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quarta-feira, 30 de julho de 2014

O BRASIL NÃO TEM UMA FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS DOMÉSTICA. O PAÍS FAZ SUCESSO NA FABRICAÇÃO DE AVIÕES, MAS NÃO CONSEGUE SE IMPOR QUANDO SE TRATA DE CARROS. A ÚLTIMA EXPERIÊNCIA FOI DA TROLLER NASCIDA NO CEARÁ, MAS TRANSFERIDA OITO ANOS DEPOIS PARA O PODER ESTADUNIDENSE DA FORD. SERÁ QUE ESSE QUADRO PODE MUDAR E O PAÍS PODERÁ TER UMA MARCA LEGÍTIMA BRASILEIRA DE CARROS?



MECÂNICA ONLINE®

Nº 74  — 30 / 07 / 2014


Um novo cenário na 
produção nacional de veículos

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Qual o fabricante nacional de veículos? O Brasil não tem um único nessa seleta lista mundial de marcas como Volkswagen, Ford, Fiat, General Motors e tantas outras. 

E olha que fabricamos aviões, mas não carros. Fabricamos, sim, mas sempre por meio de multinacionais.

Ainda assim, a notícia é positiva. Um novo cenário na produção nacional de veículos começa a ser desenhado com o aumento da quantidade de fábricas instaladas em nosso território. 

Um agente que impulsionou esse crescimento foi o Programa Inovar-Auto, que, de certa forma, obrigou qualquer empresa estrangeira a investir numa linha de montagem local para ter condições de competir.

Nada menos que nove fábricas estão sendo inauguradas nos próximos anos, duas delas inclusive, já estão operando e abriram essa nova onda de investimentos, a da Toyota, em Sorocaba, e a da Hyundai, em Piracicaba.

Apesar da concentração no Estado de São Paulo, já observamos a descentralização. Santa Catarina e Pernambuco, onde BMW e Fiat investem em novas instalações fazem suas estreias nesse mapa.

O Nordeste avança, acompanhando o bom momento econômico da região e suas previsões de consumo, cada vez maiores.


A convite da Ford estive na cidade de Horizonte, no Ceará, onde a fabricante realizou a reinauguração da fábrica da Troller, onde é produzida a nova geração do T4. 

Foram mudanças significativas em todos os setores para a produção da segunda geração do utilitário, com foco na qualidade e produtividade. 

O objetivo foi estruturar a unidade para a ampla renovação feita no veículo, que vai desde a carroceria até a motorização e equipamentos.

Os investimentos na modernização da planta incluíram novos processos de estamparia, soldagem, pintura e montagem e também a construção e reforma de instalações de apoio. 


Entre elas, dois novos depósitos de peças, pista de testes, estacionamento, portaria, restaurante e vestiários, além de reforços na infraestrutura, como uma nova subestação de energia, canais de drenagem, sistemas de iluminação e segurança.

Com a ampliação a fábrica passou a contar com 21 mil metros quadrados de área construída, em uma área total de mais de 95 mil metros quadrados. 


A soldagem por robôs e a estampagem de peças por compressão a quente estão entre os novos sistemas adotados na manufatura.

Solda por robôs e estampagem a quente - O Novo Troller T4 utiliza chassi com perfil retangular fechado e um novo conceito de carroceria, chamado “space frame”. 


A sua estrutura tubular metálica é soldada por robôs, o que garante mais qualidade na montagem e estabilidade dimensional do veículo. 

Sobre essa base são aplicadas as peças estampadas em compósito especial – um material de fibra de vidro, resistente ao fogo, corrosão e impactos.

A produção dessas peças também é feita por um processo novo e exclusivo, chamado SMC (“Sheet Moulding Compound”), de moldagem por compressão a quente em moldes de aço. 

Suas principais vantagens são a estabilidade dimensional e resistência, além de menor peso e excelente acabamento de superfície, que refletem na qualidade final do produto.

O sistema de pintura da fábrica também recebeu importantes modificações. Uma nova cabine foi instalada, com uma tecnologia que permite a definição da cor do veículo através do toque de apenas um botão. 

Ela torna o processo mais rápido e eficiente e conta com equipamentos que reduzem a emissão de compostos orgânicos voláteis.


Na linha de montagem foram instalados novos dispositivos, ferramentas e um novo sistema eletrônico para aperto e torque de parafusos. 

Além disso, a fábrica passou a contar com um novo processo de testes e validação de todo o conteúdo eletrônico dos veículos.

Além das mudanças na área de manufatura do Novo T4, os investimentos na planta incluíram a construção de nova portaria, novos vestiários, um novo restaurante para os empregados e uma pista para testes específicos em todos os veículos que saem da linha de produção, com simulação de pisos de estrada e fora de estrada.


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