Coluna Fernando Calmon
Nº 1.149 — 13/5/21
LANÇAMENTOS E DESPEDIDAS
VÃO MARCAR O ANO DE 2021
Foi clara coincidência,
mas na semana em que se comemora o “Dia do Automóvel” (13 de maio) a GM
anunciou nova picape para produção em sua unidade de São Caetano do Sul (SP). A
empresa adiantou que o lançamento será em 2022 e complementará a S10. Fácil de concluir
que a Toro terá uma concorrente direta como picape intermediária de cabine
dupla, porém sem opção 4x4. Depois dos dois Onix e do Tracker é o quarto modelo
da família GEM. Falta o quinto, ainda não anunciado. Deverá ser um crossover
para substituir o Spin, também em São Caetano do Sul.
A GM descontinuou a
picape compacta Montana e produzirá o Tracker também na Argentina de modo a ter
flexibilidade. Lançará no segundo semestre a S10 Z71 com uma pegada mais para
fora de estrada, ao contrário da Ranger Black que visa um público urbano.
O SUV médio argentino
VW Taos será apresentado no final deste mês e nas concessionárias em junho. A
marca alemã anuncia nas próximas semanas novo ciclo de investimentos na região
do Mercosul. Versão básica do Polo está confirmada para a unidade de Taubaté
(SP), porém só entrará em produção no segundo semestre de 2022. A picape
intermediária argentina Tarok (nome provisório), na mesma faixa da Toro, deve
finalmente ser confirmada.
Para a Stellantis as
novidades vêm da Fiat com o SUV em meados do próximo semestre (nome provável,
Pulse), o 500 elétrico e o Jeep de sete lugares com estilo diferente do
Compass. Também do mesmo grupo outro crossover substitui o descontinuado
Citroën C3 no terceiro trimestre.
Também confirmados
para este ano a nova geração do Hyundai Creta e a inédita versão hatch do Honda
City. No entanto, este pode atrasar. CAOA Chery terá o Tiggo 3X no fim deste
mês. Captur estreia o motor turbo de 1,3 litro ainda importado (fabricado aqui
só em 2022). Toyota promove a primeira revitalização dos Yaris hatch e sedã
também no segundo semestre.
As despedidas de
mercado terão a ver com o programa de emissões e ruído Proconve PL 7, a partir
de 1° de janeiro próximo. Emissões evaporativas serão reduzidas a apenas 0,5
g/dia em testes de 48 horas. Tanques de combustível terão que ser modificados
(na Toro 2022 diminuiu de 60 para 55 litros). Apurei que Uno, Doblò e Grand
Siena saem de produção em 31 de dezembro, mas haverá um estoque transitório no
começo de 2022.
Fox sai de linha em dezembro, porém Gol, Voyage e Saveiro terão sobrevida até janeiro de 2024, quando exigências de segurança vão impor substitutos já em desenvolvimento.
Stellantis quer alavancar vendas de Peugeot e Citroën
Objetivos anunciados semana
passada por Antônio Filosa, CEO da Stellantis no Brasil, são ousados. Em dois
anos retornar aos 5% de participação que as duas marcas francesas já tiveram no
mercado (hoje, menos de 2%). Uma das estratégias, embora não declarasse
formalmente, é colocar os motores aspirados e turbos GSE (em inglês, Motores
Pequenos Globais), antes batizados de Firefly, nos modelos Peugeot e Citroën. Sabe-se,
contudo, que ações nesse sentido já foram iniciadas.
Ele admitiu que em
algumas cidades uma mesma concessionária poderá vender, se for rentável, as
quatro marcas do grupo, apesar de reconhecer o posicionamento diferenciado da
Jeep.
A empresa também investirá em maior conteúdo local, embora a dependência atual seja grande em semicondutores concentrados no Sudeste asiático. Até o momento o grupo conseguiu administrar com poucas paradas as fábricas de Betim (MG) e Goiana (PE). Filosa prevê dificuldades com recebimento inconstante de componentes neste segundo trimestre e só no final do ano haverá estabilidade no suprimento de autopeças.
Vendas diárias em abril chegam a quase 9.000
Mesmo com incertezas
econômicas, abril teve a melhor média diária de comercialização do ano: 8.800
unidades de veículos leves e pesados. Como o mês passado teve três dias úteis a
menos que em março, o total foi 7% inferior. Anfavea, por enquanto, mantém sua
previsão de aumento de vendas de 15% em 2021 sobre 2020. Sete anos atrás eram
vendidas até 15.000 unidades por dia.
Os estoques nas
fábricas e concessionárias continuam bem baixos: apenas 17 dias. Se fosse
possível produzir mais, certamente haveria compradores. A produção acumulada
este ano cresceu 34% sobre 2020, pois em abril do ano passado a pandemia
paralisou praticamente toda a indústria automobilística.
O Brasil precisa
avançar bastante em exportações. Apenas 353.000 unidades (mais 9% em relação a
2020) estão previstas. Em 2005, o País vendeu ao exterior cerca de 700.000
unidades montadas. Apesar de forte desvalorização cambial no período, o que facilita
vendas ao exterior, o País está mal no ranking mundial. Em 2019 ficou em 26º lugar
entre os países que exportam veículos leves montados com apenas US$ 5,8 bilhões,
segundo a Anfavea. No levantamento da entidade os números da China não estão
incluídos.
____________________________________________________________________________________________
www.fernandocalmon.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário