Joinville – A fábrica de motores e cabeçotes da General Motors do Brasil, em Joinville (SC), inaugurada em fevereiro de 2013, acaba de conquistar a certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design – na categoria Gold, a mais importante certificação internacional do U.S. Green Building Council, resultado dos investimentos em sustentabilidade e inovações industriais lá implementadas.
A fábrica de Joinville é a primeira a receber esta certificação no setor automotivo da América do Sul e a segunda fábrica da GM no mundo – a primeira, em 2006, foi a unidade de Lansing Delta Township, localizada em Michigan, nos Estados Unidos.
Dentre as inovações existentes e avaliadas estão a energia fotovoltaica, o uso racional da água e da energia elétrica, tratamento de esgotos por meio de jardins filtrantes e tratamento de água por osmose reversa. Outras quatro unidades comerciais da GM também já receberam a certificação.
"Esta operação incorpora a perspectiva da GM de integrar a sustentabilidade em cada decisão que tomamos - desde construir fábricas eficientes até desenhar veículos eficientes. Este reconhecimento é muito importante para nós pois o LEED é um sistema de certificação que avalia e classifica as melhores práticas e iniciativas da construção civil em termos de sustentabilidade nas fases de concepção, construção e na operação propriamente dita da fábrica".
Assim como as demais unidades da empresa no Brasil, a unidade foi construída dentro dos mais avançados conceitos de sustentabilidade, em linha com a política mundial de preservação ao meio ambiente adotada pela GM.
Todas estas inovações foram acompanhadas de perto pelo Comitê de Sustentabilidade criado pela empresa em abril de 2011.
A energia solar também é utilizada para aquecer 15 mil litros de água por dia, reduzindo os custos de gás natural e evitando 17,6 toneladas de emissões de CO2 por ano. Este é o primeiro sistema de energia solar na indústria automotiva brasileira.
A fábrica também utiliza osmose reversa para filtrar a água reciclada permitindo sua reutilização seja nos vasos sanitários seja para uso industrial, tal como a torre de resfriamento.
A fábrica de Joinville economiza o equivalente a nove piscinas olímpicas - 22,9 milhões de litros por ano. É a primeira aplicação deste tipo em uma instalação automotiva.
Para ganhar esta certificação, a GM Joinville também lançou mão de projetos para captar luz natural e de jardins filtrantes para tratamento de esgoto.
"A atividade ambiental de Joinville está alinhada com tudo o que representamos como empresa", disse Mike Robinson, vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios Globais da GM. "Desde o uso de energia solar até a conservação da água é assim que nós queremos que todas as nossas fábricas operem".
As operações da GM do Brasil compartilham um compromisso global da companhia em relação a sustentabilidade.
De 2005 a 2013, as unidades no país reduziram o consumo de água per capita em 73% e o uso de energia por veículo produzido em 60%. De 2005 a 2013, o volume de resíduos não-recicláveis foi reduzido em 76%.
A fábrica de Joinville já reutiliza, recicla e coprocessa os resíduos do processo de manufatura e está na fase final do processo de certificação do programa Zero Aterro ("landfill-free") pela corporação.
Quando certificada, a fábrica vai se juntar a outras mais de 100 unidades da GM em todo o mundo que conquistaram esta designação.
Com mais fábricas "zero aterro" que qualquer outro fabricante de veículos, a GM está firme em seu compromisso de alcançar a marca de 125 unidades "zero aterro" até 2020.
A certificação LEED obtida pela unidade da GM em Joinville atende aos mais novos requisitos de sustentabilidade da construção civil atual – a versão do LEED 3.0-2009 -, que considera não só o consumo de energia dos sistemas e equipamentos de "facilities'' mas também o consumo de energia dos equipamentos do processo produtivo na redução de pelo menos 10% do total de energia consumida.
Em Joinville, a redução do consumo de energia comparado aos sistemas e equipamentos da Norma Norte Americana (ASHRAE) chegou a 13,8%.
A concepção de uma fábrica sustentável e inovadora em Joinville nasceu em meados de 2010, juntamente com as primeiras atividades de planejamento de projeto e construção da nova unidade.
Para atender a demanda de um projeto sustentável e inovador, foi criado um time multidisciplinar formado por engenheiros dos departamentos de "facilities" (construções e instalações), meio ambiente e sustentabilidade, engenharia de manufatura e da área de Powertrain (conjuntos de motores e transmissões), com o objetivo de criar e desenvolver as iniciativas de sustentabilidade com total integração à concepção de uma fábrica de produção motores.
Isso demandou um esforço adicional de planejamento, execução dos projetos e implementação das diversas iniciativas de sustentabilidade e inovação na construção da nova fábrica.
Em todas as estas etapas do projeto, desde o início, houve o trabalho de avaliação do U. S. Green Building Council para a obtenção da certificação do LEED.
Com investimentos de R$ 350 milhões, a fábrica da GM em Joinville produz os novos motores SPE/4 1.0L e 1.4L que equipam os modelos Chevrolet Onix e Prisma.
A unidade foi inaugurada oficialmente no dia 27 de fevereiro de 2013 e, portanto, completou um ano recentemente. Além dos motores, ela produz também cabeçotes de alumínio.
Sua capacidade instalada de produção é de 120 mil unidades de motores e 200 mil de cabeçotes por ano, destinados às fábricas da GM de Gravataí (RS) e Rosario (Argentina).
A fábrica da GM foi a primeira a implantar um conjunto de sistemas pioneiros na área de eficiência energética e proteção ao meio ambiente, com destaque para a energia fotovoltaica - gerada a partir da luz do sol -, além da reciclagem de água industrial por meio de osmose reversa e tratamento inédito de efluentes e esgotos por meio de jardins filtrantes.
As iniciativas, que fizeram dela uma fábrica sustentável, incluem processos que a tornam uma das primeiras do Brasil a ter 100% dos resíduos industriais reciclados ("landfill free"). Pelo programa "Zero Aterro" todos os resíduos do processo produtivo são reutilizados, reciclados ou coprocessados.
A construção da nova fábrica de Joinville revela a importância estratégica que a região e o País possuem para o crescimento da GM no mundo.
Marcos Munhoz, vice-presidente da GM do Brasil, destaca a importância da unidade, necessária para atender a forte demanda do mercado brasileiro nos últimos anos e também às exportações.
Segundo ele, "a unidade de Joinville incorpora os mais avançados processos de tecnologia automotiva e de sustentabilidade. Temos muito orgulho em implementar um conjunto de tecnologias inovadoras, que fazem parte de uma fábrica totalmente sustentável, comprovando na prática que a GM tem um compromisso muito forte com o meio ambiente pois isso faz parte do DNA da companhia".
A nova unidade da GM ocupa uma área total de 500 mil metros quadrados sendo aproximadamente 30 mil metros quadrados utilizados nas instalações da fábrica propriamente dita e também suas facilidades auxiliares, incluindo pátios e áreas de estacionamento.
Parte da área (200 mil metros quadrados) foi reservada para a preservação ambiental. A fábrica da GM em Santa Catarina beneficia o meio ambiente com 13,8% de redução total de energia em comparação à ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) - norma norte-americana que é referência mundial para sistemas de energia.
A GM deixará de emitir anualmente 119 toneladas de CO2, obterá uma redução de (57,2%) no consumo de água para metais de fluxo e descarga e reutilizará 26.000 m3 por ano de água, volume equivalente ao abastecimento de 95 casas.
Dentre os inúmeros programas ambientais previstos para a unidade de Joinville destacam-se a Gestão ambiental ISO 14.001, gerenciamento químico, gerenciamento de resíduos, gerenciamento de efluentes líquidos, monitoramento de recursos hídricos e monitoramento dos níveis de ruído.
Os motores produzidos na fábrica da GM em Joinville são os novos SPE/4 (Smart Performance Economy / 4 cylinders) de 1.0 e 1.4 litro, que equipam os automóveis Chevrolet Onix (hatchback) e Prisma (sedã) – os dois modelos resultantes do Projeto Onix – o primeiro lançado em outubro de 2012 e o segundo em 27 de fevereiro de 2013, no mesmo dia da inauguração oficial da fábrica – com capacidade instalada de 120 mil motores por ano e 200 mil cabeçotes por ano, dos quais 100% dos motores se destinam à unidade de Gravataí (RS).
Já dos cabeçotes, 60% (120.000) se destinam aos próprios motores ali montados, enquanto 40% (80.000) vão para a fábrica da GM em Rosario, na Argentina.
O processo de manufatura de montagem dos motores tem uma linha paletizada automática, controle à prova de erros e 100% de controle eletrônico de torques.
Já a usinagem dos cabeçotes conta com centros de usinagem CNC e flexibilidade para reconfiguração rápida de produtos.
O controle de qualidade conta com processo amparado pelo laboratório metrológico CMM e 100% de rastreabilidade de produção.
O teste a frio dos motores não utiliza combustíveis e tem zero de emissões de gases e seus parâmetros são controlados por computadores.
Ainda na área da qualidade, para manter as rígidas tolerâncias nos processos de usinagem e montagem dos novos motores, todo o galpão industrial tem temperatura e umidade controlados.
Alinhado com o conceito de se buscar a máxima eficiência energética no uso de equipamentos, o sistema de ar-condicionado tipo VRV (volume de refrigerante variável) proporciona uma redução substancial no consumo de energia por meio do monitoramento interno dos níveis de CO2 para controlar o volume de ar externo de renovação em função da ocupação.
O sistema de compressores de ar com variador de velocidade e secador por adsorção - seca o ar por reação físico-química - é 8% mais econômico comparado à ASHRAE, norma norte-americana que regula o assunto.
O ambiente interior conta com luz natural e dimerização (controle automático do nível de luz artificial), monitoramento da qualidade de ar, além de controle de temperatura do ar.
E ainda, o sistema de iluminação interna é de alta eficiência e toda a iluminação externa é feita por sistemas de LED.
Energia fotovoltaica, sistema
inédito na indústria automobilística
João Sidney Fernandes, diretor de "Facilities" da GM América do Sul, destaca a energia fotovoltaica como um "exemplo de eficiência energética". O inédito sistema implantado na unidade da GM em Joinville, conta com a instalação de 1.280 módulos fotovoltaicos que ocupam uma área de 2.115 metros quadrados, e gera energia para toda a unidade industrial.
A energia gerada por este sistema equivale ao consumo de 220 casas, e evitará a geração de 10,5 toneladas de CO2 por ano.
Aquecimento solar
O sistema de aquecimento solar na unidade de Joinville tem capacidade para fornecer 15.000 litros de água quente por dia, o equivalente ao consumo de 750 pessoas.
A economia prevista por ano pode chegar a 8.800 m3 de gás natural – ou ainda, ou 7.190 Kg de GLP ou 96.100 kWh -, evitando a geração de 17,6 toneladas de CO2 por ano. Esta iniciativa supre as necessidades dos vestiários e cozinha.
Este sistema de aquecimento solar tem como principais vantagens os seguintes aspectos:
O uso de combustíveis não renováveis é reduzido
O sol fornece um combustível de custo zero
O aquecimento solar é sustentável e renovável
Libera o uso da energia elétrica para outras utilizações mais nobres como iluminação e movimentação nos processos de produção
A geração de CO2 durante a operação é nula ou mínima
Pode ser usada tanto para indústria, comércio e em residências
Pode ser instalado em áreas onde não exista energia elétrica
Uso racional da água, jardins filtrantes e osmose reversa
Todas as instalações dos sanitários da unidade da GM em Joinville são dotadas de torneiras e descargas de baixo fluxo e com sensor ou temporizador.
Outra iniciativa de uso racional de água e também de energia é o sistema conhecido como "Wetland" (Jardins Filtrantes), considerado altamente sustentável no tratamento de esgotos, já que não utiliza produtos químicos.
Na verdade, ele usa e a vegetação é adaptada ao local e integrada à paisagem para o tratamento dos efluentes.
Tem baixo consumo de energia, remove 90% dos poluentes, tem uma reduzida geração de resíduos sólidos.
Os jardins filtrantes ocupam uma área de 650 m2 do total dos 3.500 m2 ocupados pelo sistema de tratamento de efluentes e gera uma expressiva economia de energia elétrica, - superior a 60% se comparado a uma instalação convencional de 124 MWh/ano – deixando de gerar 3,6 toneladas de CO2 por ano, além de o custo de implementação ser bem menor que uma convencional do mesmo porte.
Osmose reversa
Também no uso racional da água, a tecnologia de tratamento de água por Osmose Reversa produz uma água de excelente qualidade, muitas vezes superior à da água de origem, que permite aplicação industrial irrestrita, com baixa salinidade e condutividade e isenta de micro-organismos.
Ele permite o reuso de até 22.900 m3 por ano de água, evitando o consumo de água potável suficiente para abastecer o equivalente ao consumo de 70 casas populares.
Portanto, será possível fornecer 100% do consumo de água não potável da fábrica de motores através do sistema.
A água tratada com elevado teor de pureza será utilizada para fins não potáveis, como processo industrial, sanitários, irrigação, jardinagem e lavagem de pisos.
Outras preocupações ambientais na fase de construção
A GM adotou na implantação da fábrica em Joinville um conjunto amplo de iniciativas pioneiras.
Exemplos de algumas ações:
Controle de poeira durante toda a fase da obra com umectação das vias internas com água de reuso e lava-rodas de veículos
Sistema de lava-rodas para veículos leves e pesados
Acondicionamento de resíduos e produtos químicos e proteção contra vazamentos de químicos e áreas de contenção
Sistema eficiente de drenagem do terreno com lagoa de sedimentação para águas pluviais
Manutenção e proteção das áreas de preservação permanente
Proteção temporária de taludes, retaludamento definitivo e plantio de 720 árvores nativas
Programa de monitoramento dos recursos hídricos superficiais
Vagas especiais para incentivo ao uso da carona solidária, veículos flex fuel e elétrico
Bicicletário
Uso de materiais locais extraídos e manufaturados em um raio de 800 quilômetros da edificação e de madeira certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council).
O FSC é hoje o selo verde mais reconhecido em todo o mundo, com presença em mais de 75 países e todos os continentes.
A certificação é uma garantia de origem que a madeira não foi extraída de uma floresta nativa, ou seja, garantindo que o produto atendeu a todos os critérios de sustentabilidade deste protocolo.
Tintas, revestimentos, colas, selantes e sistemas de pisos (vinílicos) com baixíssimos índices de COV - Compostos Orgânicos Voláteis
Madeira composta para portas e divisórias de banheiros livre de ureia formaldeído
Uso de materiais manufaturados com conteúdo reciclável na sua composição
Reciclagem de materiais e compostagem de resíduos do restaurante
Uso eficiente da água: torneiras e descargas de baixo fluxo e com sensor ou temporizador, reuso de água de chuva
Acondicionamento de resíduos químicos e recicláveis em áreas adequadas com cobertura, contenção e acesso restrito
Proteção de dutos de ventilação e ar condicionado ao longo da construção, evitando a sua contaminação
Plano integrado de paisagismo e controle de pragas com objetivo de garantir a manutenção sustentável das áreas verdes
Auditoria e verificação em campo de todos os sistemas e equipamentos ligados ao consumo de energia com objetivo de garantir a performance de projeto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário