End eletrônico: edita@rnasser.com.br Fax: 55.61.3225.5511
Coluna nº 1612 - 18 de Abril de 2012
Evoque Range Rover, envelhecedor da concorrência.
Nada existe capaz de satisfazer a todas pessoas ou gostos.
Mas há discursos, personagens ou produtos que parecem surgir na hora certa com
a mensagem oportuna, o jeito ideal ou a função desejada e necessária.
Tornam-se referências temporais.
O Range Rover Evoque é sólido exemplo disto. Lançado em 2011, colecionou prêmios mundo a fora, gerou
versão duas portas e, mais recente, conversível. Impõe-se, chama atenções por
sua atrevida estética, com teto decaindo para a traseira, permite
combinações de cores.
Estaticamente sugere desconforto aos passageiros do banco
traseiro, mas, no sentar, a impressão se esvai e motiva a de satisfação com o
design muito feliz.
De marca, cujo ícone principal continua em produção, a linha
Defender – já feita no Brasil - amplia a linha de produtos da Land Rover, em
preço e utilização próxima ao Freelander, na base de preços.
O Evoque não perde a impressão de disposição, capacidade,
atitude, mas o projeto está muito mais para automóvel alto e bem disposto
que para veículo
de arrancar tôco, como há décadas sugere sua imagem.
Decisão
corajosa pelos indianos da Tata, atuais controladores da inglesa de
nascimento, não
aplicou conceitos e gostos da Índia aos compradores
mundiais, deu autonomia aos ingleses. O resultado é atrevido e as vendas – no Brasil
o modelo mais
procurado – mostram o acerto da coragem – ser dono sem impor
seus gostos.
Emprega motor pequeno, dianteiro, transversal, 2.0, de
tecnologia atual em seus quatro cilindros: todo em alumínio, 4 válvulas por
cilindros, injeção direta, turbo compressor. Resultado da tecnologia, oferece
resultados que há
poucos anos exigiria o dobro da cilindrada, 243 cv de
potência e 34,6 kgfm de torque a reduzidos 1.750 rpm.
Na prática ágil para acelerar,
subir, ultrapassar, com colaboração da transmissão automática de seis marchas
com opção de comando ao volante. Tem tração permanente nas quatro rodas,
para dar maior dirigibilidade em neve e gelo, mas grande auxiliar nas
eventuais dificuldades
com o piso brasileiro.
O despejar tanto torque em baixas
rotações muda rapidamente as marchas, mantendo o motor em reduzidos giros
e, com isto, o consumo é pequeno relativamente a uma avaliação estática e
ao oferecido – você projeta gaste muito, dirige, sente as sensações, acha
que pagará muito e se surpreende ao ver que, direção civilizada e estrada, faz
entre 7,5 e 8 km/litro de gasolina.
Pacote Montado para satisfazer ao consumidor brasileiro, tem
revestimento intenso em couro – uma bobagem em país tropical onde se transpira
compulsoriamente. Bonito, confortável, dois tons – mas se em tecido haveria
respiração e maior conforto.
A formatação é à altura do veículo, sua imagem e do esperado
pelo usuário, incluindo a surpresa da ausência de alavanca de marchas. Em
seu lugar, roda recartilhada – um trabalho escultural em torno – por si só
atrativa. Girou para a posição – Estacionamento, Ré, Ponto Morto, Andar – faz o
resto.
Direção boa para empunhadura, sistema preciso, suspensão dianteira em Mc
Pherson e traseira por eixo articulado e multi link. Simploriamente,
independente em cada roda, de modo que inconveniências de um lado não são
transmitidas ao outro.
Ótimos faróis em xênon, som Meridiam, 11 alto falantes e
380W, de primeira qualidade, e há o conforto do Park Assist, que
localiza a vaga de estacionamento, mede o carro e faz a baliza. O motorista
apenas controla o freio.
Há os cuidados eletrônicos para selecionar como a
tração funcionará e o sistema apresentado pelos Mercedes ML, o freio eletrônico
para fortíssimas descidas em primeira marcha. Freio de mão elétrico e pacote
de segurança completo.
O automóvel testado, cedido pela Caltabiano, maior
revendedor da marca, portava outra bobagem: vidros com filmes negros, coisa
inimaginável pós 1º Grau, pois reduz a capacidade visual do condutor nas
laterais. Discutivelmente
elegante, porém, indiscutivelmente perigoso.
Na mesma unidade
faltava a tela com câmaras para manobra. Inexplicável. Se o Kia Soul, a 1/3 do preço dispõe tal facilidade, a ausência não se explica. Sobre a composição do carro, o responsável pela formatação
do produto no Brasil deveria ter escolhido outra medida para rodas e
pneus.
O conjunto fornecido, rodas em liga leve, aro 19” e pneus 235/55, de
lateral baixa para o convívio com os persistentes buracos brasileiros. Punem
carro e usuários com maior reatividade às imperfeições do solo, e os presumíveis
danos em trinca em rompimento terão reposição de roda e pneu difícil e cara.
Aro menor e pneu com lateral mais elevada são mais adequados às agruras do
Brasil.
Enfim, sintetizando, se você quiser passar despercebido, este não
será o carro. Mas, ao contrário, se gosta de ser centro de atenções, tem
paciência para explicar, gosta de posar como atualizado em design, este é o carro,
cara. Se você tem outro perfil, compre um sedã, um hatch, uma camioneta,
porque em matéria de utilitário esportivo, o tal de Evoque é um divisor em
design, tendo envelhecido todos os outros.
Preço? Pense nuns R$ 200 mil e saia de casa para negociar.
Carros neste preço, mercado em queda, instiga barganhas. Você volta com
um troco – e feliz.
Range Rover Evoque, divisor de design |
Roda-a-Roda
Global – Nova geração do Mustang, projetada para marcar os
50 anos do modelo em 2014, tem pretensões de vendas mundiais,
adequado aos mercados em vista: suspensão, combustíveis, volante à
direita. De 2006 para cá, envelheceu e caiu mais de 50% nas vendas.
Fusion – Designers da Ford acham que o novo Fusion ficou tão bom
e tão adequado, que pode ser a base para o futuro Mustang, com
motor de quatro cilindros turbo, V6 aspirado tração nas duas e quatro rodas.
Peugeovski – Os primeiros 408 iniciaram a ser produzidos na
Peugeot Kaluga, Rússia. Projeto para mercados em desenvolvimento, como
Mercosul e russo, tem adequações específicas: suspensão reforçada, maior
altura do solo, bateria e alternador mais fortes, bancos frontais aquecidos, dutos
de alta potência para levar ar quente aos pés dos passageiros posteriores, peito
de aço para o motor.
Pela primeira vez, opção diesel, 1.6 HDi.
Na prática – Todo mercado em desenvolvimento é jogo duro –
buracos, estradas ruins, combustível sem vergonha. Em matéria de
piso, a Rússia é um Brasil com frio.
Explicação – Festiva, a Fiat inaugurou fábrica em
Kragujevac, na Sérvia, onde produzirá o 500L para mercados doméstico e externo. Diz ter
investido 1bilhão de
euros, valor mais do que proporcional para ajeitar a fábrica
com a pior manufatura do mundo onde, sob licença, o governo da então Iugoslávia
cometia carro idem, o Yugo.
Los Hermanos – Só a sociologia e a psiquiatria explicam a
opção argentina de resolver problemas criando outros. Mais recente aplicação
da fórmula para desviar atenções da situação atual clima, é a expropriação
das ações da YPF, a
petrolífera estatal vendida à espanhola Repsol.
Na prática - O caso não se limita à Espanha, também sem
reservas financeiras para valentias, mas, abala a confiança dos investidores
internacionais ao exibir insegurança jurídica. Vitória institucional, derrota
econômica.
México – A Audi decidirá em 60 dias se produzirá, ou não, o
utilitário esportivo Q5 no México. Uma das parcelas da conta é eventual redução
de custos para exportação ao Brasil.
Apelido – A legislação restritiva imposta pelo governo
tem-se mostrado tão ineficiente que ganhou apelido desmoralizador: Peleja. É um
cobertor ralo e curto para cobrir situações diversas. Uma peleja no vai e
vem de proteger um lado, expondo o outro.
Caminho – Logan, Sandero, Duster, Fluence e até o errado
Kangoo Express – saem da Renault com etiqueta e a importante informação de
letra “A” no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, do Inmetro. Tem
o menor
consumo de combustível em suas categorias.
... II – É esforço do governo federal para exibir ao
consumidor consciente os veículos que menos gastam e poluem, programa ainda não
obrigatório a todos os modelos, fabricantes e importadores. No caso, os índices
conseguidos são conquista do Renault Tecnologia Américas, seu centro de
engenharia voltado a ajustar produtos à América Latina.
Fator – É mais um item esclarecedor á hora da compra, a
exemplo do que ocorre com eletrodomésticos: verificar se o produto foi
submetido às regras oficiais para consumo e poluição. Escolha pelos números da
etiqueta, e
despreze os fujões, ausentes da relação.
Renaults, melhores marcas de consumo |
Mídia – A CR Zongshen, dona da marca Kasinski, para promover
sua linha Comet – 150, GT 250 e GTR 650, pegou-se com apresentadores
esportivos Milton Neves e Renata Fan. Financiamento sem juros e o
Consórcio Luíza
viabilizarão levá-las às mãos dos interessados.
Questão – Os olhos podem ser puxados, mas enxergam bem. 230
dentre os 500 expositores da feira de autopeças Automec, S Paulo
semana passada, eram chineses. E outros estrangeiros – turcos, coreanos e
indianos – querendo o nosso mercado, falando a linguagem de indústria,
distribuição e comércio: preços de 25 a 40% menores! Jogo desequilibrado para a
indústria nacional.
Lei – A nova legislação nacional do Euro5 para motores
diesel, e do início dos obrigatórios almofadas de ar e ABS nos freios, mostrou
expositores nacionais.
Diferença - Presidente da Confederação Nacional do Transporte
(CNT), e senador, Clésio Andrade, apresentou o Projeto 88/2012. Cria
diferença entre motoristas amadores – carteiras A e B – e profissionais, C,
D, e E. Propõe que
as CNHs deste grupo só podem ser suspensas com 50 pontos de
infração.
Régua – Considerados regime de trabalho, horas de condução,
dedicação específica, parece razoável. Mas na prática significa
colocar os profissionais tão acima da lei quanto os motoqueiros. E a lei é para todos.
Clientaço - A Cummins, produtora independente de motores diesel,
festejou produzir o motor número 1 milhão, entregando-o à Ford
Caminhões, maior cliente, de 384 mil motores da marca. O do milhão é um ISL 9
litros, 330 cv,
trator do cavalo-mecânico da linha Cargo.
Laboratório – Via de mão dupla em desenvolvimento
tecnológico, as corridas de Stock Car permitiram à Goodyear adequar a banda de
rodagem de seus pneus Eagle para os competidores. E utilizar os chips de
identificação com
sistema de rádio frequência desenvolvido para a categoria,
como ferramenta para frotistas de caminhões e ônibus.
Trançado – A italiana Magneti Marelli, do grupo Fiat,
ampliou investimentos na China, em joint venture com a Changchun: produzir peças
para admissão de motores – coletores, corpos de borboletas, galerias de
combustível, centralinas flex. Você já considerou aprender mandarim?
Comércio – Produtores da série James Bond anunciaram acordo
de merchandising, a exposição intensa de produto. Pelo
investimento Bond deixará de tomar Dry Martini com vodca, mexido, nunca agitado,
batizado de Vesper, a mocinha de Cassino Royale, um dos livros de maior sucesso
de Ian Fleming.
Beberá cerveja Heineken – deve ser direto no gargalo.
Sem fim - Desiludido com a flexibilidade do mito ? Podia ser
pior. Deixar BMW, Aston Martin, Jaguar e usar carro chinês, por exemplo.
Antigos - O sítio “webclassicos.com.br”, especializado em
veículos antigos festeja um ano de vida, indicando como mais procurados os
Ford Maverick e picape F 100. Há 2.000 interessados, esperando surgir seus
objetos de desejo.
Ford Maverick, como o da foto, mais buscado |
Gente – Nelson Piquet, 60, tri-campeão de Fórmula 1, barata
nova. OOOO Rolls-Royce ex-Faustão. OOOO Em Brasília, anda diuturnamente
e performa tanto quanto outros de seu uso, como Porsche Panamera. OOOO
Automóveis
do Piquet não são enfeite de garagem: andam. E como. OOOO Na Capital, Luiz Feldman, 27, diplomata, charme. OOOO Em
horários e eventos não profissionais conduz rara Alfa Montreal. OOOO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário