Alta Roda
Nº 706 — 8/11/12
Fernando Calmon
BOM DE SAMBA
Neste ano histórico de grandes lançamentos e,
principalmente, de novos fabricantes estreando no segmento de hatches compactos,
o mais importante do mercado brasileiro, o Chevrolet Onix, de fato, se destaca
por, digamos, o conjunto da obra.
Comparado ao HB20 e ao Etios, outras
novidades de impacto, não é mais bonito que o Hyundai, mas as linhas são bastante
atraentes. Não é o mais aerodinâmico (Cx 0,35), porém ganha no espaço interno
pela maior distância entre eixos (2,52 m) e largura (1,70 m).
Trata-se do verdadeiro sucessor do Celta como carro-chefe da
marca, embora este continue em produção mesmo depois de 2014, quando receberá
airbags e freios ABS, por obrigação legal.
A fábrica prevê vendas médias de
12.000 unidades/mês, em 2013, cerca de 40% além do veterano que acabou de
completar 12 anos de mercado com poucas alterações. Sua versão sedã, o Prisma,
não é mais fabricada em Gravataí (RS) e terá o Onix sedã como herdeiro.
Difícil
ficou a sobrevivência do Agile
Derivado da plataforma mundial GSV, é 3 cm mais estreito e
11 cm mais curto que o Sonic hatch. Mas não herdou dele a coluna de direção com
regulagem de distância.
O porta-malas menor (265 l contra 280 l) do modelo
mexicano deixou mais espaço para pernas no banco traseiro que o brasileiro. O
quadro de instrumentos do Onix exibe simplicidade agradável, enquanto o
interior é muito bem cuidado.
Interessante a tela tátil multimídia de 7 pol, MyLink
(acrescenta R$ 1.200,00, a partir do segundo catálogo). Não possui GPS, mas
pode importar de um celular inteligente o aplicativo de navegação BringGo, que
custará R$ 100,00.
Preço do Onix é competitivo: de R$ 29.990 (motor de 1 litro)
com ABS e airbag a R$ 41.990,00 (motor 1,4-litro). Câmbio automático de seis
marchas, único entre os compactos, chega em seis meses.
Uma das surpresas os engenheiros conseguiram com os motores.
Em resposta às críticas de tecnologias de reco-reco usadas no Brasil, o de 1
litro alcança nada menos de 80 cv (etanol) com oito válvulas e comando simples.
Potência igual em relação à sofisticada unidade de duplo comando variável e
multiválvulas do HB20, que tem apenas mais 4% de torque. Motor de 1,4 l/106 cv
(etanol) entrega mais potência e mesmo torque que o também elaborado e de maior
cilindrada do Etios, de 1,5 l.
Inadmissível a GM continuar sonegando dados de consumo de
combustível. Birra sem sentido em relação às regras, iguais para todos, do
Programa Brasileiro de Etiquetagem, que já agrega 19 fabricantes. Informa,
apenas, que os motores ficaram até 6% mais econômicos em relação aos antigos.
Sem a transparência dos índices, de pouco vale.
Boa a posição ao volante. Fácil regular a distância do banco
por uma barra de um extremo ao outro do assento. O carro mostra-se acertado em
curvas, mais para macio do que duro, tem câmbio de engates precisos e
desempenho superior à média do segmento para uma massa total entre 1.012 kg e
1.067 kg. Surpreende o conforto acústico pelo isolamento triplo das portas.
Visibilidade traseira pelo espelho interno é deficiente.
Abertura do porta-malas pode ser remota, por botão na chave, mas esta tem que
estar fora do local da ignição. Porta-luvas pequeno, porém há vários
porta-objetos, inclusive tiras de fixação no console de túnel.
RODA VIVA
AMPLIAÇÃO do acordo
entre Opel (subsidiária alemã da GM) e PSA Peugeot Citroën pode levar a futura
aliança ou mesmo fusão das operações. Não está claro como afetaria filiais fora
da Europa, inclusive do Brasil. Carlos Ghosn já havia dito, no Salão de Paris,
que “nem Renault nem Nissan teriam sobrevivido sem a aliança”, indicando a
grave situação europeia.
FROTA brasileira
de veículos de quatro ou mais rodas – 35 milhões de unidades, em 2011 – continua
a subir. Em 2010 passou a do México e este ano pode superar a da Grã Bretanha,
alçando a sexta posição na classificação mundial. Estatística se refere à frota
real e não à teórica (50 milhões), divulgada pelo Denatran, que desconsidera o sucateamento.
HYUNDAI HB20 surpreende
pela desenvoltura do motor de 3 cilindros/80 cv, no trânsito urbano, sem
decepcionar em estrada, desde que não carregado. Mais áspero que um 4-cilindros,
porém de timbre agradável, assim como a atmosfera interna. Bons freios e câmbio
manual, em nível acima das suspensões, de pouco curso e que não apreciam piso
irregular.
PRIMEIRO Nordeste
Autoshow será de 25 a 28 de abril de 2013, em Recife (PE). Organizado pela Reed
Alcântara, responsável pelo Salão do Automóvel de São Paulo, exibirá
automóveis, motocicletas e barcos, além de fornecedores dos setores. O Nordeste
é considerado promissor para feiras e eventos de porte.
INICIATIVA do
Detran paulista merece adoção por outros Estados: aviso por carta, com
antecedência de 30 dias, sobre vencimento da carteira de motorista. Se esquecido,
traz sérios inconvenientes, além de multas. Há prazo adicional de 30 dias, após
o vencimento, que dá flexibilidade ao motorista.
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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
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