Coluna Fernando Calmon
Nº 1.157 — 8/7/21
CAPTUR TURBO CHEGA POR
R$ 124.490 A R$ 138.490
Desde o lançamento do
Captur, em fevereiro de 2017, a Renault mudou sua postura mercadológica e o
primeiro resultado explícito chega com seu modelo 2022. Afinal, o segmento de
SUVs compactos aqui conta com 14 concorrentes (se incluídos alguns hatches de
fórmula discutível). As mudanças externas se concentraram na parte frontal:
grade, faróis (LED total na versão mais cara), para-choque e luzes de rodagem
diurna de LED. Novas rodas e lanternas traseiras de LED complementam.
Interior recebeu materiais
de qualidade superior, revestimento dos bancos pode ser bitom na versão de topo
Iconic, novos volante e porta-objetos. Sistema multimídia (tela de 8 pol.) ganhou
pareamento simultâneo de até seis celulares. Há uma conexão USB na frente e
duas atrás. Iconic inclui sistema de som Bose, partida remota do motor, monitor
de ponto cego e quatro câmeras externas.
Mecanicamente destaca-se
o novo motor turbo de 1,33 L. Desenvolvido em colaboração com a Daimler e por
enquanto importado, está nos planos da Renault sua produção no Brasil. Aqui se desenvolveu
a versão flex: 170 cv (etanol) e 162 cv (gasolina). Torque de 27,5 kgf.m com os
dois combustíveis, o maior neste segmento. Câmbio automático CVT de oito
marchas (antes, sete) também é novo. O Captur alcançou nota A no Programa Brasileiro de
Etiquetagem. São 12 km/l (G) e 8,3 km/l (E), rodoviário; 11,1 km/l (G) e 7,5 km
(E), urbano.
Em avaliação por
estradas e ruas a diferença de desempenho em relação ao antigo motor aspirado
de 1,6 L é mais do que evidente. O incremento em potência e torque oferece respostas
imediatas ao acelerador. As trocas de marcha do câmbio CVT, que costumam ser
mais lentas, agora incomodam menos. Seleção manual sequencial, apenas na
alavanca seletora, praticamente ficou desnecessária para quem busca
ultrapassagens rápidas e seguras.
A fábrica informa
aceleração de 0 a 100 km/h em 9,2 s (1,7 s melhor que o antigo 2-litros
aspirado). Quadro de instrumentos está mais visível e informativo. Em razão da
rigidez torcional 12% maior o comportamento em curvas melhorou.
Preços: R$ 124.490 (Zen), 129.490 (Intense) e 138.490 (Iconic).
Falta de semicondutores reduz projeções para 2021
Com base em estudo
internacional do Boston Consulting Group a Anfavea estima que até 140.000
unidades deixarão de ser fabricadas este ano apenas em razão da escassez de
semicondutores. Os números do primeiro semestre de 2021, no entanto, ainda
mostram recuperação sobre 2020 em razão da base comparativa baixa causada pela
pandemia: vendas, mais 33%; produção, mais 57% e exportação, mais 67%.
Essa constatação
levou a associação dos fabricantes a reduzir um pouco suas projeções para 2021.
Diminui de 15% para 13% a recuperação das vendas e de 25% para 22% o avanço na
produção em relação ao ano passado. A Fenabrave também rebaixou o crescimento
das vendas de 16% para 11,6%. As duas previsões incluem veículos leves e
pesados (estes em uma reação vigorosa, porém representam apenas 5% das vendas
totais).
A Fenabrave, no
entanto, estima que 200.000 unidades adicionais seriam vendidas este ano, se
houvesse produção normal. Isso indica fortalecimento do mercado brasileiro de
veículos e pessoas procurando voltar a comprar carros, bem além do simples
represamento causado pela pandemia. Um bom termômetro: veículos leves usados
cresceram 63% no primeiro semestre de 2021 frente a 2020.
ALTA RODA
AUDI Q5 SPORTBACK (SUV cupê) combina dimensões externas
praticamente iguais ao Q5 com desenho mais atraente pela linha do teto em suave
queda. Grade e os dois para-choques dianteiros são novos. Entre os opcionais faróis
LED com tecnologia adaptativa Matrix e lanternas traseiras Oled (comprador
escolhe uma entre três assinaturas). Novas rodas de 20 pol. também são
opcionais. Porta-malas (510 litros) perdeu apenas 10 litros em relação ao Q5. No
interior, multimídia agora recebeu tela tátil. Após quase 500 km de teste, o SUV
se destacou pelo desempenho e combinação perfeita de motor turbo de 249 cv/37,7
kgf.m e o câmbio automatizado de dupla embreagem, 7-marchas. Tração 4x4 por demanda
tem transferência quase instantânea do eixo dianteiro ao traseiro.
MUSTANG MACH 1 é uma série especial numerada que se destaca
pelo conjunto muito bem acertado. Atrai logo pelo ronco típico do V-8 de
aspiração natural: 483 cv e 56,7 kgf.m. Guiei no autódromo VeloCittà, em
Mogi-Guaçu (SP) e na função Pista – uma das sete disponíveis – possibilita
explorar melhor a seleção manual das 10 marchas do câmbio automático. Com sete
chicanas demarcadas por cones os freios Brembo (dianteiros) e os pneus Michelin
Sport 4S foram bastantes exigidos e aprovados. No interior destaca-se o quadro
de instrumentos configurável com o conta-giros tradicional transformável numa
barra horizontal para leitura mais rápida. Preço: R$ 523.990 (sob encomenda
apenas).
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www.fernandocalmon.com.br
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