Diversos leitores do Blog e amigos que encontro me perguntam se essa marca Chery é boa, se é confiável? A única resposta honesta que tenho é que nunca andei em nenhum e que vi bastantes rodando em Santiago do Chile.
Na verdade, a chinesa Chery não tem feito até agora grande sucesso no Brasil, mas pretende mudar esse quadro com o investimento de US$ 400 milhões na fábrica de carros e de R$ 130 milhões na de motores "tudo bancado pela Chery", revela o presidente Roger Peng que comanda a marca no País.
"O Brasil é o primeiro país a ter uma fábrica completa da Chery fora da China, com processos como pintura, usinagem e montagem", frisa Peng.
A marca há uns dias anunciou um aumento considerável das vendas no primeiro quadrimestre deste ano de 1,1 mil carros, 121% a mais do que no mesmo período de 2013. Em abril, vendeu 776 carros contra 446 no mesmo mês do ano passado. O Celer e o Mini SUV QQ foram os mais vendidos.
Enfeitado com laço também vermelho, uma tradição na China, o carro foi bolo de uma festa muito significativa decorada com balões vermelhos de que participaram 120 funcionários.
Roger Peng, de 47 anos, que em janeiro assumiu a presidência da Chery do Brasil, explicou que se tratou de uma cerimônia para dar sorte, encorajar e motivar as pessoas a fazerem um bom trabalho.
A primeira fábrica de carros chineses no País será inaugurada em agosto com produção pré-série (para testes da linha de montagem) do modelo em versões hatch e sedã.
Após atraso de um ano, a fábrica inicia as operações em novembro, num momento em que a indústria automobilística passa por uma crise, com produção e vendas em queda e dispensa de trabalhadores, fato que preocupa o presidente Peng, que apesar da pressão da matriz, esclarece que "o nosso investimento é para o longo prazo e temos confiança de que o mercado voltará a crescer".
"Hoje, o mercado pode não ser tão atrativo, mas no longo prazo será", ressaltou Peng, ao lembrar que a flutuação econômica também ocorre na China e em outros países.
Peng considera importante para o plano de globalização da Chery ter uma base de produção no Brasil, e adianta que a meta é atingir 3% de participação nas vendas de automóveis e comerciais leves entre 2017 e 2018,quando a fábrica atingirá capacidade de produção anual de 150 mil veículos, volume que ele considera alcançável.
No primeiro ano, a capacidade será de 50 mil unidades. O Celer brasileiro passou por reestilização e chega com mudanças nas partes frontal e traseira, principalmente no capô e na grade.
O modelo nacional terá inicialmente 50% de componentes locais, entre eles motor (que também começou a ser produzido em Jacareí), bancos, suspensão, pneus, baterias, para-choque e parte do painel.
A maioria das peças está sendo adquirida de empresas instaladas num raio de 100 quilômetros da fábrica que, no futuro, terá alguns fornecedores em seu parque industrial, enquanto as partes importadas virão da China.
A Chery mantem o preço do Celer nacional em segredo, embora o presidente Peng o considere "justo e acessível". O hatch importado custa R$ 32 mil.
Em 2015, a Chery ainda produzirá o QQ, mas o modelo será substituído, em 2016, por um utilitário-esportivo pequeno, o novo Tiggo, por enquanto chamado de projeto T17. A montadora está ainda desenvolvendo dois novos projetos globais, o S31 e o S32.
"Nossos carros não são chineses, são globais e vamos fazer um excelente produto no Brasil", assegura Peng.
"Trouxemos a mais avançada tecnologia que temos na área de pintura, desenvolvida pela Chery e aplicada na nova fábrica do grupo inaugurada no ano passado na China. É um sistema que economiza água e energia", revelou.
Na China, a estatal Chery é a sétima maior montadora e a primeira entre as marcas independentes (sem parceria com multinacionais).
Foi fundada em 1997 e este ano deve produzir mais de 550 mil veículos, dos quais 190 mil serão exportados.
A América Latina, incluindo o Brasil, ficará com 30% desse volume. A intenção da marca é abastecer a região com os carros feitos no País, especialmente Argentina, Uruguai e Venezuela.
O custo Brasil pesou na decisão de ter fábrica, mas ele lembra que a produção local permite rapidez na entrega. Os carros da China levam de quatro a cinco meses para chegar ao País.
Os altos custos brasileiros levaram a Chery a trazer da China 60% do material usado na obra da fábrica, como as vigas de ferro que sustentam os edifícios.
A linha de montagem está 85% concluída, mas ainda há muitas obras em andamento, principalmente na parte externa. A unidade já conta com 200 funcionários em treinamento.
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