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quarta-feira, 8 de maio de 2013

MERCEDES-BENZ ESTÁ COLOCANDO OS PREFEITOS DO SUDESTE E DO SUL EM POLVOROSA COM A NOTÍCIA DE CONSTRUÇÃO DA NOVA FAMÍLIA CLASSE A. ROBERTO NASSER SUGERE QUE A NOVA FÁBRICA PODE FICAR EM UMA REGIÃO QUE TENHA PORTO E LEMBRA DO MEIO SÉCULO DE VIDA DA LAMBORGHINI E DA HISTÓRIA DA CONVERSA COM SEU FERRARI E AINDA QUE DIA 13 É DIA DO AUTOMÓVEL. E VOCÊ IMAGINA POLÍCIA USANDO ASTON MARTIN? TUDO ISSO E MUITO MAIS NA COLUNA "DECARROPORAÍ"




Coluna nº 1913  - 8 de Maio de 2013


Prefeitos, corram
És prefeito de cidade no Sudeste, Sul? Tens interesse em implantar fábrica de automóveis em teu município? Achas que será bom para todos, incluindo para as próximas eleições ? Então, prezado alcaide, corre.

A Mercedes-Benz começou a tabular dados para escolher local para sua próxima usina, e produzir a nova família Classe A. Foca nas regiões Sudeste e Sul considerando logística, facilidades de transporte, rapidez para instalação - mas, naturalmente, considera incentivos.

Rio de Janeiro não quer perder a vez de ampliar o polo automobilístico de Resende e Porto Real e acena, sugerindo se instale ao lado da fábrica da Nissan, em implantação. 


O governo de Minas, onde, em Juiz de Fora, está a antiga fábrica do Classe A e agora de caminhões, idem, sugerindo Montes Claros. Mas a Mercedes não quer ir para o Norte, preferindo menor distância de portos.

Fosse eu prefeito de Joinville, SC, exumaria a proposta feita há década e meia, quando a cidade estava cotadíssima para receber a fábrica, perdendo-a, na mesa de decisão, para os mineiros. 


Alemães da Mercedes estão cismadíssimos com a decisão da BMW, seu competidor frontal em automóveis, em instalar-se em Araquari, onde o governo federal prometeu fazer aeroporto intermodal, para passageiros e carga, e estrada direta ao porto de São Francisco do Sul. 

Não será apenas uma fábrica, mas a fábrica de automóveis Mercedes na América Latina. Considere-se o presidente mundial, de mandato renovado para retomar a liderança em vendas de automóveis, e o novo presidente local, um homem de automóveis, ex-diretor mundial de Marketing do setor. Não virá a passeio, nem para encerrar carreira.

Assim, prefeitos, aviem-se, pois, decisão em máximos três meses. 



Mercedes Classe A procura local para fábrica. 


O Touro, cinquentão, filho da raiva

A Lamborghini comemora nesta semana 50 anos como fabricante de automóveis de grande performance. Italiana, indústria de trocadores de calor e fabricava pequeno trator, o Carioca. 


Dizem as lendas de época, que Ferrucio Lamborghini, número 1 do negócio, bem sucedido, proprietário de Ferraris, teria procurado Enzo idem, outro industrial, com o mesmo perfil, self made man e igualmente cabeça dura, para reclamar de alguns pontos do carro e sugerir mudanças. 

Não foi bem recebido, e Ferrari ter-lhe-ia dito que, se não gostasse, construísse um carro a seu gosto.

Lamborghini não gostou, e foi à contestação. Reuniu o de melhor em projetistas de motores, chassis e carrocerias, sugeriu a logo como sendo um touro espanhol Miura, capaz de acabar com cavalinhos empinando na porta de Ferrari e Porsche.

O primeiro modelo foi o 350GT, logo substituído pelo 400.

Cresceu bastante, fez variável curiosíssima de veículo todo terreno. Nos primeiros quarenta anos, a média de 250 unidades/ano, marcando-se em especial pelo talhe vigoroso das linhas e as marcantes portas articuladas a 90 graus do Countach. 


Há anos se meteu em problemas financeiros por desídia com a base do negócio, os tratores, dedicando-se aos automóveis e seu mundo charmoso.

Há tempos, a Volkswagen a adquiriu através da Audi, manteve a engenharia, a criatividade, mas botou ordem no produto e na construção. É o melhor dos mundos automobilísticos: desenho italiano, construção alemã.

Para comemorar o aniversário, evento de porte: 350 unidades da marca, numa fila de 4,4 km, percorrem 1.200 km na Itália, de Milão a Sant’Agata Bolognese, onde fica a fábrica, reunindo amplo leque. Do pioneiro 350GT ao Calà, protótipo de 1995, e o Veneno, recém lançado e festivo em exclusivas três unidades.

O touro espanhol, símbolo da Lamborghini. Anti cavalinhos

13 de maio, o Dia do Automóvel
Poucos sabem, mas o 13 de maio além de marcar o fim da escravatura, também assinala o Dia do Automóvel, data séria e formal, como define o Decreto 24.224, de 11 de maio de 1934.

Razão é a inauguração, à data e em 1926, da primeira estrada pavimentada no Brasil, ligando a Raiz da Serra, proximidades de Xerém, Duque de Caxias, a Petrópolis, RJ. 

O ato, assinado por Getúlio Vargas, ditador, pegava carona em iniciativa alheia. A estrada pavimentava a ligação da baixada a Petrópolis através da serra. 

Dita a Cidade Imperial, pois lá o Imperador Pedro II tinha casa de veraneio e de ausências às intrigas da Corte. Era, então, local chique, distinguido para veraneio e fuga do calor carioca.

A estrada, copiando as estadunidenses, não utilizava asfalto – que o país não produzia -, mas placas de concreto – cujo cimento o país também importava, era iniciativa do Automóvel Clube do Brasil, sociedade montada para reunir e promover o uso dos veículos automotores, então misto de símbolo de poder com equipamento de locomoção.

O Rio de Janeiro era a Capital Federal, tinha poder, e o exerceu sobre Washington Luíz, paulista, presidente, cujo lema, à época do país sem ligações rodoviárias, vinha sendo o vitorioso "Governar é construir estadas."

Com frota de quase 20 mil veículos - 3/4 de automóveis e o restante de caminhões -, para que o carioca de posses fosse a Petrópolis, ou vencia os lamaçais da Baixada Fluminense, as valas e as crateras da Serra, ou apelava para a incoerência da praticidade: colocava o automóvel numa prancha da Estrada de Ferro Leopoldina - também pioneira -, usava o vagão Pullman e fazia a viagem de trem.

A imprensa desancou o governo que apoiou o investimento dos sócios do Automóvel Club e a estrada foi feita.

A data vinha sendo comemorada, quando instituída durante o "IV Congresso Nacional de Estradas de Rodagem", realizado no Rio de Janeiro na última semana de 1926, e o Chefe do Governo Provisório dos Estados Unidos do Brasil, nome para explicar o estado ditatorial, aproveitou a oportunidade e instituiu a data, como "Dia do Automóvel e da Estrada de Rodagem". 

Com o tempo sobrou apenas para o automóvel. As mazelas da construção e desconstrução, os escândalos do setor não merecem festa.

Rio-Petrópolis, construção pelos sócios do Automóvel Clube 

Roda-a-Roda 
Chegou – A Ford anunciou outro motor da família turbinada EcoBoost. É 1.5 quatro cilindros, todo em alumínio, 16 válvulas com variador de abertura, injeção direta e turbo. Produção na Ásia. 

Migrará para o Brasil na dependência de projetos de exportação, ou por exigências legais de baixas emissões.

Padrão – A Polícia de Dubai incorporou outro veículo apto a perseguições no país de elevada renda e capacidade aquisitiva: Aston Martin One-77 – apenas este numeral produzido. Motor V12, 7.3 litro, 750 cv de potência.

Falta - Na frota há Lamborghini Aventator, Ferrari FF – tração quatro rodas, Bentley Continental GT, Mercedes-Benz SLS AMG. Próximo? Imagine Bugatti Veyron… Coisa proporcional à renda.

Canhão – A Audi começa a vender localmente o que chama de “veloz perua”, a Avant RS4. R indica disposição extra, S a tração nas 4 rodas. 


A combinação, motor V8 4.2, injeção direta, 420 cv, turbo, câmbio de duas embreagens e sete velocidades, acelera de 0 a 100 km/h em 4,7s. R$ 438,7 mil.

O que é, o que é? – Ante falta de agenda ou de interesse da presidente Dilma ir à pedra fundamental ou festividade no canteiro de obras da fábrica Fiat em Goiana, Pe, Sérgio Marchionne, presidente mundial veio a ela.

Para o que? - Coisa contida, levou papel espartano, informando turbinar investimentos no Brasil: R$ 15B entre 2013 e 2016.

O que? – Sem declarar produtos, franciscano comunicado sequer informou a decisão de fazer fábrica de colheitadeiras em Montes Claros, nordeste de Minas.

Diz, inovará; desenvolverá novos produtos e tecnologias; melhorará processos; expandirá a capacidade produtiva; construirá novas linhas de produção.

– Do encontro também nada surgiu em resposta a versões sobre a aposentadoria de Cledorvino Belini, nº 1 da empresa para América Latina. 

Diz-se, quer emprego mais calmo, tipo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, onde corre uma de suas invenções, o Inovar Auto. Substituiria o ministro Fernando Pimentel se candidato ao governo de Minas.

Mineirês - Curiosamente, seu projetado substituto, Vilmar Fistarol, estava na reunião com Marchione e Belini. Autoridade, mas presença tematicamente graciosa, e nada a ver com o encontro – ele comanda as compras mundiais. Coisa de Minas, onde tudo pode acontecer, inclusive nada ...

Grande – Segmento no Brasil considerado de veículos grandes, o do Ford Fusion retornou à liderança. Vendeu 924 unidades em abril, 61,3% da classe. 


Equilíbrio entre o motor 2.0 turbo e o 2.5 flex, separados por R$ 7 mil. Consumidor pouco entende do riscado. O Turbo deveria ter enorme vantagem.

Mudança - Fiat Freemont muda em junho. Transmissão automática com seis velocidades. Nada muda e muda tudo. As duas marchas adicionais melhoram substancialmente o prazer em dirigir.

Dançamos – A indefinição do governo brasileiro quanto ao programa Inovar Auto foi razão citada pela Audi para optar pelo México para sua fábrica latino-americana, onde declarou ter encontrado clima ideal, relata o bom sítio Autofato.com.br.

Situação – A decisão considerou os temores dos índices atuais, inflação sem gestão, balança comercial deficitária, mas o principal parece inconsistência em planejamento, o excesso de palpites e a ausência de densidade em planos e projetos para o futuro. No México, a Audi quer fazer 150 mil unidades anuais.

Mercado – Curiosidades do mercado argentino. Vendas de abril mostraram líderes Peugeot 207 e Renault Clio, modelos antigos desbancaram outro mais antigo, o Chevrolet Classic. Única novidade, Ford EcoSport, 4º. em vendas.

Alfa – Para cutucar alfistas brasileiros, sem acesso à marca, informa-se, os hermanos compraram 70 Alfa Romeo entre MiTo e Giulietta no mês passado.

Varejo – Na arrancada de promoções buscando incumprida projeção de vendas, nova campanha de varejo, “Todas em Uma Chevrolet”, o ator Rodrigo Faro chama atenções para os 10 novos modelos lançados em ano e meio. Criada pela agência Salles Chemistri, da rede Publicis.

P’ra valer – Hoje maior montadora de caminhões na América Latina, a MAN implanta Parque de Fornecedores para facilitar processos e aumentar capacidade industrial. Meritor e Suspensys estão em 10.000 m2 nas instalações da MAN, e Maxion, Master e Rassini irão até o fim do ano.

Processo – A MAN comprou a VW Caminhões, que em Resende, RJ, implantou sistema prático de montagem de veículos, o Consórcio Modular. 


Por ele o fornecedor se instala na fábrica do cliente e agrega seus componentes ao produto. Quer produzir 100 mil unidades/ano.

Ao quadrado – Em Curitiba, PR, a segunda concessionária brasileira para vender produtos AMG. É dos melhores mercados nacionais para artigos caros. AMG é o braço esportivo-performático da Mercedes-Benz, melhoradora da disposição dos carros da marca. Mercedes AMG é o charme do charme.

E agora? - Dentre as irresponsabilidades acobertadas da administração pública está o fim do autódromo do Rio de Janeiro. 


Seccionado, mutilado, inutilizado, foi tomado pelo Estado para fazer alguma arena esportiva para as Copas. Copa é palavra mágica.

Solução – A enorme área na valorizada Barra da Tijuca e arredores, foi trocada por campo suburbano, do Exército. 


Agora, descobriram, é local de exercício de fogo de guerra. Contém incontável número de bombas não detonadas, classificado como de risco máximo de explosão.

E? - É um perigo angolano enclavado no Rio de Janeiro. Militares calculam 18 anos de riscos para limpar a área, e ninguém falou em devolver o autódromo antigo, em terreno doado por particular para o específico fim. A propósito, o projeto do governo carioca, sem trocadilho, é uma bomba.

Escola – Indicação entre 35 mil universitários de todo o País, o Hyundai HB 20 foi escolhido o “Carro Universitário do Ano”. Antes foram Peugeot 206, VW Fox, GM Agile e Fiat Novo Palio.

Ó Dúvida – Tens Ferrari com alguns anos de uso, quilometragem mínima, e não sabes o que fazer para não seres apagado em charme e atração pela compra de modelos mais novos por seus amigos e turma? Leve-a a Pebble Beach.

Clareando – Não para estar exposto no super concurso de hiper elegância, pois, aí, brasileiros nunca expuseram. Mas há quebra galho latino: Concorso Italiano, um dos eventos do fim de semana na festiva península de Monterey, CA, EUA.

Fácil – O Concorso, aberto a carros italianos é, dir-se-ia, meia boca, mezza bocca, e aceita-os até 2004. Você inscreve o seu automóvel, embarca-o em avião da Delta ou Korean Airlines, pousa em Los Angeles, pega a Route One e bordeja a costa californiana, fazendo charme com a brasileira placa de licença.

Charme - Para dar mais sustança à aventura, inscreva-o para ser julgado. Júri profissional, regras das associações Ferrari, o relatório custa apenas US$ 35. À volta, entre dizer que seu Ferrari esteve em Pebble Beach – mesmo que tenha sido no estacionamento – e charutos, conhaques, e o desconhecimento da turma, você pode, descuidada e como quem nada quer, deixar o papel sobre a mesa. A prova do charme. A fim? www.concorso.com


Gente – Eduardo Hiroshi, 35, jornalista, foi-se. OOOO Profissional de qualidade, editava o suplemento Máquinas do paulistano jornal Agora, com larga experiência em assessorias de imprensa. OOOO Invulgar capacidade analítica e surpreendente competência para fazer graça, mesmo sendo contido, comportado e nissei. OOOO Decidiu ir-se antes do combinado. OOOO


O Senhor Volkswagen
Wolfgang Sauer assumiu a presidência da Volkswagen do Brasil, em 1973. Vinha da Bosch e deveria se dedicar ao futuro da empresa. 


Sucedia a Fritz Schultz-Wenk, implantador da marca; Rudolf Leiding, promovido a presidente mundial, e Werner Schmidt, de breve passagem, eleito diretor na matriz.

Tinha então 37 anos. Simpático, objetivo, articulado, a missão era manter liderança, crescimento e lucros. 


Recebeu o lançamento do Passat, acertou as inconsistências da primeira série, esticou a vida dos produtos com motor refrigerado por ar, incluindo fazer o Variant II, inexistente no mundo.

Corajoso, bancou criar nova família automobilística para o Brasil, inexistente no mundo, a do Gol. Projeto local e líder por décadas, garantidor de bons resultados para a montadora e sua rede. É o primeiro projeto exclusivo no País.

Fez negócios interessantes. Entrou num ônibus, cruzou o deserto e exportou Passat's quarto portas para o Iraque, pagos em petróleo à Petrobrás. 



Depois, quando o mercado dos EUA se decepcionou com o Yugo, levou o Voyage aos estadunidenses. É o único carro brasileiro para lá exportado em larga escala. Aqui não teve êxito para fazer o jipe VW 181.

Era interlocutor confiável, assim visto pelo governo como referência no setor. Juntou VW e Ford, na Autolatina, e conduziu a empresa até 1993.

Foi-se recente e subitamente, em pleno gás e novos negócios, como a construção de fábrica de semi-condutores para o grupo de Eike Batista. Dias antes, havia lançado livro sobre sua história e com o título da matéria.

Sauer, o senhor Volkswagen.
End eletrônico:edita@rnasser.com.br - Fax: 55.61.3225.5511

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