Coluna Fernando Calmon
Nº 1.148 — 6/5/21
AUTOMAÇÃO TOTAL ENFRENTA
PROBLEMAS COM ALTO CUSTO
Afinal, para onde
caminhamos e em que ritmo para diferentes possibilidades de direção autônoma? Para
recordar, são cinco níveis que começaram timidamente com um simples controle de
velocidade de cruzeiro (Nível 1). Já se evoluiu para o Nível 2, de automação
parcial, como assistente de frenagem e manutenção de faixa de rolagem. Alguns
modelos (Audi A8 e Honda Legend) atingiram a automação condicional, quando se precisa
intervir circunstancialmente (Nível 3). Automação avançada dispensa a atenção
do motorista (Nível 4). Na automação total (Nível 5) volante e pedais nem
existem.
Conforme observou
recentemente a Automotive News, “tecnologias intrusivas atuais,
a exemplo dos avisos de saída de faixa baseados em bipes, costumam ser
desativadas porque sinalizam falsos positivos e os motoristas irritam-se. Além
disso, dirigir como um humano às vezes pode significar não cumprir totalmente à
risca o código de trânsito. Afinal, veículos autônomos são rigorosamente
programados para seguir as leis a fim de evitar ações judiciais e
responsabilizações”.
Para ter sucesso é
preciso não apenas conquistar a confiança do motorista, mas se aproximar o mais
possível do modo como ele dirige, obviamente sem colocar a segurança de todo o
ecossistema (inclusive pedestres e ciclistas) em risco. Para tanto existem as
linguagens de aprendizado de máquina e os algoritmos. O problema é “aprender”
todos os tipos de situação, sem falsos positivos, o que obriga a testes de
rodagem quase intermináveis e a custos altíssimos.
Necessário julgar se
é dia ou noite, chove ou faz sol, feriado ou dia comum para não supervalorizar
determinada situação. Acima de tudo, a confiabilidade dos sistemas e
subsistemas tem que garantir atuação à prova de falhas, incluindo backup. Sem contar o “autojulgamento” do
que seria pior em caso de acidente.
Um especialista
alemão, Udo Steininger, afirma: “Difícil imaginar a necessidade de
sistemas de automação de Nível 5 para uso em transporte privado.” Portanto, sem
escala de produção, os investimentos dificilmente terão retorno financeiro por
maior o ganho em segurança.
Até em uso comercial a viabilização deve-se comprovar. Isso
explica porque, depois do Uber em dezembro passado, seu concorrente Lyft acaba
de desistir do desenvolvimento de automóveis 100% autônomos. Entretanto, como
efeito de demonstração, continua uma iniciativa atraente.
A Toyota, por exemplo, preparou em 2020 um serviço de veículos de Nível 5 para transportar atletas e funcionários nos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para este ano. Da mesma forma, a chinesa Baidu lançou agora, em Pequim, o que chamou de robotáxi. Mas nada adiantou sobre quanto custa a tarifa ou se é viável comercialmente.
Efeito estatístico turbina vendas em abril
Conforme se esperava,
as vendas acumuladas de veículos leves e pesados no primeiro quadrimestre atingiram
703.000 unidades, 14% a mais que igual período de 2020. Tomando como referência
apenas abril, superaram em 214% mesmo mês de 2020. No início da pandemia da
covid-19, ocorreu a suspensão de emplacamentos quando os Detrans fecharam no
auge do isolamento social.
“Este ano as
concessionárias não abriram por feriados estendidos em São Paulo e decretos de restrição do comércio, em
outros Estados”, analisa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. Ele
frisa, porém, que se for feita a comparação entre abril e março de 2021 houve
queda de 7,5%.
Porém, a falta de carros distorce os números e não apenas em razão da pandemia.
Há escassez de componentes, principalmente semicondutores, atingindo cada marca
de forma desigual. Enquanto a GM manterá fechada sua maior fábrica por mais de
60 dias, Fiat e Jeep foram menos atingidas. Estatísticas de vendas por modelos ficam
afetadas e podem prosseguir assim nos próximos meses.
O mercado de veículos usados também se ressentiu em abril: queda de 10% em relação a março.
ALTA RODA
FIAT adiantou fotos do SUV crossover que lançará em setembro. Ainda não tem
nome escolhido, mas sugere três em votação pelo Twitter: Pulse, Tuo e Domo. Sem
ordem alfabética, supõe-se que estejam listados pela fabricante em importância.
A conferir.
PEUGEOT aproveitou o dia 4 de maio, considerado o Star Wars Day pelos fãs da
franquia cinematográfica (aqui batizada de Guerra nas Estrelas), para anunciar uma
edição especial do SUV compacto 2008 ainda este mês. Vai se chamar Skywalker em
referência a Luke Skywalker, um dos principais protagonistas do filme que
estreou em 1977.
NAKATA foi a primeira fabricante de amortecedores no Brasil a dispensar o prazo
de 40.000 km para troca “preventiva”: bastam inspeções a cada 10.000 km. A Cofap,
integrante da Magneti Marelli vendida pela antiga FCA ao grupo japonês KKR,
mudou o discurso. Agora a empresa se chama apenas Marelli e retirou a
recomendação de troca periódica. Só a Monroe ainda insiste...
___________________________________________________________________________________________
www.fernandocalmon.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário