De acordo com o Cesvi, o Ford KA é um dos carros com menor custo de consertos |
Quando uma dia, em 2002, comprei um Fiat Marea, weekend, 2.4, 20 válvulas, usado, assinei a minha própria sentença de ganhar grandes aborrecimentos e de gastar muito dinheiro em oficina. E foi exatamente isso que aconteceu.
O carro era excelente, muito confortável, bonito, dono de uma estabilidade fenomenal, a ponto de em alta velocidade, numa estrada boa, parecer que levitava. O problema era a mecânica, complicada e caríssima. Para trocar a bomba de água era preciso remover o motor. Minha mulher apelidou de problema sobre rodas.
Um carro com 55 mil km não era um carro velho, mas tudo nele era problemático, o ar condicionado nunca funcionou bem e nem a troca do compressor três vezes resolveu, a suspensão, as válvulas do motor desregulavam à toa, por fim tive de fazer motor, com troca de cilindros, uma verdadeira desgraça.
Meu amigo Adolfo, dono da Mecânica Dumar, na Rua General Polidoro, em Botafoto, ao lado da FIAT, no dia em que me desfiz do Marea, depois de uma dificuldade enorme para o vender, lamentou muito eu ter trocado o desgraçado do carro por um Honda Civic, 2004, usado, com 40 mil km, mas que nos quatro anos que o usei, quase diariamente, vendi-o com mais de 70 mil km, não me deu o menor problema. Bastava seguir as revisões.
Tudo isso que contei veio a propósito do relatório do Cesvi, um órgão independente que criou o Car Group, um programa para avaliar o índice de reparabilidade de alguns modelos vendidos no Brasil.
O Citroën C3 é outro carro apontado pelo Cesvi como um de baixo custo de ficina |
Na verdade, nem Car Group, se existisse, me salvaria porque eu fiz o que jamais um adquirente de um carro usado deve fazer: comprar um carro sem verificar se a marca, o modelo, o ano do veículo escolhido, se é um frequentador assíduo das oficinas, se o custo das peças de reposição é elevado e o valor de revenda.
De 2000 para cá, a qualidade dos carros evoluiu muito e positivamente, sem dúvida. Tenho de ser correto e reconhecer que os carros da Fiat pós-Marea melhoraram muito. É frequente num grupo que discute o tema ouvir-se dizer que "não existem mais carros ruins". Mas, ainda há alguns problemáticos mecanicamente, embora em menor quantidade. Por isso, é extremamente importante o trabalho do Car Goup, do Cesvi.
Clio, da Renault, ao contrário do Fluence, é citado como um carro de reparação barata |
Os preceitos, contudo, que devemos levar em conta no custo de manutenção de um carro não é apenas de motor, ou suspensão e sim de eventuais batidas, pois quem anda no meio desse trânsito maluco brasileiro pode de repente se envolver num acidente e ter o carro amassado.
Carro amassado. Esse é um assunto que exige uma reflexão especial, principalmente hoje em dia em que as notícias de gente que fica com o carro parado por causa da falta de peças nas concessionárias se tornou mais corriqueiro do que devia.
Na justiça do Rio de Janeiro correm algumas ações impetradas por donos de carros contra a Land Rover - noticiadas no Blog - exatamente por falta de peças de reposição o que causou a parada dos carros nas garagens por muitos meses e até mais de um ano.
Por vezes, uma simples batida pode esconder problemas maiores do que um simples amassado na lataria e isso também depende muitas vezes da resistência do veículo, de sua preparação para absorver pancadas. Por todas essas razões, o comprador de um carro deve se cientificar, deve levantar o máximo de informações sobre esses custos e rapidez na recolocação das peças.
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