Nº 684 - 10/6/2012
Fernando Calmon
PÉ NO
ACELERADOR
Já
se sabe que o Brasil é o País dos compactos e as variações sobre o mesmo tema
não param de surgir. O mais recente nessa leva é o Chevrolet Sonic que a GM
traz agora da Coreia do Sul. A empresa terá que absorver, provisoriamente, a
diferença de carga tributária de 35% de imposto de importação e 30% extras de
IPI, à espera do início da produção mexicana, em meados do segundo semestre. Em
outros tempos, o lançamento seria adiado, mas a disputa no mercado está tão
intensa que ninguém pisca os olhos.
Tanto
o hatch como o sedã, em duas versões de acabamento (LT e LTZ), câmbio manual de
cinco marchas ou automático de seis, trafegam na faixa de R$ 46.200,00 a R$
56.100,00, como se importados do México. O Sonic é o primeiro carro realmente
pequeno que a GM produz nos EUA (Ohio), em estratégia diferente da Ford, que fabrica
o Fiesta no México. Mas, enquanto a GM não terá um Sonic nacional, a Ford
produzirá o novo Fiesta aqui, em 2013.
O
novo Chevrolet utiliza a mesma arquitetura global para automóveis pequenos, que
estreou no Cobalt e estará, ainda no final desse mês, no monovolume Spin
(substituto de Meriva e Zafira). Entra na categoria dos compactos anabolizados,
a exemplo de Punto, Sandero, Fit e novo Fiesta. A versão sedã mira City e Linea,
entre outros. A GM já tem o Agile (arquitetura Corsa) e abriu espaço para o
novo modelo com posicionamento de preços. Certamente haverá canibalização,
dentro do previsível, segundo a empresa.
Espaço
interno é um dos atributos do Sonic, ao lado do conjunto motriz atualizado. Motor
de 1,6 l/120 cv (etanol) apresenta respostas muito boas e elasticidade
garantida por dois comandos de válvulas e coletor de admissão variáveis. Isolamento
acústico não se inclui entre os pontos altos. Acabamento e materiais são
razoáveis. Há vários porta-objetos e porta-luvas duplo. Porta-malas de 265 litros,
modesto para um hatch desse porte, também não é referência, 477 litros, no
sedã. Tanque de 46 litros limita a autonomia.
Em
termos de estilo, destaque para o hatch. Procura identificação em pormenores
como faróis sem as tradicionais coberturas acrílicas ou maçanetas traseiras
embutidas na coluna C. No sedã, a curvatura de teto tem linhas fluidas, mas a
traseira sofre do “mal dos compactos”. Quadro de instrumentos demonstra como se
faz algo simples, porém criativo, ao combinar recursos analógicos e digitais.
No sedã, o vigia traseiro avança demais sobre o teto e quem senta atrás, apesar
do espaço livre, pode ser incomodado com o sol, apesar de a máscara protetora
amenizar o desconforto.
O
ano de 2012 ainda não acabou para GM. Poucas vezes se viram tantos lançamentos
inéditos, em sequência, entre fabricantes aqui instalados. Depois do Spin
(cinco e sete lugares, mesmas dimensões externas), chegará a vez da Blazer, em
outubro, e do novo compacto de dimensões comportadas (semelhantes às do Celta),
que deve se chamar Ônix, em novembro. Haverá ainda câmbio manual automatizado
(Magneti Marelli) no Agile e motor 1,8 l com câmbio automático, no Cobalt. Para
2013, sedã Ônix e SUV compacto Enjoy.
A
ordem é pé no acelerador, não importam as curvas sinuosas do mercado.
RODA
VIVA
PLANOS da Ford são de
produzir novo Fiesta hatch em São Bernardo do Campo (SP), ao lado do futuro Ka.
Em Camaçari (BA) ficam EcoSport e Fiesta atual (hatch e sedã). Novo Fiesta sedã,
em princípio, continuaria a vir do México para equilibrar exportações e
importações. No entanto, o sedã também poderá ser feito aqui, se importações
continuarem restritas.
QUANDO o novo Citroën C3
chegar, em agosto, o modelo atual – lançado em maio de 2003 e quase sem
mudanças até hoje – será descontinuado. Estratégia oposta à da marca principal
do grupo, pois, a Peugeot continuará vendendo o 207 (206 retocado), depois de
lançar o 208, em janeiro do próximo ano. Mesmo na Europa, 206 e 207 conviveram
por uns tempos.
ESPAÇOSO e com estilo
atraente (um pouco menos elegante quando visto de traseira), Peugeot 508 tem
preço bastante competitivo: R$ 119.900,00. Apesar de seu interior de primeira
classe (só extintor incêndio atrapalha os pés no banco ao lado do motorista) e
conjunto motriz condizente, a concorrência em modelos desse porte deixa pouco
espaço para marcas generalistas.
OBSERVATÓRIO Nacional de
Segurança Veicular (ONSV) concluiu, a pedido da Proteste, seu primeiro
relatório sobre iluminação veicular de modelos fabricados no Brasil. A pesquisa
inclui os recursos disponíveis em várias marcas e é o primeiro de uma série de
trabalhos centrados em segurança. O site da entidade está em http://www.onsv.org.br/.
AINDA dentro do tema e das
iniciativas da década de ações mundiais em prol da segurança no trânsito,
lançadas pela ONU e a FIA (Federação Internacional do Automóvel), a frente
parlamentar da Câmara dos Deputados criou um site específico para desenvolver
ideias e debater soluções. Focado na interatividade e enquetes diversas merece a
visita: http://transitoseguro.net.
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fernando@calmon.jor.br
e www.twitter.com/fernandocalmon
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