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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

FALTA DE AUTOPEÇAS ORIGINA AUMENTO DE CARROS INCOMPLETOS NOS PÁTIOS DAS MONTADORAS. PRESIDENTE DA ANFAVEA RECONHECE O PROBLEMA. FIAT FOI MAIS LONGE E DISSE QUE TERIA REGISTRADO MELHORES RESULTADOS SE TIVESSE RECEBIDO PEÇAS NECESSÁRIAS


Diversas montadoras estão com problemas de abastecimento de peças. A Fiat, por exemplo, tem três mil carros incompletos no pátio da fábrica de Betim (MG) aguardando rodas de liga leve e componentes plásticos.

O presidente da Fiat, Cledorvino Belini, que responde também pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não apenas reconheceu o problema como anunciou que se ele persistir “teremos de importar o que está faltando".

O problema, segundo ele tem origem em alguns segmentos do setor de autopeças que não estão investindo na mesma proporção que as montadoras.


Belini ressaltou que o crescimento das montadoras, em 2012, e, agora em 2013, quando registraram produção recorde de 279,3 mil unidades - mais de 7,7% em relação a dezembro e 32% em comparação com janeiro do ano passado -, poderia ter sido ainda maior se as montadoras tivessem recebido os lotes de auto peças necessários.

Entretanto, o conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Elias Mufarej, afirmou que o setor trabalha com ociosidade média de 25% e atendeu, sem problemas, o aumento da demanda das montadoras no fim de 2012.

Para o sindicalista, se há algum problema pontual, é o caso de as partes avaliarem, mas isso pode ocorrer quando há variação de mix de produção e chegada de novos produtos e algumas montadoras podem estar enfrentando atrasos com as peças importadas.

Para Cledorvino Belini, se tivessemos disponibilidade de peças o resultado da Fiat, em janeiro, teria sido 5% maior,”.

Beline, contudo, citou que a falta de peças está ligado ao fato de a Fiat não ter dado férias coletivas no fim do ano – dispensa que ficou para este mês -, enquanto os fornecedores pararam suas linhas. Esse descompasso na produção, justificou, afetou o abastecimento da montadora.

O presidente da Fiat prognosticou que parte do problema do estoque de carros incompletos deve ser resolvida com a parada de 10 dias iniciada segunda-feira na fábrica de Betim.

A Fiat conta com o abastecimento normal de peças na volta dos funcionários. Outra alternativa, adiantou, é mudar a linha de produção, dando prioridade aos modelos com peças disponíveis.

As demais montadoras preferiram não dar maior importância ao tema. A Comissão de Fábrica da Volkswagen disse apenas que foram observados problemas pontuais de abastecimento, mas ligados a um aumento não programado na produção e a General Motors e a Ford, preferiram não se pronunciar.

Belini comemorou o bom início de ano:. "Nunca se produziu tanto veículo num mês de janeiro na história deste País. Foram criados 1.403 empregos. As montadoras, incluindo as de tratores, empregam agora 150,9 mil pessoas, 5,9 mil a mais que há um ano”.

A Anfavea, segundo Belini, espera crescimento de 4,5% na produção este ano, para 3,49 milhões de veículos. “Em 2012, o setor teve o primeiro recuo em uma década, com queda de 1,9% em relação a 2011, para 3,34 milhões de veículos”, lembrou.

As vendas também foram recordes para janeiro, com 311,4 mil unidades, 16,1% a mais que no mesmo mês de 2012, mas 13,3% menores que em dezembro, quando houve corrida às lojas por causa do fim da redução integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O imposto voltou a ser cobrado gradualmente a partir deste mês.

O setor fechou janeiro com 298 mil carros em estoque, o equivalente a 29 dias de vendas. Em dezembro, eram 295 mil veículos (24 dias de vendas).

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