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sexta-feira, 4 de abril de 2014

CARO LEITOR, VOCÊ É DAQUELES MOTORISTAS QUE COLOCAM A MÃO NO PARA-BRISAS PARA EVITAR QUE UMA PEDRINHA O QUEBRE? OU DO GRUPO QUE PASSA UMA LOMBADA EM DIAGONAL? ESQUEÇA, ESSAS PREOCUPAÇÕES SÃO APENAS MITOS DE CONDUÇÃO QUE PASSAM DE PAI PARA FILHO. NOSSO COLUNISTA TARCÍSIO DIAS FALA DELES DÁ DICAS PARA UMA DIREÇÃO SEGURA.



MECÂNICA ONLINE®

Nº 65 — 3 / 4 / 2014

Tarcísio Dias

De geração em geração,

desaprenda os mitos da condução 


Alguém disse, alguém falou, mas será que é verdade mesmo? A vida do motorista não é fácil e de geração em geração foram surgindo situações direcionadas para o “cuidado” com o veículo, que não passam simplesmente de mitos. 

O que parece uma boa ideia, iniciativa, pode na verdade acelerar o desgaste prematuro de algumas peças, encurtando a vida útil e mais diretamente, gerando mais custos na manutenção do seu veículo. 

Assim, resolvemos desvendar alguns mitos que acompanham os motoristas ao passar dos anos.

A primeira é ainda mais comum. Lá vai você como passageiro quando de repente o motorista coloca a mão no para-brisa para evitar que pequenas pedrinhas vindas de outros veículos na frente possam causar danos ao veículo. 

Nem a mão, nem os dedos e nem mesmo um calço entre o vidro e o retrovisor, por exemplo, irão surtir efeito positivo nesta situação.

O vidro tem inúmeros pequenos pontos fracos e quando atingido nestes pontos quebra mesmo. 

É por isso que as vezes o para-brisa recebe o impacto forte de um objeto pesado e nada acontece e, em outras situações, estilhaça com uma simples pedrinha. 

Quando há pedriscos na pista, o melhor conselho é diminuir a velocidade e manter boa distância das rodas traseiras de caminhões.

Na hora que encontrar uma lombada fixa pela frente, fique atento sobre a melhor maneira para superar literalmente esse obstáculo na pista. 

Nada de cruzar a lombada na diagonal. Amigo, você pode até proteger seu carro de um arranhão, mas estará detonando a suspensão e até mesmo a roda. 

Não se sabe de onde surgiu essa mania, mas a verdade é que ela desgasta de forma irregular a suspensão e os pneus e pode até mesmo comprometer a estrutura do veículo.

Você corre o risco de furar as coifas das juntas homocinéticas e de causar torções prejudiciais ao monobloco do veículo. 

Ou seja: por mais que existam obstáculos mal feitos por aí, a melhor solução continua sendo passar com o veículo direito por eles. 

Freie antes, cruze devagar e só retome a aceleração depois. A regra vale também para quem tem mania de jogar o carro para o canto da lombada para cruzá-la apenas com duas rodas, ok?

Você já deve ter notado que esses mitos podem resultar em gastos para seu bolso também. 

Mas todo mundo fala: antes de viajar, é sempre bom dar aquela passadinha no posto para calibrar os pneus. 

Só que tem gente que só lembra disso na véspera do feriadão, parece até compras para o churrasco. Não é bem assim.

Antes de viajar é claro que você deve calibrar os pneus do seu possante, mas deve continuar a fazer essa atitude para manter seu carro sempre em dia, semanalmente – o prazo máximo é a cada 15 dias. 

A pressão do ar é o fator que mais afeta o desempenho e a durabilidade dos pneus, que são um item bastante caro, vamos convir. 

Obedeça às medidas determinadas pelo fabricante do carro – ou, se trocar o jogo de pneus, consulte quem os produziu.

Se o pneu estiver com excesso de pressão, sua área de contato com o solo é deslocada para o centro da banda, deixando-o mais suscetível a cortes e impactos. 

Se estiver com pressão de menos, o desgaste é maior nos ombros do pneu, aumentando o consumo de combustível e o risco de superaquecimento, quebras e separação dos componentes.

Mais um detalhe: a calibragem deve ser feita com os pneus frios, pois a pressão altera com a temperatura. 

O ideal é esperar uma hora com o carro parado, quando possível. Se não, cuide para que o veículo não tenha rodado mais de três quilômetros, em velocidade baixa. 

Ah. E não esqueça de calibrar o estepe também. Mesmo lá paradinho, quietinho, ele também sofre a perda natural de pressão.

A cena é comum: você está subindo a ladeira e o sinal fecha bem na sua vez. Como segurá-lo para garantir a melhor saída, a mais segura? 

Bem, essa depende da sua experiência e habilidade como motorista. Se estiver inseguro, vá de freio de mão (ou freio de estacionamento), posicionando os pés na embreagem e no acelerador e soltando lentamente antes de baixar a alavanca.

Muita gente fala que segurar o carro na embreagem é prejudicial, mas se você tiver as manhas, não há problemas – desde que o veículo esteja totalmente parado, ou seja, que você só coloque o pé no acelerador quando for sair. 

É proibido ficar acelerando e segurando o carro (aquele movimento de vai-e-volta). Motor roncando significa queimar a embreagem.

Quem deve vencer a parada é o torque, a força do motor e o segredo está no momento certo de soltar a embreagem, seja qual for sua opção, para evitar desgastes ou mesmo o risco de queimar a embreagem.

Quanto mais vazio o tanque, mais fácil de os resíduos acumulados serem sugados para a injeção – mesmo com o filtro de combustível. 

Além de entupir os bicos injetores, você pode prejudicar o funcionamento do carburador e superaquecer a bomba, reduzindo sua vida útil. 

O certo é nunca deixar chegar a um quarto de tanque – há mesmo quem defenda um novo abastecimento sempre que o ponteiro chegar à indicação de meio tanque, para garantir. 

Aliás, um detalhe: parar no meio da via por falta de combustível é uma falta média, de acordo com o artigo 180 do Código Nacional de Trânsito, punível com multa.

Ao estacionar em uma ladeira, vire a direção e apoie os pneus na guia para o carro não sair do lugar. 

Outro costume prejudicial – por mais que algumas ladeiras deixem a gente nervoso só de pensar. 

Não precisa nem “beliscar” a guia, no jargão popular, nem deixar os pneus colados a elas. Essa mania causa a deformação das laterais dos pneus (que podem até mesmo se romper, com o tempo) e seu esvaziamento, além de afetar a caixa de direção e provocar o desalinhamento das rodas. 

O certo é deixar o carro engatado e se certificar de puxar bem o freio de mão (sem violência, porém).
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Tarcisio Dias – Profissional e Técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânica com habilitação em Mecatrônica e Radialista, é gerente de conteúdo do Portal Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) e desenvolve a Coleção AutoMecânica.
E-mail: redacao@mecanicaonline.com.br

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