À beira do Rio Sena, em Paris, perto da igreja de Notre Däme, há cinco postos de carga de baterias para carros elétricos. (Foto:Arnaldo Moreira) |
Que o futuro do transporte no mundo é o veículo elétrico, silencioso, não poluidor, ninguém duvida e diversos países já entenderam isso, mas outros, como o Brasil, embora reconheçam essa realidade, não se empenham para que os carros elétricos substituam aos poucos os movidos a combustíveis fósseis.
Em Paris e Londres, encontrei, em janeiro deste ano, totens de abastecimento de carros elétricos espalhados pelas cidades, assim como em Lisboa. Na Europa, essa é uma nova paisagem que já faz parte dos equipamentos urbanos das grandes cidades.
Na Califórnia, a Fiat decidiu apostar na venda do seu simpático Cinquecento elétrico, o 500 E.
Neste mês de maio, a Fiat vai vender o modelo pelo sistema de leasing por U$ 500 a menos do preço da versão 500 Pop e U$ 200 da 500 Lounge. A bateria dá para rodar 140 km e o sistema de navegação indica os lugares dos postos de recarga.
No Brasil, carro elétrico é ainda coisa quase de ficção, embora as montadoras já tenham esses veículos à venda, porém, por preços elevados que afastam e assustam os compradores. Hoje, há menos de 100 carros elétricos emplacados e a maioria de empresas.
A legislação brasileira iguala os carros elétricos aos esportivos de alto luxo e performance, como um Ferrari V12, o que é um verdadeiro absurdo.
Só o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobrecarrega os carros elétricos em 25% agravado com 11,6% do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) desproporcional ao interesse ambiental que o próprio governo tanto apregoa.
Os carros elétricos sofrem ainda a incidência do ICMS que, dependendo do estado varia entre 18% e 19% e ainda há o famoso o IPVA, que sete estados já isentaram, mas que nos restantes pode chegar a 18%.
55% de IPI;
13% de PIS/COFINS;
12% à 18% de ICMS, dependendo do estado.
Os carros elétricos sofrem ainda a incidência do ICMS que, dependendo do estado varia entre 18% e 19% e ainda há o famoso o IPVA, que sete estados já isentaram, mas que nos restantes pode chegar a 18%.
Veja os impostos cobrados sobre os carros elétricos e híbridos:
35% de imposto de importação;55% de IPI;
13% de PIS/COFINS;
12% à 18% de ICMS, dependendo do estado.
A soma desses impostos chega a quase 120% e piora com o pagamento do IPVA e do seguro pois a alíquota de cálculo é a de carro importado de luxo.
Um Toyota Prius que custa no Brasil a partir de R$ 121.000,00, nos Estados Unidos tem preço de U$ 26.650 (site Toyota.com), R$ 52.000,00.
(Foto:Arnaldo Moreira)
E o luxuoso híbrido Ford Fusion custa em torno de R$ 160 mil.
Algumas empresas já usam, mas ainda timidamente, carros elétricos em suas frotas e nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, há já táxis elétricos, Nissan Leaf, em teste, mas apenas dois no Rio e dois na capital paulista.
(Foto:Arnaldo Moreira)
Deparei-me, numa visita, em março deste ano, à Barragem de Itaipu, em Foz do Iguaçu, com um Fiat Weekend elétrico exposto ao público e outros de serviço circulando. Segundo o motorista de um deles, o carro funciona muito bem.
As marcas Ford, Fiat, Toyota, Renault, Smart, Mitsubishi, Peugeot, Nissan, General Motors que já fabricam carros elétricos vêm pressionando o governo brasileiro para que crie leis e normas de uso do carros elétricos e híbridos no País que privilegiem, naturalmente, o incentivo à sua aquisição.
O volume de vendas de veículos elétricos e híbridos no mundo, principalmente, na Inglaterra, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Japão, China, Coréia do Sul, Canadá, Índia, Austrália, Israel entre outros que investem fortemente já chega a cinco milhões, volume muito superior aos 3,8 milhões de carros vendidos no nosso País, , em 2012.
Só nos Estados Unidos, a Renault-Nissan vendeu, em 2012, cerca de 487.480, um aumento de 58,3%, em relação a 2011. No mundo, a marca registrou uma elevação das vendas de 83,8%, o que mostra o interesse das pessoas pelos carros elétricos e híbridos.
Um Projeto de Lei do Deputado Ângelo Agnolin (PDT-TO), que visa reorientar o regime automotivo brasileiro se aprovado regulamentará a produção de carros híbridos e elétricos no Brasil.
O parlamentar pretende desonerar os automóveis de passageiros de fabricação nacional, equipados com motor elétrico ou híbridos da incidência dos impostos federais IPI, PIS/Pasep e Confins.
Com menos impostos incidindo sobre os carros, o Brasil atrairá investimentos para produção de veículos elétricos, criando um grande número de novos empregos e captando um significativo número de empresas para o Brasil.
Não há dúvida quanto aos benefícios ambientais de um carro elétrico. E no Brasil, eu me pergunto porque ainda não há nenhuma política pública de incentivo para que as fabricantes produzam veículos elétricos por aqui e redução da carga fiscal, o que faria com que as pessoas começassem a pensar na possibilidade de comprar um carro elétrico. Consequentemente, como o Arnaldo disse, geraria empregos. No Japão virou febre, de cada 10 veículos vendidos, um é híbrido. Nesta estrada o Brasil está na contramão dessa evolução.
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