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quinta-feira, 30 de maio de 2013

QUEM DIRIA? OS MOTORES DE TRÊS CILINDROS VOLTAM ÀS LINHAS DE PRODUÇÃO EM ALGUMAS MONTADORAS E AOS PLANOS DE OUTRAS COMO A RESPOSTA FÍSICA ÀS NORMAS LEGAIS, SÃO MAIS ECONÔMICOS E MENOS POLUIDORES. O COMENTÁRIO DA COLUNA "DECARROPORAÍ" ACRESCENTA A CERTEZA DE QUE O PRÓXIMO PASSO SERÁ REVITALIZAR O MOTOR DE DOIS TEMPOS. ROBERTO NASSER REVELA QUE A MERCEDES-BENZ COMEÇOU A VENDA DO NOVO GLK 220 E MAIS: A FORD VAI PARAR NA AUSTRÁLIA E A HONDA CONSTRUIRÁ PRÉDIO, NO SUMARÉ E LEMBRA A VITÓRIA DO CONDE PENTEADO NA PRIMEIRA CORRIDA, NO BRASIL.


Coluna nº 2213 de 30 de Maio de 2013


Começar de novo. 

Os motores com três cilindros.
Quarenta e cinco anos e muitos meses após findar a produção dos motores 1.0 com três cilindros, a Volkswagen volta a fazê-los. 


Os de boa memória e os versados em indústria automobilística nacional lembrar-se-ão dos engenhos de origem DKW aqui lançados pela Vemag, assumida e fechada pela Volkswagen.

Mas a semelhança aí se encerra. Os pioneiros, resistentes, simples, operavam no ciclo de dois tempos. 

Os atuais, em 4T, apesar do mesmo deslocamento, têm quatro válvulas por cilindro – os anteriores as dispensavam -, injeção direta de combustível, e produzem aproximados 80 cv. Os outros, em torno de 60 cv. Em torque, respectivos 8,5 e 9,6 kgfm – tremendo ganho.

Novo ciclo
No atual ciclo da indústria automobilística, quando os advogados das ONGs e das áreas de governo ligadas à ecologia e ao planejamento definem regras para consumo e emissões dos combustíveis, obrigam a engenharia a interpretá-las e dar solução. Motor de três cilindros é a resposta física às normas legais.

A VW iniciou fazê-los em sua fábrica em São Carlos, SP, em projeto de ascensão institucional, e para tracionar seu produto de começar de novo, o UP! 

Mas, os três cilindros estão no mercado há algum tempo: o Kia Picanto e sua releitura, e o Hyundai HB 20 os utilizam, tais deslocando 1 litro.

A demarragem vwana é no Fox. Tem porte adequado, veste-o bem, dá-lhe empurrão e sobrevida. No UP! ao final do ano.

No geral
VW larga na frente - com seguidores. Ford testa-os para produzir a curto prazo. Em longo, franceses PSA – Peugeot-Citroën, e Renault, revisaram os atuais para delongar sua vida útil. Fiat, no extremo, com dois cilindros.

Não é restrita ao Mercosul. Nos EUA, GM aplica US$ 332 milhões para novos três e quatro cilindros, base da nova família Ecotec – e diz para o mítico e luxuoso Cadillac; Ford o produz com EcoBoost – nos EUA é o turbo - e o aplica ao Fiesta e tenta no Focus.

Mercedes negocia acordo de cooperação com a Ford: recebe a tecnologia do motor três cilindros, em troca da aplicada em seus motores da Classe E, da combustão estratificada, redutora de consumo.

Desenvolve motor para o Smart no acordo com Renault e Nissan. Na prática, estas marcas te-los-ão operacionais a curto prazo. 

Será uma ONU – ou uma babel - mecânica, coisa à altura do Roberto Azevedo, nosso respeitado embaixador na OMC: alemães da Daimler, franceses da Renault, japoneses Nissan, estadunidenses Ford, falando alguma língua estabelecida como comum e todas as perdas de tradução – que sorte não haver chineses nessa mesa...

Dentre os alemães, Audi o desenvolve a partir do VW; BMW o tem, ampliado a 1.500 cm3, e já aplicado ao Serie 1.

Parece curioso tal tecnologia não ter sido adotada antes, pois, a japonesa Subaru a empregava no seu modelo Justy – construído no Canadá como Geo -, mas era vista, naqueles dias de petróleo a 1 dólar o galão – 3,6 litro -, como coisa de motocicleta movendo automóveis. Hoje, a US$ 4, reduções de consumo são bem vindas.

Por pensar mecanicamente, pode-se alegar serem ásperos, terem som esquisito pela ausência de uma explosão no ciclo, vibrar por não haver explosões harmônicas nos cilindros das extremidades.

Mas a tecnologia é dominada. Suzuki tinha-a nas motos com dois e quatro tempos, Honda aplicou-a no híbrido Insight, em 1999, e a inglesa de motos Triumph em vários modelos.

Eixos contra rotantes para anular as vibrações ou o sistema da Ford que desbalanceia finamente o volante-motor, tecnologia existe e o rendimento melhora com multiválvulas, aberturas variáveis, injeção direta, turbo. 

Eventuais deficiências, mascaradas por transmissões de democratizadas oito marchas. Diz a Ford sacar iniciais 123 cv de seu 1.0, assim como a BMW fazer o três cilindros 1.500, bi turbo – grosso modo, a metade do motor 3.0 seis cilindros - preste atenção no motor BMW porque ele tracionará o ainda não caracterizado modelo de BMW ou Mini a ser produzido em Santa Catarina. Trocou a liga de nicasil do bloco por alumínio em bloco, cabeçote e carter.

A engenharia alemã da BMW troca em miúdos: os motores são mais leves, mais curtos, gastam e emitem menos. E, dado interessante: pico da eficiência atual é deslocar 500 cm3, gerando entre 47 e 64 cv por cilindro – ou 94 a 128 cv/litro. E o motor pode se expandir em unidades – 1,2,3,4, 6, e emendá-los pelo carter, fazendo V8, V12, V16... cilindros.

Futuro
Outra curiosidade tecnológica iluminando o caminho do futuro é a enorme aplicação de componentes comuns e similares para gasolina e diesel, na Europa, equilibrados numericamente na aplicação em automóveis. Hoje, separados na linha de produção de motores.

O caminho está aberto em nome da redução do atrito de peças móveis, do movimentar menor número de componentes, por redução de peso.

Nesta direção, tenho a mais clara das certezas, o próximo passo será revitalizar o uso dos motores dois tempos, em nome de todas e tais vantagens. 

Afinal, num comparativo, como diziam os anúncios da Vemag, o 1.0 em ciclo 2T possui apenas sete peças móveis. Em 4T, quase dez vezes mais. O motor 4T é um desperdício produzindo energia a cada giro de 720 graus. O 2T, pela metade.

A Audi deve estar procurando nas gavetas os desenhos antigos da DKW, sua parceira na Auto Union... (RN)

Já imaginou ? Cadillac com motor 1.0 de três cilindros?



Passado e futuro, o 1.0 três cilindros, 2T. No caso, o Auto Union/Vemag


Allan Mullaly, CEO da Ford beija o motor 1.0, três cilindros, EcoBoost



Roda-a-Roda

Meio termo – Mercedes iniciou distribuir o novo GLK 220, intermediário entre automóveis e a linha de utilitários esportivos ML. 

Motor diesel, 2.2, 170 cv e uns 40 quilos de torque, caixa automática com sete velocidades, tração nas quatro rodas e ótimo pacote de segurança.

E? – É pouco vendido. Teria melhores números se a suspensão fosse elevada a limite máximo de conforto para senhoras, entrar e sair, dando-lhe a cara agressiva sugeridas pelas linhas. 

Mais alto, mais porte e mais jeito de macho-man buscados em SUVs e picapes grandes. Versão simples, CDI, R$ 170 mil. De topo, CDI Sport, R$ 200 mil.

Mercedes GLK. Diesel, com tecnologia, falta altura para impor-se

Jogo duro – Antiguidade não é posto. Após 91 anos na Austrália, a Ford parará de fazer automóveis, em 2016. No mercado, ¼ do tamanho do brasileiro, perdeu 451 milhões de euros, nos últimos seis anos.

Curiosidade – Antes, lançará o Falcon modelo 2014, tentará recolocar os 1.200 funcionários da empresa, e as 200 revendas terão apenas importados Explorer, Taurus e Mustang. 

Diz, fazer carros na Austrália, é inexplicavelmente caro: 2 X o custo europeu e 4 X o asiático. Capital não tem pátria.

Método – No Brasil, o programa Inovar-Auto, troca impostos e barreiras por produção nacional. 

Na Argentina, governo notifica todas as montadoras e produtoras de autopeças a aumentar a nacionalização dos veículos.

Por pensar – Já que vamos trazer médicos de Cuba, porque não trazer políticos da Suécia? Sugestão na Internet.

Consequência – Dentre tantas manifestações opostas à vinda de médicos cubanos, curiosamente o sindicato dos tradutores não se manifestou. Afinal, para cada médico que não fala português, será necessário um intérprete.

Moda – Mania paulistana, todas as marcas com pretensões a atingir público que se entende com poder aquisitivo, instala base em Campos do Jordão.

Trato, test-drives e negócios com ritmo de lazer. Neste ano, a Suzuki para lá levará seu Jimny. 

Nada de frescuras sociais, mas oportunidade de descobrir inimaginadas capacidades do jipinho em trilha exclusiva. Até 28 de julho.

Tudo junto – A Honda erigirá prédio horizontal em Sumaré, 120 km de S Paulo, onde tem fábrica de automóveis. 

Quer a empresa junta, exceto banco, consórcio, financeira, e geradores – são importados. Nova gestão quer crescer.

Publicidade – Dentre as dezenas de marcas de automóveis operando no País, a Fiat marcou o chão de sua liderança. Faz oportuna e simpática campanha convidando a população ao óbvio: acompanhar nas ruas as Copas das Confederações e do Mundo.

... II – Revenda das motocicletas Triumph em Brasília, a British começou bem. Anúncios em jornal, bem humorados, enfatizando a britanicidade das máquinas.

Serviço – Outra edição do bom trabalho jornalístico feito pela revista Autoesporte: Qual Comprar, junho, analisa 211 modelos de automóveis, nacionais e importados, até R$ 250 mil. Um facilitador.

Xing Ling – Na China, a Jianling Motors Corporation, dos utilitários e caminhões JMC, e sua sócia minoritária Ford farão fábrica de motores diesel.

Mudança – Pesquisa da agência JD Power e da revista inglesa What Car, no Reino Unido, deu Jaguar como a melhor marca, e o modelo XF o mais elogiado dentre modelos executivos. Land Rover, por sua evolução, rotulada “Star Brand”, marca estelar, entre as 10 melhores do mundo.

Surpresa – Durante o tempo de marcas independentes e após, com os amazônicos investimentos feitos pela Ford, tais resultados não foram obtidos, apenas pelos indianos da Tata, atuais proprietários.

Direcionado – Para relevantes produtores de Utilitários Esportivos, a japonesa Yokohama desenvolveu pneu especial, o Geolandar SUV. Garante rolar silencioso e aderência excepcional, especialmente em pisos molhados.

Todos - Original em Chrysler, Mercedes, Mitsubishi, Subaru, Toyota e para reposição em Cherokee, Honda CR-V, Tucson I e II – no Brasil se chama I35, Renault Duster, VW Tiguan, Audi Q5, Volvo XC60 ... A partir de R$ 680 – cada. Tipo panaceia universal, promete durar mais, gastar menos e usar componente ecológico, o D Limoneno, no rés-do-chão dito Óleo de Laranja...


Gente – Abelardo Pinto, novo diretor comercial da Peugeot. OOOO Poucos tão bem conhecem indústria e comércio como ele, ex-Ford, ex-Renault, ex-Nissan. OOOO Mariozinho Leão, 81, usineiro e antigomobilista, operacional. OOOO Leve pane no distribuidor, já refeito e drenado. OOOO Tropeço não impedirá ir a Pebble Beach, agosto. OOOO Hector Trabucco, engenheiro, mba, argentino, quase topo. OOOO Ex-gerente geral América Latina da Gilbarco Veeder-Root, é novo DG incluindo o Brasil. Do ramo. OOOO Segundo o CEO global, Trabucco é o cara. OOOO Sobrenome destes, convenhamos, até patrão respeita... OOOO Felipe Nasr, piloto ascendente, embaixador. OOOO Nomeado pela fabricante de relógios Tag Heuer, copatrocinadora da equipe Vodafone Mc Laren Mercedes. OOOO Nasr é nossa esperança de continuidade – e vitórias – na Fórmula 1. OOOO Fabio Steinbruch, um príncipe no antigomobilismo brasileiro, Descoberta da Matzeiva, cerimônia judia para assinalar seis meses do passamento. OOOO Dia 02/06, 10h30, Cemitério do Butantã, SP. 


Corridas no Brasil, Fiat ganha a primeira, e tem dúvida na segunda
Próximo mês, no 26, comemorar-se-ão 105 anos da primeira corrida de automóveis no Brasil, o Circuito de Itapecirica. 

Largada e chegada no Parque Antártica – hoje o estádio do Palmeiras. Paralelepípedos e terra em 75 km. 

Foi vencido pelo Conde Sylvio Álvares Penteado, com Fiat 40 hp – um automóvel de turismo com remoção do banco traseiro, para lamas, latas em geral. 

Com o automóvel, aplaudido por 10 mil pessoas, registrou o jornal Estado de São Paulo, Penteado fez o menor tempo entre os 16 concorrentes: 1h,30m – uns 50 km/h.

Um pico de desenvolvimento industrial e automotivo provocou a segunda corrida. Seria no Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro, mas o prefeito vetou-a. 

O então Estado do Rio bancou a ideia, e criou circuito até a então distante São Gonçalo, hoje ligada à então Nictheroy.

Inscreveram-se 16 genuínos sportmen, como ditos pela Imprensa da época, incluindo um jornal francês, aptos a demonstrar conceito hoje despercebido: o automóvel como ferramenta de fácil domínio para ligar lugares e gentes. Para os 72 quilômetros de ida e volta a largada foi dada com intervalos de 3’.


Pouco mais de uma hora, toques de corneta avisavam da chegada do primeiro, o dr. Borges Junior com um Fiat branco, liderando enorme nuvem de poeira. 

Tido e havido como vencedor até que o piloto do segundo veículo a chegar, o dr. Gastão Ferreira de Almeida, com Berliet 60 HP perguntou seu tempo, informado ter sido menor que o do Fiat.

Sim ou Não? A dúvida perdura até hoje, pois o Automóvel Club, organizador, não exibiu os dados de cronometragem, valendo os marcados pelos jornalistas do Correio da Manhã.

Com Fiat, Conde Penteado vence a primeira corrida, no Brasil.

End. eletrônico: edita@rnasser.com.br
Fax: 55.61.3225.5511

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