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sábado, 29 de março de 2014

PEUGEOT VOLTA AO RALLY DAKAR DEPOIS DE 25 ANOS DE AUSÊNCIA DA COMPETIÇÃO


Após sua extraordinária aventura em 2013, que resultou na quebra do recorde da subida de Pikes Peak, a Peugeot Sport, a Red Bull e a Total mais uma vez uniram forças para outro desafio bastante exigente e não menos emocionante: o Dakar. 


Para enfrentar os 10 mil quilômetros do mais longo e difícil rali cross country do mundo 25 anos após a participação da marca na competição, a equipe recrutou Carlos Sainz e Cyril Despres.

Em junho passado, o memorável recorde conquistado na íngreme subida de Pikes Peak (8m13.878s) confirmou a disposição da Peugeot Sport em enfrentar desafios singulares. 

E o próximo já está marcado, com as atenções da equipe formada junto à Red Bull e à Total voltadas à América do Sul, no rali cross country mais difícil do mundo.

A decisão remete a um período particularmente bem sucedido na história da Peugeot, que deixou uma marca importante no Dakar ao vencer a lendária competição por quatro anos consecutivos, de 1987 até 1990, primeiro com o 205 T16, depois com o igualmente icônico 405 T16.

Vinte e cinco anos após sua última participação na competição, a equipe Peugeot Total será testada em uma maratona de 10 mil quilômetros com um carro novo, o 2008 DKR. 

O Dakar será, naturalmente, o principal foco do novo programa da Peugeot, que também irá incluir um determinado número de outros eventos, a fim de ajudá-la a se preparar para o rali sul-americano.

A equipe trouxe o piloto vencedor do Dakar em 2010, Carlos Sainz, que emprestará sua extensa experiência e habilidade para desenvolver veículos de corrida, e o campeão de cinco edições do evento em duas rodas, Cyril Despres, que escolheu a Peugeot para iniciar uma nova carreira sobre quatro rodas.

O 2008 DKR foi concebido pela mesma equipe que estava por trás do desenvolvimento do 208 T16 Pikes Peak. 

Mais informações sobre o carro serão reveladas no Salão Automóvel de Pequim, em 20 de abril.

Peugeot e o Dakar: o gosto pela aventura
O relacionamento da Peugeot com o Dakar no passado vai muito além da impressionante estatística de pontuação da Marca com quatro vitórias em quatro edições da competição. 

Pelo contrário, foi construída em ocasiões improváveis no decorrer dos 48.125 quilômetros de disputa no noroeste da África entre 1987 e 1990.

Em 1º de janeiro de 1987, todos os ingredientes foram colocados no mesmo local para maximizar as chances de sucesso na primeira participação da Peugeot no “Paris – Argélia – Dakar”.

Um dos pilotos era um certo Ari Vatanen, cujo 205 T16 recebeu a numeração “205”, uma forma ideal de promover o emblemático modelo da marca. 

Infelizmente, um acidente no prólogo do evento, próximo a Paris, impôs danos graves ao veículo, fazendo com o que o piloto caísse para a posição 274 na classificação geral.

O rali tinha apenas começado e o incidente lembrou à equipe da natureza intransigente do Dakar, com seus altos e baixos inerentes ao rali. 

O duro golpe na equipe, por outro lado, demonstrou a capacidade de reação do time Peugeot. 

Dias mais tarde, o companheiro de equipe Shekhar Mehta aprendeu a mesma lição quando liderava a prova. 

Um plano bem preprado para seu 205 T16 foi jogado por terra por uma avaria mecânica inexplicável. 

Felizmente, Ari Vatanen realizou uma incrível corrida de recuperação que lhe garantiu o primeiro triunfo da Peugeot na prova, após cerca de 13 mil quilômetros de competição.

A edição de 1988 serviu para confirmar a imprevisibilidade do rali quando um problema inacreditável atrapalhou os planos do então chefe de equipe Jean Todt e o melhor colocado entre os dois 405 T16S. 

Depois de 13 etapas, Ari Vatanen chegou na frente à capital do Mali, Bamako, mas seu carro foi roubado durante a noite. 

A recuperação do veículo, entretanto, veio tarde demais, e o finlandês acabou desclassificado. 

A vitória foi para o 205 T16 do companheiro de equipe Juha Kankkunen, que tinha sido recrutado para servir como piloto de apoio a Vatanen.

O 405 T16 finalmente conseguiu sua oportunidade em 1989 depois de uma batalha incrível entre os companheiros de equipe Ari Vatanen e Jacky Ickx. 

Para se certificar de que o duelo não inviabilizaria as chances da Peugeot, a equipe decidiu resolver a questão jogando uma moeda ao ar na parada no parque de assistência em Gao, no Mali. O resultado favoreceu Ari Vatanen, que venceu a prova.

No ano seguinte, o finlandês construiu uma margem de segurança de duas horas sobre os rivais, até encontrar um dia conturbado na especial de Niamey e Gao, novamente em Mali. 

A etapa dava ênfase nas habilidades de navegação, mas o co-piloto de Vatanen foi mal e sua bússola estava com defeito. 

Para “coroar” os acontecimentos, o piloto da Peugeot destruiu parte da carroceria de seu 405 ao bater em uma árvore.

Apesar de tudo, o finlandês sobreviveu para conquistar a quarta vitória no Dakar para a Peugeot.

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