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sábado, 4 de agosto de 2012

O MUNDO AINDA CONVIVERÁ UNS BONS ANOS COM OS AUTOMÓVEIS MOVIDOS A GASOLINA E DIESEL, NÃO OBSTANTE AS AÇÕES EM DEFESA DA ADOÇÃO DO CARRO ELÉTRICO PURO. ESSA É A OPINIÃO DE NOSSO COLUNISTA FERNANDO CALMON, QUE ACHA QUE O TEMPO ATÉ 2020 É O DO USO DE CARROS HÍBRIDOS E DE REDUÇÃO DE CONSUMO DOS MOTORES A COMBUSTÃO



SOLUÇÕES FLEXÍVEIS

Por Fernando Calmon 

Apesar do futuro mais remoto apontar a mobilidade elétrica como a solução prevalente, a médio prazo, o uso combinado de motores elétricos e de tradicionais a combustão interna otimizados para consumo de combustível até 30% menor terá espaço garantido.


Segundo o grupo alemão Schaeffler, em processo de fusão com a Continental para formar o maior conglomerado mundial de fornecedores da indústria automobilística, no mínimo 90% dos veículos produzidos em 2020 estarão equipados com motores a combustão interna. 

No entanto, os estudos também apontam que metade destes modelos receberão motores elétricos que vão interagir de formas diferentes dentro dos conceitos de hibridização.

Entre os avanços que a empresa tem trabalhado, nos motores convencionais, estão otimização da termodinâmica, minimização de perdas por bombeamento e atrito, uso de dispositivos auxiliares controlados por demanda, gerenciamento térmico direcionado, downsizing/downspeeding (sobrealimentação para reduzir cilindrada e obter torque a rotações mais baixas), além da função desligar-ligar o motor.

Um programa específico, em conjunto com a Porsche, levou a expressivos 10,1% de redução de consumo de gasolina em um Cayenne, trabalhando tanto no motor V-8 como no veículo. Desse total, 5,8% de economia vieram do motor, 1,1% nos rolamentos dos dois diferenciais e 3,2% nas barras estabilizadoras hidráulicas das suspensões.

O conceito híbrido da companhia nasceu de um balcão de ideias que não necessariamente será transposto na totalidade para um carro de grande produção. Além do motor de combustão interna (MCI) e um motor elétrico central, há outra solução que inclui dois motores elétricos acoplados aos cubos de roda. 

O MCI pode trabalhar em paralelo ou em série, neste caso para estender a autonomia da bateria. O motor elétrico central e a caixa de câmbio automatizada de duas embreagens, unidos por correia dentada, movem as rodas dianteiras.

Quanto à tração totalmente elétrica, o veículo de testes é uma perua Skoda Octavia Scout 4x4. Nele foi aplicado o conceito de diferenciais elétricos ativos, nos eixos dianteiro e traseiro. Nestes diferenciais há motores elétricos síncronos de magneto permanente, refrigerados a água, que ajudam a aumentar a potência total disponível. 

Trabalham com o conceito de vetorização de torque, distribuindo-o entre as rodas do lado direito e esquerdo de forma mais imediata e precisa, em qualquer tipo de superfície, de asfalto molhado até terra enlameada. Há grande ganho em dirigibilidade, segurança e conforto.

A combinação de todas essas pesquisas e aplicações práticas levou a empresa a propor um carro-conceito que batizou de eSolutions. Na realidade, o objetivo é desenvolver para os fabricantes de veículos soluções de chassi e trem de força, baseadas em eletricidade, sem preocupação com forma da carroceria, estilo ou configuração interna. 

Trata-se de uma plataforma flexível que pode evoluir, qualquer que seja o ritmo imposto pela realidade econômica de infraestrutura na implantação da mobilidade futura.

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