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quinta-feira, 12 de junho de 2014

O PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM VEICULAR, IMPLANTADO EM 2009, COM APENAS A INCLUSÃO DAS MARCAS TRADICIONAIS INSTALADAS NO BRASIL VOLTA À PAUTA DA COLUNA DE FERNANDO CALMON

Alta Roda

Nº 788 — 12/6/14

Fernando Calmon



VALORIZAR A EFICIÊNCIA

Se existe um programa governamental que deu certo, com (quase) unanimidade do ponto de vista técnico, é o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). 

Embora estudos tenham se iniciado bem antes, o programa coordenado pelo Inmetro estreou em 2009 com apenas cinco marcas: Chevrolet, Fiat, Honda, Kia e Volkswagen. 

No ano passado, como reflexo das exigências do regime Inovar-Auto, 35 marcas haviam aderido, inclusive importadas sem plano de produção local.

Única “desistente”, por enquanto, é a Chevrolet, mas até 2017 todas as marcas participarão inclusive por razão de sanções financeiras previstas no regime. 

A meta compulsória, em relação a 2012, é melhorar a eficiência energética em 12%, o que significa, na prática, diminuição de consumo em 13,6%, sempre considerada a média dos modelos à venda de cada fabricante. 

Há dois objetivos voluntárias: redução de 18,2% e 23,1%. Nestes casos, a empresa receberá um bônus de 1% e 2% do IPI, respectivamente, apenas entre 2017 e 2020.

Acredita-se que a maioria das fábricas tentará atingir pelo menos o primeiro nível do desafio adicional, o que inclui custos de difícil repasse ao preço final de venda. 
Indicativo disso foram “escaramuças” iniciadas com o Renault Clio, em 2012. 

Em seguida, o VW up!, com seu motor de 3 cilindros, passou à frente nas configurações que incluem ar-condicionado e direção eletroassistida.

Semana passada, antes mesmo do início de vendas do Ka previsto para agosto próximo, a Ford anunciou que o seu compacto, também tricilíndrico, alcançou a melhor média absoluta até agora: 8,9 km/l, etanol e 13 km/l, gasolina na cidade, e de 10,4 km/l, etanol e 15,1 km/l, gasolina na estrada. 

Sua eficiência energética é de 1,56 MJ (megajoule)/km, o que leva em conta as diferenças químicas entre etanol e gasolina. Deve-se ressaltar que os números incluem ar-condicionado e direção de assistência elétrica.

Em programas desse alcance pode existir alguma controvérsia, no caso, o enquadramento pelo porte dos veículos. 

Optou-se pela área projetada no solo (largura x comprimento) e a massa. Criaram-se, assim, cinco categorias para modelos de passageiros e sete categorias especiais, de esportivo a minivan. 

Quanto ao ar-condicionado, não é ligado durante os testes em dinamômetro, mas a sua influência é computada previamente por uma penalidade fixa. 

Provavelmente, o Inmetro incluirá, depois de 2017, o equipamento em funcionamento para estimular sistemas eficientes como compressor de geometria variável.

O instituto não mudou – e nem poderia, no momento – o ciclo de medição, como aconteceu na Europa, para considerar a função desliga-liga motor, que em cidade melhora o consumo, em especial nos congestionamentos. 

Veículos híbridos são os que mais se beneficiam por ciclos sem ajustes. Europa está atrasada quanto à correção de resultados para o “mundo real”, o que Brasil e EUA já fazem.

O PBEV inclui ainda dados de emissões de gases reguladas e de efeito estufa (CO2 fóssil). 

Hoje 36% dos modelos participantes precisam vir de fábrica com a etiqueta nos carros em exposição nas lojas. 

Mas até 2017, aos poucos, todos os veículos de todas as marcas terão de afixá-las. Compradores poderão assim valorizar veículos mais eficientes.
RODA VIVA

PERMANECEM dúvidas sobre nível de queda nas vendas e produção este ano. Nos cinco primeiros meses, em relação a 2013, tombo foi de 5,5% e de 13,3%, respectivamente. 

Por efeito estatístico (primeiro semestre do ano passado melhor que o segundo), é provável 2014 fechar entre -5% e -1% de crescimento. Depende se o IPI subir parcialmente (mais 2 p.p.) ou nem subir em 1º de julho.

ESTOQUES
totais estabilizados em preocupantes 41 dias não ajudam a manter o nível de emprego, mesmo que exportações para Argentina reajam. 

Para os quatro fabricantes de maior tradição (Fiat, Ford, GM e VW) a vida continua difícil. Juntos conseguiram 64,4% de participação de janeiro a maio, pela primeira vez abaixo de 65%.

MINI mudou, sem mudar. Sem desmerecer o espírito do modelo original de 1959, o carro ficou um pouco maior que a geração anterior, por dentro e por fora, e ainda cinco kg mais leve. 

Já painel e quadro de instrumentos estão bem diferentes, para melhor. Surpreende o novo motor 3-cilindros, 1,5 L, de 136 cv. Preços chegam a R$ 124.950 (básico na faixa de R$ 85 mil).

AGORA apenas na versão Griffe, Peugeot 3008 agrada pelo desempenho e ao mesmo tempo suavidade ao volante. 

Combinação de motor 1,6 L Turbo/165 cv e câmbio automático de seis marchas é adequada para a proposta de um modelo espaçoso e formato de carroceria que o diferencia de um simples SUV. Porta-malas de 512 L equivale a de um sedã compacto.

CIVIC recebeu retoques bem sutis para marcar o ano-modelo 2015 e só na versão intermediária LXR. 

Nova grade, por exemplo, pode-se colocar sem dificuldade no modelo 2014. 

Agora com rodas de liga leve de 17 pol., dirigibilidade melhorou, de forma também discreta. 

Preço subiu em torno de R$ 500,00, abaixo do que valem as mudanças.
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fernando@calmon.jor.br e twitter.com/fernandocalmon

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