Coluna Nº 3512 de 29 de agosto de 2012
Motor mais forte, versão
GT no
Sandero, a Renault se prepara
O mercado brasileiro não está
fácil. Projeta crescimento lento de 5% para 2012, e a certeza que a capacidade
industrial instalada do País crescerá aproximadamente 30% em cinco anos,
projetando-se 4,5M de veículos.
Novas marcas chegarão, novos conceitos, como os
carros coreanos feitos aqui, novas referências serão criadas. Ou seja, quem
acha que agora está difícil disputar o consumidor não considera os próximos
anos.
Aí sim, com a maior quantidade de marcas num só país, qualquer décimo de
participação de vendas será muito disputado.
Pra cima, pra frente.
A Renault conseguiu reverter
seus maus resultados e engatou um processo de crescimento, obtendo mais vendas
e expansão que a média do mercado. Teve a coragem de assumir que o Brasil gosta
de carros com pouco refinamento, e baseia seus produtos mais vendidos, Logan,
Sandero e Duster sobre plataforma de resistência e reações a nível soviético –
áspera, dura, resistente e avessa a quebras. Moral da história, recuperou a
quinta posição nas vendas.
Para o futuro imediato a empresa
dedicou-se, com apuro tardio, ao motor 1.6 e 8 válvulas, aplicando-lhe receita
tradicional, de redução de peso nos pistões, e diminuição de atrito no
funcionamento. Com pequenos acertos conseguiu aumentar a potência para 106 cv
com etanol e 98 cv com gasálcool.
Na prática o motor dá mais docilidade
aos três que o utilizarão, melhores respostas em baixas rotações,
característica do uso brasileiro. Resultado, menos emissões e redução de
consumo na ordem de 10% na cidade, 5% na estrada, bastantes para enquadrá-los
na faixa de menor consumo no programa de etiquetagem – iniciativa do governo
para mostrar ao consumidor dados verdadeiros de consumo e poluição.
Operacionalmente permite aos veículos que o utilizam um andar de melhores
reações urbanas e menor necessidade de troca de marchas.
Novidade na linha é a criação de
versão GT para o Sandero, decorado por detalhes de pretensa esportividade, como
para choques traseiro com extrator de ar, faróis máscara negra, rodas em aro
15”, adesivos e suspensão levemente endurecida.
Para dar uma força na identificação
esportiva – o comportamento de acelerar e fazer velocidade final sejam
idênticos – cintos de segurança vermelhos, instrumentação com fundo branco.
Demais versões e no Logan, houve
incorporação de itens antes opcionais para melhorar o conteúdo, melhorando a
relação entre conteúdo e preço.
O motor 1.6 com 16 válvulas
mantém-se em produção, porém de aplicação limitada aos carros dotados de
transmissão automática.
Na prática, a Renault fez um bom trabalho de
atualização, aproximou o rendimento dos motores 8v ao fornecido pelos 1.6 com
16v, e manteve preços, economizando na redução de custos.
No lançamento, Olivier Murguet,
presidente da empresa, cobrado pela defasagem entre os produtos brasileiros e
europeus, usou a facilidade em se expressar, da vivência local como ex diretor
de produto para o Mercosul, para explicar que a distância diminuirá, e que o
exemplo do Sandero – aqui lançado antes da Europa – será repetido.
Próximas novidades da Renault
serão o Clio, revisto esteticamente e no motor 1.0, também reacertado, e o
Duster, com novos atrativos para manter-se competitivo ao oferecer mais espaço
e custar R$ 5 mil menos que o Ford EcoSport.
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Sandero GT |
Roda-a-Roda
Mais outra – A decisão da Volkswagen em produzir o picape Amarok na
Alemanha, ligou o marketing da Mercedes. Porque não ter o produto ausente em
seu portfolio?
Fácil – A Mercedes tem conhecimento amplo na matéria ao dividir
engenharia com sua ex-sócia Chrysler no desenvolvimento de produtos, como os
ML, os Grand Cherokee, com a mesma base, e os picapes RAM.
Início – Para dar corpo à idéia e facilitar avaliações a fábrica
alemã mandou técnicos à Argentina, reunindo os picapes feitos lá e exportados
ao Brasil – Toyota, Ford e Amarok –, juntou-o aos aqui feitos, fez teste geral.
Quer entender os produtos ambivalentes em trabalho e status na
América do Sul.
Vem – Que a Mercedes entrará no segmento de picapes, não
há dúvida. Mas, dizem experiências recentes, contas altas devem ser divididas e
assim, apesar do saber e da estrutura mecânica pronta e disponível, procura
sócia para fazer o produto. Coreana, de preferência. Quer aprender mais sobre
qualidade.
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Mercedes picape em projeção de Christian Schulte, do sítio Autoblog.
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Ecologia – A caça aos poluentes força as montadoras
buscar motores menores. A Ford desenvolveu, reduzindo-os em tamanho e
deslocamento cúbico, aplicando-lhes turbo alimentador, substituindo os de maior
cilindrada, emissões, consumo. O Fusion, chegando em nova edição, totalmente
mudado, terá versão com sua tecnologia dita EcoBoost.
Nasa – Seu turbo se diferencia dos aplicados no 2.0 EcoBoost
do Edge e Explorer, em liga de cobalto e tungstênio, utilizada em viagens
espaciais. Há que suportar trabalho duro: até 190 mil rpm e 1.050 graus de
temperatura.
Festa – O 2 de setembro é referência para a indústria
automobilística nacional: o mais antigo de seus produtos fará 55 anos. É a
Kombi, já vista em 1,53 milhão de unidades. Imbatível entre o que pesa e o que
transporta, solitária no mercado, é recordista como o mais longevo do mundo.
História – A linha de produção da Kombi é uma preciosidade. Mesmos
métodos do imediatos ao pós guerra, intensa mão de oba, é a manufatura mais
antiga do mundo ainda em prática.
Fim – A Kombi tem fim marcado: 2013, barrada pela
exigência da aplicação de air bag por todos os veículos
nacionais. Sua estrutura não suporta tais protetores.
Largou – A Citroën veicula filme de apresentação do novo C3.
Feito na Turquia, balançando em guindastes portuários, chama a atenção pelo
insólito, mas não exprime com clareza sua característica principal, o amplo
para brisas dito teto Zenith. O tema, capitalizando a boa imagem do C3, vendedor
de 240 mil unidades, diz “É muito mais C3”.
Fim de feira – Quatro produtos no mercado estão nas últimas
unidades nos pátios dos revendedores, capazes de preços ainda menores para
negociação. Há que se limpar pátios.
Pechinche - Chevrolet Omega – de fornecimento interrompido na
Austrália e o modelo de origem será substituído; Renault Gran Tour, elegante station
wagon, de produção encerrada porque tomava tempo e espaço na linha de
montagem, mais interessada em Sanderos, Logans e Dusters; Ford Fusion, cuja nova
versão, inteiramente mudada e com nova motorização chega em outubro; Citroën
C3, já descontinuado, equipado e com preço a R$ 34.900.
Então – A fim ? Lembre-se, são bons
automóveis, mas descontinuados. Assim, podem ser bom negócio desde que você
consiga um bom desconto.
História - O livro
"Fordlândia", de Greg Grandin, finalista do Prêmio Pulitzer, será
filme. É desconhecido pedaço de nossa história, quando Henry Ford, quase
autônomo nos insumos para fazer seus veículos, resolveu comprar quase 15.000
km2 para plantar seringueiras na Amazônia e produzir borracha. Mandão, sem
orientação, mal feito onde estavam até um parente de Santos-Dumont, a
iniciativa provocou implantação de duas cidade, o choque de cultura, e enorme
prejuízo. A Fordlândia, hoje do governo federal, abandonada, em escombros, em
rito de salvamento pelo Patrimônio Histórico.
Festa – Para festejar as 7 milhões de unidades do Gol, a diretoria
da VW alemã veio ao Brasil e convocou o presidente da VW Argentina. É o modelo
mais produzido, vendido e exportado da indústria automobilística brasileira.
Na
medida – Com o bem acertado slogan – “Menos
você não quer, mais você não precisa” a Volkswagen Caminhões e Ônibus,
hoje MAN Latin America, começou a abrir o caminho de liderança no mercado
nacional, criando uma categoria nova, colocando ar condicionado, e permitindo
ao comprador personalizar o caminhão VW 18.310 a seu gosto e necessidade.
Argentinos – A Mercedes mudou os planos, alterará a linha de produção
em Virrey del Pino, na fábrica argentina chamada Juan Manuel Fangio. Fará
caminhões Atron 1624 e 1634, e o chassi de ônius LO 915. Até agora dividia
operações: na Argentina faz Sprinter e o frontal 1720. Aqui, o restante da
linha. A recente legislação de conteúdo nacional e o plano para renovação da
frota de carga tem muito a ver com a decisão.
Fim – Diz a multi de peças Visteon ter vendido sua
divisão de iluminação automobilística à indiana Varroc. Negócio pequeno para o
setor, mas indica arrumação e de mudança de rumo. Em vez da multi comprar indústria
em país em desenvolvimento, vende parte do seu negócio a empresa local: US$
72M.
Tecnologia – Em vez de espelho retrovisor, câmera gerando
imagens nítidas, grande contraste, sem reflexo de faróis. Tecnologia nova,
utilizada pela Audi nas corridas de Le Mans. Da Samsung, equipará o topo do
topo Audi A8 e.tron.
Prêmio
– Brazil Trading, verdadeiro nome
da Kia Motors do Brasil, foi indicada campeão no setor de Comércio Atacadista e
Exterior, em prêmio da revista Exame, listando as 1.000 empresas de maior performance
no país.
Mão de
obra – Lucas Di Grassi, paulista, foi contratado pela Audi Brasil
para conduzir um Audi R 18 Ultra nas “6 Horas de S Paulo”, prova
integrando o FIA World Endurance Championship. Nesta temporada a prova
emblemática é a 24 Horas de Le Mans. Lucas fará uma espécie de vestibular à
permanência e às futuras provas. A Audi lidera o Mundial de Endurance.
História – Prolífico, o jovem escritor argentino Franco
Cipolla tem novo livro especializado: LA INDUSTRIA AUTOMOTRIZ
ARGENTINA, ESA DESCONOCIDA...
Esclarecedor trabalho sobre a
história das variadas marcas, e as idas e vindas tecnológicas causadas pelos
sucessivos governos. Custa 150 pesos (aproximados R$ 66) para entrega no
Brasil. A fim? fhc_ika@hotmail.com
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Capa do livro do Franco |
Festa – Para
comemorar 110 anos a Triumph Motorcycles monta evento mundial, o Triumph
Live 2012, em Leicestershire, Inglaterra, entre 31 de agosto e 2 de setembro,
esperando 15.000 pessoas. Brincadeiras, demonstrações, Track Day. Quer mostrar
estar viva e disposta. Mais? www.triumph-live.com.
Se vira
– Minha avó dizia, “a
necessidade é que faz o sapo pular”. Sábia macróbia. O pessoal da fábrica
de motos Dafra não teve a ventura de contratá-la como consultora de marketing,
mas seguiu sua análise: pulou.
Solução
- Aproveitou a queda do mercado de
motos por incapacidade de aprovação dos financiamentos para moto boyse
criou produto mais barato, capaz de driblar as exigências bancarias: bicicletas
elétricas. Custam R$ 2 mil e 2,5 mil. Números motivaram a mudança. Preve-se, a
médio prazo as e.bikes, como chamadas, superarão as motos e os scooters.
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Ação da Fiat melhorou os óleos lubrificantes no Brasil
Informação
de poucos conhecida e que dá referência ao distanciamento entre o Brasil e os
grandes centros produtores e consumidores de veículos, há uns pouco anos, é a
da classificação dos óleos lubrificantes para motores de veículos.
Sua listagem
é feita em ordem crescente no alfabeto, e cada letra corresponde a um degrau
ascendente em qualidade e tecnologia, em função da viscuosidade, índice de
viscuosidade e aditivação.
Curioso
possa parecer, até a década de 80, a classificação ia apenas até a letra
SD, indicando um lubrificante primário, de baixa aditivação e, naturalmente,
pouca capacidade de fazer lubrificação, preservar os componentes ante trabalho
duro.
Era um reflexo da primeira geração dos motores trazidos ao Brasil,
projeto com décadas, tempo em que as folgas e ajustagens internas eram muito
generosas. Motores antigos, óleos de formulação primária.
Ao
chegar ao Brasil com um motor de projeto novo, com as menores folgas de ajuste,
percebeu que o óleo permitido pelo então Conselho Nacional de Petróleo não
permitiria bem aproveitar as características, incluindo a longevidade,
fundamental para a boa imagem da marca.
A chegada de empresa então associada, a
Tutela, produtora de lubrificantes, forçou a tomar iniciativa de tentar
modificar o limite legal.
Contratou
um advogado conhecido e com credibilidade na esfera governamental, e tanto
a documentação técnica quanto a argumentação jurídica permitiram a conquista de três
resultados até hoje válidos para o mercado e todos os usuários de
veículos: liberou a tecnologia e assim, a classificação para os
lubrificantes - hoje disparadamente melhores, e na classificação
SJ; reconheceu e aprovou lubrificantes semi sintéticos, inaugurando
nova era de convivência com os ganhos tecnológicos e redução de emissões;
permitiu que os lubrificantes pudessem ter marca do fabricantes de veículos.