AUTOMÓVEL E TURISMO SÃO OS TEMAS DESTA MATÉRIA QUE APRESENTA UM ELEGANTE BMW 2002 TI FLAGRADO, EM PORTUGAL, NA AUTO ESTRADA PARA LISBOA, E A CIDADE MEDIEVAL DE MONSANTO, A 250 KM A NORTE DE LISBOA, DE QUE MOSTRO ALGUNS ASPETOS

Durante minha última estada em Portugal, no mês passado, na volta de um belíssimo final de semana na casa do meu compadre Antônio Martins, na belíssima cidade medieval de Monsanto, flagrei essa saudosa relíquia da foto acima: um BMW 2002 TI, de 1972, na auto-estrada a caminho de Lisboa, com a frente repleta de potentes faróis de milha.

Ainda com toda aquela beleza arquitetônica de Monsanto balançando nas retinas, de repente fui ultrapassado por um elegante BMW 2002 TI, 1972, roncando como nos velhos tempos de muitos ralis. Com meu sobrinho, Pedro, ao volante do seu Honda Civic hatch (modelo, da foto acima, que não existe no Brasil), foi fácil chegar perto, e de IPhone em punho, fotografar esse antigo rei das pistas, que na época, foi o carro dos meus sonhos.

O 2002 fez muito sucesso na Europa tanto como veículo familiar, de passeio, como de corrida, aliás, não obstante suas belas linhas, foram as competições que lhe deram maior notoriedade ao conquistar inúmeros prêmios nos ralis de que participava.

Em 1972, a BMW construiu o 2002 (2000 representava a cilindrada e o 2 a quantidade de portas que o carro tinha) acatando uma sugestão de Max Hoffman, um importante importador de carros europeus para os Estados Unidos. Ele sugeriu à BMW que fabricasse um carro com motor mais elástico e mais potente do que o anterior 1.8.

A BMW topou a ideia e produziu o 2002 TI nas versões Touring e a Targa, com 100hp e 120hp, e um ano depois, lançou o campeão turbo, com 170hp. O modelo 2002 foi trocado pela Série 3, mas, antes, salvou a montadora da falência, ao competir ferozmente com a Porsche e a Mercedes-Benz, dois outros grandes ícones alemães.

Foi esse glorioso representante de uma época importante para o setor automotivo que o mundo experimentou, que decidi mostrar aos leitores, certo que farei renascer lembranças de um passado não muito remoto, mas que à velocidade a que o setor automotivo se desenvolve parece que aconteceu há um século.

Na cidade medieval, 
outra relíquia, um Renault 4L

Monsanto é um paraíso histórico construído sobre pedra granítica, que registra presença humana desde a época Paleolítica, além da existência de um castro lusitano (ruínas ou restos arqueológicos de um tipo de povoado da Idade do Ferro característico das montanhas do Noroeste da Península Ibérica).

A cidade, que foi também habitat de romanos e deles ainda existem vestígios das villae (casas) e de termas (banhos públicos, de manhã, reservados às mulheres, e à tarde, aos homens), também foi ocupada por visigodos e depois pelos árabes (mouros) que reinaram na Península Ibérica em torno de 700 anos.

A velha Renault 4L completando o cenário de Monsanto

Em 1165, Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, tomou a cidade dos mouros e entregou-a à Ordem dos Templários que se apressaram a construir um imponente castelo, diante da sua proximidade da Espanha. A fortificação que durante muitos anos foi ocupada pelo Exército português, numa noite de Natal, do século XIX, foi danificada por explosão no paiol de munições destruiu uma boa parte do monumento. Restaram do acidente duas torres, a do Peão e a de Menagem, e a Capela de S. Miguel, do séc. XII, em ruínas.

A vista do castelo é inesquecível

Em sua próxima viagem a Portugal não deixe de visitar Mosanto, que é considerada a aldeia mais portuguesa de Portugal.

Monsanto é uma cidade medieval construída em pedra e uma lição de História