum exagero nas
especulações. Já apontaram cinco produtos, inclusive da Chrysler, como
“certos”. Empresa avançará com cuidado, pois exigências de capital são grandes.
Substituto do Mille ficará em Betim (MG).
CHERY informou
que no início de 2014 terá à venda o Celler (primeiro hatch e logo depois,
sedã) produzido em Jacareí (SP). Ainda não confirma, mas a coluna adianta que o
subcompacto QQ está nos planos para o final do mesmo ano.
Em 2013, poderá
importar da China e Uruguai, sem superIPI, graças à cota confortável, até 35.000
unidades.
ETIQUETAS eletrônicas
de controle da frota (impostos, multas) do programa Siniav atrasarão, pelo
menos, até julho próximo.
De custo baixo (uns R$ 15,00), podem até sair de
graça. Indigestos são os R$ 200,00 (com impostos e mão de obra) dos
rastreadores obrigatórios que “ameaçam” começar ainda este ano de forma
paulatina, se aprovados nos testes.
LAMBANÇAS como as
do Latin NCAP acontecem até nos EUA. Instituto das Seguradoras para Segurança
Rodoviária (IIHS, em inglês) resolveu “inventar” um teste de choque contra
barreira com apenas 25% da parte frontal.
As forças geradas são enormes e não
previstas em regulamentações. Maioria dos carros, claro, teve notas baixas:
apenas 2 ou 3 estrelas.
BATERIA também
sofre e muito no verão, lembra a Heliar. Se recebeu carga de outro veículo para
uma partida emergencial, deve rodar pelo menos 20 minutos só para repor a
necessidade de nova partida.
Informa ainda que deixar o pé no freio por longo
período, com motor em marcha-lenta (especialmente em câmbios automáticos), também
drena energia.
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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
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