Coluna Fernando Calmon
Nº 1.153 — 10/6/21
ELETRIFICAÇÃO: TOYOTA VÊ
MAIS DE UM CAMINHO À FRENTE
Masahiro Inoue, CEO
da Toyota para América Latina e Caribe, confirma que o compromisso da empresa
em nível mundial continua sendo tornar-se neutra em emissões de gás carbônico
até 2050, meta anunciada há seis anos. Apesar disso, acredita que uma posição
cautelosa precisa ser considerada sobre como alcançar esse objetivo. Conversei com
ele sobre este e outros assuntos.
“Nosso respeito ao
meio ambiente é inquestionável. Quando a Toyota criou em 1997 o primeiro
híbrido dos tempos modernos, o Prius [foto de abertura], já indicava que o
futuro deveria mudar. Porém, agora, há mais de um caminho a escolher. Baterias
e pilhas a hidrogênio são tecnologias válidas e continuamos a pensar assim. No
Japão não há ainda consenso sobre o que vai prevalecer ou mesmo conviver.
Garantir antes um suprimento estável de geração de energia elétrica é muito
importante, além da criação de toda a infraestrutura exigir grande planejamento”,
afirma.
No Brasil há opção de
usar etanol para gerar hidrogênio a bordo e, por meio de um reformador, obter energia
para o motor elétrico. “Este é um caminho que o País também pode seguir.
Importante separar as questões técnicas e de marketing. Não basta estabelecer
prazos ou datas em assuntos complexos”, defende Inoue.
O executivo confirmou
o plano de usar o Brasil como base exportadora. “Toyota vende 400.000 veículos
na América Latina, metade produzida no Brasil. A outra metade vem do Japão com
frete médio de US$ 1.500 por unidade. Então está aí uma oportunidade para a
fábrica de Sorocaba (SP) fornecer para a nossa região”.
Inoue entende que o sistema de produção Just-in-Time criado pela empresa para enviar componentes diretamente às linhas de produção e logo copiado por outros ramos industriais, não foi responsável pela atual escassez de semicondutores no mundo e a interrupção de tantas fábricas no Brasil e no exterior. “O mais importante é o planejamento de longo prazo, além de um contato constante e de ajuda mútua com nossos fornecedores. Assim não temos problemas, salvo questões pontuais e menores.”
Limitações de produção seguram as vendas
Mercado brasileiro
continua comprando praticamente tudo que é ofertado pela indústria, incluídos
veículos leves e pesados. Isso se repetiu em maio último com estoques
pressionados e muito abaixo do que seria necessário para pronta entrega. São
apenas 10 dias nas concessionárias e cinco nos pátios dos fabricantes, situação
que se repete a cada mês desde novembro de 2020. As vendas diárias empacaram em
quase 9.000 unidades no mês passado.
A produção cresceu
apenas 1% sobre abril. Como as exportações aumentaram 9% para cumprir compromissos
assumidos e as importações ainda sofrem impactos pelo dólar alto, não há mesmo
como atender a demanda interna. Uma situação singular: há dois anos havia
grande oferta e procura baixa; hoje, pouca oferta e grande procura. A opção tem
sido comprar o que está disponível ou partir para os carros usados. Este ano, em
maio, a comercialização de automóveis e comerciais leves usados cresceu 19%
sobre abril.
Está difícil revisar
as projeções para 2021, enquanto a importação de semicondutores ainda estiver
sob pressão. Em termos mundiais, a previsão é de queda de 3% a 5% na produção por
conta desta escassez que afeta mais algumas marcas do que outras. No Brasil, no
entanto, o mercado e a produção vão crescer no mínimo 15% e 25%,
respectivamente, porque a base comparativa com 2020 é muito baixa, segundo
projeções da Anfavea.
São Paulo emplacou menos veículos do que Minas Gerais pela primeira vez. Razão é o aumento do ICMS que o governo paulista só agora diz que será por um prazo de dois anos, depois da má repercussão da medida.
Jaguar F-Pace evolui em estilo e conectividade
Mesmo sem alterar a
essência do desenho, a evolução de meio ciclo desta geração do F-Pace segue a
tendência estilística atual. Capô, faróis, lanternas traseiras e rodas mudaram,
enquanto o interior foi totalmente renovado. Destaque para a nova tela multimídia
curva de 11,4 pol. com moldura em magnésio, além de um tratamento químico superficial
antirreflexo que também facilita limpeza de marcas de dedos. Sistema de infotenimento
Pivi Pro inclui menu simplificado: apenas dois toques na tela inicial para
executar 90% das tarefas usuais.
Acabamento interno em
madeira e alumínio, novos bancos dianteiros mais confortáveis com superfícies
maiores de aquecimento e resfriamento e sistema ativo de cancelamento de ruídos
externos completam o pacote de melhorias internas.
O motor 6-cilindros turbo
3-litros de 340 cv não recebeu alterações. Mas na versão esportiva SRV o torque
do V-8 5-litros com compressor subiu para 71,4 kgf.m, enquanto a potência se
manteve em 550 cv. Rodas de liga leve de nada menos que 22 pol. de diâmetro são
opcionais. Os preços vão de R$ 463.750 a R$ 725.950.
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