Como os freios evoluem
A partir de 1º de janeiro de 2014, nenhum modelo poderá ser comercializado
no Brasil sem freios antitravamento (ABS). A importância desse dispositivo muitas vezes é
mal compreendida.
Seu funcionamento permite manter o controle do volante em uma
frenagem emergencial e encurta a distância de parada, especialmente em piso
molhado ou escorregadio. Para o máximo de eficiência o motorista precisa aplicar
força total ao pedal de freio. Essa função é exercida de forma automática pelo
BAS (Sistema de Assistência aos Freios, em inglês), ainda não obrigatório no País,
mas deveria sê-lo.
O carro equipado com ABS (o da direita) freia num espaço mais curto que o sem freio assistido e o motorista pode freiar nas curvas sem que as rodas travem |
Há outras tecnologias que nasceram em função de sensores,
atuadores e controles do ABS. Bem conhecido é o ESC (Controle Eletrônico de
Estabilidade), em processo de obrigatoriedade paulatina nos carros novos nos
EUA e na Europa. ESC também evoluiu e inibe situações em que podem ocorrer
capotagem ou um reboque ziguezaguear.
Ao lado da sensível evolução da capacidade de processamento,
volume, peso e custo do ABS caíram de preço substancialmente, desde sua
introdução em 1978. Permitiu que carros mais baratos o adotassem. No entanto,
há desafios pela frente.
Ampliar o uso de sistemas para evitar acidentes ou
mitigar seus efeitos (diminuindo a velocidade de colisão) exige controles
eletrônicos que possam gerar enormes pressões hidráulicas de frenagem, em curto
período de atuação.
Hoje, bombas de vácuo auxiliam nesse papel. Mas também é necessária
a integração crescente entre freios regenerativos (para recarregar baterias) e
os convencionais por atrito, de forma amigável ao motorista.
Assistência
totalmente elétrica seria uma solução, porém há resistências depois que um
fabricante de grande prestígio experimentou sérias dificuldades em campo e
abandonou a tecnologia.
Assistência elétrica, no entanto, chegará algum dia, até em
razão do prometido futuro direcionado aos carros elétricos em cidades. Sem
contar que automóveis convencionais serão produzidos ainda por décadas.
Enquanto
aquele cenário não se concretiza, há uma aplicação parcial, simples e universal.
Freio de estacionamento com acionamento elétrico (foto) que já está disponível,
por ora, em modelos caros e agrega vantagens.
Para citar algumas: retirada da alavanca ou pedal do freio auxiliar
e a consequente liberação de precioso espaço no habitáculo; eliminação de cabos
de aço que se desgastam e exigem regulagens constantes; acionamento com eficácia
total sem exigir esforço físico, mesmo ao travar e destravar (mulheres, em
especial, agradecem); facilidade de instalação nas rodas traseiras ou
dianteiras; apenas um botão para acionar.
Benefício secundário, porém bastante útil, é a possível atuação
automática em subidas e descidas. Além disso, em câmbios automáticos, na
posição D (Drive), dispensa o motorista de pisar no pedal do freio de serviço
para anular o pequeno deslocamento do carro em marcha lenta. Quem enfrenta o para-e-anda
do trânsito sabe o que incomoda ao longo da jornada.
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