Alta
Roda
Nº 693 –9/8/12
Fernando Calmon
REVIRAVOLTA À VISTA
Nove
anos pode ter sido um intervalo grande para que surgisse a segunda geração do
EcoSport, mas a evolução foi notável. A Ford, em 2003, criou o SUV compacto de
tração dianteira e vocação citadina. Cenário da época era de pequenos
utilitários desse segmento com tração traseira ou 4x4, a exemplo do Suzuki
Jimny ou Pajero TR4, modelos mais pesados e focados no fora de estrada.
Em
2011, a Renault lançou o Duster que desbancou, este ano, a liderança do
EcoSport (até então sem rival direto). Mas como esse jogo só termina em 31 de
dezembro a tendência é de reviravolta. Depois de 700.000 unidades vendidas, a
Ford sabia exatamente o que fazer.
Diretrizes de projeto atacaram os pontos
fracos que, com o tempo, sobressaíram. O novo modelo tem praticamente o mesmo
comprimento – 4,24 m –, porém as dimensões que importam para o espaço interno
cresceram: 3 cm, no entre-eixos; 7 cm, na altura; 5 cm na largura.
O
ambiente interno mudou bastante. Painel, volante, quadro de instrumentos, eletrônica
de bordo, tudo inspirado no New Fiesta, de quem também herdou regulagem de altura
e distância do volante, além da direção de assistência elétrica. Há quatro ajustes
dos encostos bipartidos do banco traseiro. Até o porta-malas cresceu quase 20%,
para 362 l (dado do fabricante).
As
linhas externas são ousadas e há carreira de LEDs no contorno dos faróis. Interessante
o foco em aerodinâmica (coeficiente de forma é 10% melhor) e diminuição dos
ruídos de vento. O estepe continua dependurado na tampa traseira, mais leve de
manusear. Agora há apenas um pequeno botão, disfarçado na lanterna, para abrir
a tampa.
Motor
1,6 l, 115 cv (etanol) dispõe de bloco de alumínio (Sigma aposentou o Rocam),
que, com ajuda de aços especiais na carroceria, conteve a diferença média de
peso, em torno de 40 kg, apesar de novos equipamentos. A Ford informa que este propulsor
está mais econômico, ganhou o selo “A”, do Inmetro: cidade, 10,2 km/l
(gasolina) e 7 km/l (etanol); estrada, 12,2 km/l e 8,4 km/l, respectivamente. A
fábrica não declarou o consumo do outro motor disponível.
Ao
rodar com o carro, a sensação é mesmo a de outro veículo. Silêncio a bordo,
câmbio com engates precisos, direção suave, mas comunicativa e bom
comportamento em curvas não deixam nenhuma saudade do antigo EcoSport, em
especial do nível de ruído e vibração. As suspensões, no entanto, poderiam ser
um pouco mais firmes, em especial para explorar melhor a potência do motor de 2
l, 147 cv (etanol), da versão de topo, Titanium, e opção no Freestyle.
Arquitetura
do novo Fiesta colocou muitos recursos de segurança disponíveis: freios ABS e airbags
frontais (ambos de série) e, em versões mais caras, airbags laterais e de
cortina, controles de trajetória e tração, entre outros. Preços subiram menos de
R$ 3.000, como referência média, porém o conteúdo acrescentado supera esse
valor. Versões básicas saíram do catálogo. Preços: R$ 53.490 a R$ 71.490.
Para
melhorar: tampa do porta-luvas ao abrir interfere com pernas do ocupante;
regulagem do encosto do banco do motorista e visibilidade dianteira e traseira.
Em outubro, chega a caixa automatizada de dupla embreagem, seis marchas e, em
dezembro, a versão 4x4 com caixa manual, também de seis marchas.
RODA
VIVA
VENDAS continuam em
crescimento e superaram a barreira de 2 milhões de unidades até julho. Anfavea mantém
aposta na sua previsão de crescimento de 4% em 2012, sobre 2011. A sinalização
vem de nova queda nos estoques totais de 29 para 27 dias. Isso abre espaço para
recuperação da produção em agosto, já que a queda nas exportações parece
irreversível.
OTIMISMO no mercado de
automóveis e comerciais leves depende da prorrogação do nível mais baixo de IPI
para além de 31 de agosto. Declarações do ministro Mantega são de que, “no
momento, não há intenção de manter o nível atual do IPI”. Esse filme já foi
assistido. Prorrogação ocorrerá no último dia e poderá ir até o final do ano, com
outro capítulo em outubro.
BMW Série 3 é o exemplo
de como uma nova geração pode atender exigências de mercado sem abalar os
dogmas de uma marca. Espaço interno, direção de assistência elétrica e a tela
multimídia são pontos de destaque. No 328i, motor turbo de 4 cilindros (245 cv)
substituiu o 6-cilindros (218 cv) aspirado e no uso do dia-a-dia ficou melhor,
mesmo que o som do motor não seja o mesmo.
TOYOTA iniciou pré-venda do
compacto Etios, hatch e sedã, sem solicitar dos interessados qualquer
adiantamento financeiro. Entregas, no final de setembro. O carro tem certas
soluções que deixam sensação de economia de custos, quando examinado com mais
atenção. Foge dos padrões da marca, o que se previa por ser modelo mais barato,
porém passou da conta.
RELAÇÃO correta dos 10 mais
vendidos na Europa, no primeiro semestre: Golf, Fiesta, Polo, Corsa, Focus,
Clio, Astra, Qashqai (Nissan), Mégane e Passat. Nos EUA: Camry, Civic, Altima
(Nissan), Accord, Corolla/Matrix, Malibu, Fusion, Focus, Prius e Sonata.
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fernando@calmon.jor.br
e www.twitter.com/fernandocalmon
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